EXTRAÇÃO DE DNA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE QUÍMICA E BIOLOGIA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Furtado, A.L.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, L.M.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Miranda, B.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, L.H.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Oliveira, D.M.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Correa, D.B.B. (UNIVERSIDADE DA AMAZONIA) ; Carneiro, J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)
Resumo
Este trabalho trata-se de uma proposta para o ensino de Química e Biologia, ressaltando a importância de se introduzir a experimentação em sala que, reconhecidamente, vem contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino de Química e Biologia. Sendo assim, a proposta com uso de experimento de ensino gira em torno de uma extração de DNA, de duas frutas, o jambo vermelho (Syzygium malaccensis), e o inajá (Attalea maripa). Os materiais utilizados na atividade são simples, e de fácil manuseio, justamente para que não haja dificuldade em inseri-la nas salas de aula. Como resultado, foi produzido um questionário, que aliado ao experimento fomenta uma discussão, a qual pode ser utilizada para iniciar um conteúdo ou até mesmo como revisão.
Palavras chaves
Ciência ; Experimentação; Aprendizagem
Introdução
A extração de DNA é um processo que aborda conceitos biológicos e químicos, dessa maneira pode ser utilizada como experimentação em sala de aula, contribuindo para uma aprendizagem significativa e no afloramento das curiosidades dos alunos, rompendo os métodos escolares tradicionais. A educação em ciências, deve proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando os alunos a desenvolverem posturas críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos (BIZZO, 1998). Nesse sentido, as atividades experimentais tomam um papel importantíssimo na perspectiva construtivista pois leva em consideração o conhecimento prévio dos alunos. Adotar esta postura significa aceitar que nenhum conhecimento é assimilado do nada, mas deve ser construído ou reconstruído pela estrutura de conceitos já existentes (ROSITO, 2003). Desse modo, a pratica experimental é importantissima, pois permite um melhor entendimento do que acontece na natureza e acaba por propiciar a construção do saber científico. Esta diversifica as aulas, torna o ensino mais dinâmico e prazeroso, permite que os alunos observem diretamente os fenômenos e organismos, manipulem materiais e equipamentos, enfim, proporcionam um contato mais palpável com o objeto estudado. Diante da importância da experimentação, este trabalho traz a extração do DNA de frutas da região amazônica, como proposta para o ensino de Química e Biologia, com o objetivo de servir de apoio para as aulas, promovendo discussões que buscam destrinchar conceitos, através de materiais primas do dia-a-dia dos estudantes, visando contribuir na busca de um melhor aproveitamento das aulas.
Material e métodos
As frutas utilizadas para extração de DNA foram o jambo vermelho (Syzygium malaccensis) e o inajá (Attalea maripa), ambas típicas da região amazônica. Como metodologia de extração, utilizou-se a que é apresentada no trabalho de Silva e Rosa (2013) mediante a alguns ajustes. O método foi utilizado para as duas frutas, sendo que primeiro foi feito para o jambo e depois para o inajá. Inicialmente, as amostras foram maceradas com o auxílio de um almofariz e pistilo. Em seguida, transferiu-se a fruta macerada para um Erlenmeyer e adicionou-se 100 ml de solução de água com cloreto de sódio (sal) e mais 25mL de detergente transparente e, após, procede-se com a homogeneização. Prosseguindo, transferiu-se tudo para um tubo de ensaio onde foram acrescentadas, levemente, pelas laterais álcool etílico gelado com o auxílio de uma pipeta de pasteur. Por fim, coloca-se para descansar e após um minuto e meio o DNA irá começar a emergir. Como a amostra do Inajá ficou transparente, após a adição do detergente, foi acrescentado somente nesta, uma gota de azul de metileno para melhor visualizar a imersão do DNA.
