IMPORTÂNCIA DOS TEMAS TRANSVERSAIS PARA O ENSINO DE QUÍMICA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Amorim, M.A.C. (IFPI-CAMPUS PAULISTANA) ; Sousa, A.B. (IFPI-CAMPUS PAULISTANA) ; Sarmento, E.C.D. (IFPI-CAMPUS PAULISTANA)
Resumo
Este artigo descreve a relevância dos temas transversais para o ensino de Química. A metodologia pauta-se numa pesquisa bibliográfica, fundamentada em Sarmento (2016), PCNs (BRASIL, 1998), dentre outros, que validam este estudo. Como resultados, verifica-se que, com a transversalidade, é possível que os docentes de Química construam um fazer pedagógico holístico, atrelando o ensino de química ao cotidiano; o conhecimento sistematizado à realidade circundante. Por conseguinte, os temas transversais ultrapassam as fronteiras da Educação Básica, sendo, pois, pertinentes a todos os níveis de ensino, visto que se caracterizam como problemáticas vigentes, cujas soluções emanam do conhecimento de diversos saberes, inclusive das ciências naturais, especialmente, de Química.
Palavras chaves
Temas Transversais; Ensino; Química
Introdução
A química para a transversalidade tende a fornecer ao aluno instrumentos de leitura do mundo e, ao mesmo tempo, desenvolver habilidades básicas para viver em sociedade, haja vista que apresenta relevância social e científica, conglomerando novos saberes pedagógicos por meio de uma visão contextual, holística e significativa do conhecimento e da realidade. É importante destacar que esta pesquisa emerge da necessidade em fomentar a relevância dos temas transversais para o ensino de química, partindo da observação e das implicações do viés holístico para uma educação global e significativa, rompendo, assim, com as fronteiras disciplinares, que fragmentam os saberes e suscitam o reducionismo do conhecimento. Outrossim, os temas transversais, tais como: Meio Ambiente, Trabalho e Consumo possibilitam imbricações entre os conteúdos de Química e a realidade; entre o conhecimento sistematizado e o cotidiano, despertando, assim, aprendizagens integradas e amplas. De acordo com Oliveira (2004), inúmeras pesquisas na área do ensino de química alertam para a necessidade de mudanças nas formas de abordar os conteúdos sistematizados das ciências naturais, mais notadamente, os de Química. Nesse contexto, é importante destacar que os conhecimentos escolares vêm sendo reproduzidos em sala de aula de modo fragmentado, descontextualizado, através de disciplinas específicas. Essa segregação do conhecimento na educação brasileira acaba provocando um reducionismo na forma de pensar, limitando o objeto de aprendizagem e tornando-o com reduzido significado para os discentes. Desse modo, a discussão a respeito dos temas transversais na educação brasileira apresenta questionamentos quanto ao papel da escola dentro de uma sociedade plural e sobre os conteúdos que deveriam ser abordados nessa escola. Posto isso, na contemporaneidade, esse debate começa também a fazer parte do cotidiano dos educadores brasileiros. Para isso, o Ministério da Educação coloca à disposição dos professores, como referência para sua prática pedagógica interdisciplinar, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, os quais orientam e redirecionam a educação brasileira para se trabalhar com os Temas Transversais, através dos quais se pretende o resgate da dignidade da pessoa humana, a igualdade de direitos, a participação ativa na sociedade e a corresponsabilidade pela vida social (BRASIL, 1998). Conforme Santos et al (2005), os temas transversais são alguns aspectos que podem nortear a escolha dos conteúdos e constituir uma proposta pedagógica na área de Química, afinada com as demandas sociais da atualidade. É válido acrescentar que repensar a metodologia para o ensino de química é um fator preponderante, tendo em vista que desloca o sujeito da condição passiva e dependente, cujas atividades principais são cópia e repetição, para a condição de sujeito atuante nas aprendizagens realizadas, por meio de estratégias de ensino que exijam a busca de informações, bem como elaboração própria e permanente da reconstrução do conhecimento. Sendo assim, o presente artigo apresenta como objetivo descrever a importância dos temas transversais para o ensino de química na educação brasileira, aspirando a um ensino integral e holístico, mediante um trabalho docente articulado com as demandas vigentes, promovendo, pois, uma aprendizagem significativa e pertinente. Por conseguinte, nesse contexto de transformações educativas no cenário brasileiro, almeja-se a construção de um novo profissional de Química, que poderá ser cientista e filósofo, embevecido com o senso investigativo de um pesquisador aberto, crítico e inclusivo, bastante diferente do estereótipo clássico (neutro, objetivo e mecânico), aliando, então, a ciência ao cotidiano, com vistas a integrar saberes e promover uma educação contextualizada e significativa.