Resultado e discussão
Silva e Navarro (2012) dizem que o professor deve criar situações para que
suas aulas se constituem em um local de desenvolvimento de potencialidades e
crescimento intelectual. Assim, após a realização da prática sugerida, o
professor pode promover uma discussão em sala para mapear o que os alunos
entenderam sobre a experimentação e a partir daí iniciar a construção de
conceitos sobre o conteúdo de sua aula, ou até mesmo utilizar como forma de
revisão.
Para iniciar a discussão, o professor pode fazer a aplicação de um
questionário, que contaria com perguntas do experimento associadas ao assunto
da aula ministrada. Na figura 2, encontra-se uma sugestão de questionário que
o docente pode fazer uso durante sua atividade.
Yaremko et. al (1986) mensura a importância dos questionários pois estes não
testam a habilidade dos que estão respondendo, mas coletam suas opiniões, além
de aspectos de sua personalidade. Deste modo, este torna-se bastante eficiente
dentro de sala de aula, uma vez que nele estarão presentes todas as impressões
dos alunos a respeito da prática realizada.
Despertar o senso crítico do aluno, aguçando seu pensamento e despertando sua
curiosidade, é indispensável para a construção efetiva do conhecimento. Esse
ideia foi confirmada por Boscolo (2007) ao acentuar que um docente indagador,
desperta no aluno a capacidade de ser crítico, incentivando-o a realizar
pesquisas e consequentemente a produção de conhecimento.
Assim, com o uso dessa proposta, o professor estará estimulando o aluno a
manifestar suas opiniões. No trabalho de Pereira (2010) é destacado que essa
alternativa pedagógica, por parte do professor, extrapola a observação
empírica dos alunos, fazendo com que problemas, temáticas e contextualizações
sejam traçadas acerca do experimento.
Frutos utilizados no experimento, em A Jambo Vermelho (Syzygium malaccensis) em C seu DNA extraído, e B Inajá (Attalea maripa) e em D seu DNA.
Questionáro acerca da experimentação de extração de DNA
Conclusões
Os conteúdos das áreas de Química e Biologia em sua maioria abrangem situações do cotidiano, desta maneira, usar a contextualização associada a discussão de um fenômeno, é uma ferramenta eficaz para fugir do ensino mecânico nas escolas. Com a aplicação da prática experimental sugerida em aulas de Química e Biologia, os estudantes passam a ser participantes ativos no processo de ensino-aprendizagem, tendo espaço para manifestar seu entendimento e colaborar com a aula, desta forma o ensino de ciências torna-se construtivista, onde professor e aluno juntos, trabalham para chegar a um conceito.
Agradecimentos
A Universidade do Estado do Pará pelo suporte.
Referências
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil. Ed. Ática, São Paulo, p.144, 1998.
BOSCOLO, D. Projetos de estudo do meio em escolas públicas em Santana de Parnaíba-SP. Dissertação de mestrado, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18102007-154606/en.php>. Acesso em: 10 ago. 2018
PEREIRA, B. B. Experimentação no Ensino de Ciências e o Papel do Professor na Construção do Conhecimento. Cadernos da FUNCAMP, Monte Carmelo, v. 9. n.11, p. 03, 2010. Disponível em: < http://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/view/176/170#>. Acesso em: 10 ago. 2018
ROSITO, B.A. O ensino de Ciências e a experimentação. 2 ed. Porto Alegre: Editora: edipucrs, p. 195-208, 2003.
SILVA, O. G.; NAVARRO, E. C. A relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem. Revista eletrônica da Univar, V. 3, n. 8, 2012. Disponível em: <http://www.univar.edu.br/revista/index.php/interdisciplinar/article/view/82>. Acesso em: 10 ago. 2018
SILVA, P. S.; ROSA M. F. Utilização da ciência forense do seriado CSI no ensino de Química. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, V. 6, n. 3, 2013. Disponível em: <https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/1478/1147>. Acesso em: 02 ago. 2018
YAREMKO, R. K. et al. Handbook of research and quantitative methods in psychology: For students and professionals. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum 1986. Disponível em: <file:///C:/Users/andre/Downloads/9781135059811_googlepreview.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018