Material e métodos
Vale destacar que este artigo é de caráter bibliográfico e encontra-se referenciado em ideias de autores que deram embasamento teórico-científico como suporte para a construção dos valores presentes no desenvolvimento desta investigação. Dessa forma, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em renomados autores do meio acadêmico, que se referem à importância dos Temas Transversais para o Ensino de Química. Segundo Demo (2005), há cinco níveis para a pesquisa: interpretação reprodutiva, que sistematiza e reproduz um texto com fidedignidade; interpretação própria, predominando a interpretação pessoal, expressando-se com palavras próprias a ideia de outros; reconstrução, cujo ponto de partida seria uma proposta própria; construção, expondo a criação de novas teorias a partir de determinadas referências e criação/descoberta, em que há introdução de novos paradigmas metodológicos, teóricos ou práticos. Partindo disso, foram desenvolvidos, nesta investigação, os dois primeiros estágios descritos acima, com vistas a discorrer sobre a temática em epígrafe e contribuir com o processo de contextualização do ensino de química, atrelando os conteúdos de Ciências Naturais (Química, especialmente) ao cotidiano, expresso pelos temas transversais, mais notadamente pelos tópicos relacionados ao Meio Ambiente e ao Trabalho e Consumo. Outrossim, esta pesquisa apresenta um caráter bibliográfico, assentado na realização de leituras de artigos, dissertações, revistas e sites na internet que norteiam as contribuições dos temas transversais para o ensino de Química. Conforme explana Severino (2007), entende-se por pesquisa bibliográfica aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como: livros, artigos, dissertações, teses, utilizando dados e categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registradas, da qual os textos tornam-se fontes dos temas a serem investigados pelo atual pesquisador. Por conseguinte, essa investigação, por ser de cunho bibliográfico, pauta-se numa leitura criteriosa dos autores que versam sobre a contextualização dos temas transversais e os contributos destes para o ensino de Química. Portanto, a presente pesquisa está ancorada numa revisão de literatura sistemática, compreendendo consultas teóricas no período de 1996 a 2016, que validam cientificamente este estudo. Em geral, denomina-se como revisão sistemática “a aplicação de estratégias científicas que permitem limitar o viés de seleção de artigos, avaliá-los com espírito crítico e sintetizar todos os estudos relevantes em um tópico específico” (PERISSÉ; GOMES; NOGUEIRA, 2001 apud BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p. 126).
Resultado e discussão
Com base na revisão bibliográfica sistemática realizada, pode-se
afirmar que os temas transversais constituem-se como ferramentas de
emancipação e transformação para o ensino de Química, suscitando diálogos
entre profissionais de diversas áreas do conhecimento, principalmente no
campo das ciências naturais, possibilitando, assim, a formação de cidadãos
com uma visão crítica da realidade como preconizam os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1998).
Nessa perspectiva, é importante destacar que o conhecimento das
ciências naturais, em especial, o de Química não está isolado, pois os
saberes se interligam e se complementam para um aprendizado proativo e uma
completude perfeita, numa imbricação ciência-cotidiano; conteúdo-realidade;
teoria-prática.
Parafraseando os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998), pode-
se mencionar que o estudante não é só cidadão do futuro, mas já é cidadão
hoje e, nesse sentido, conhecer as ciências naturais, atrelando-as ao
cotidiano é ampliar a sua possibilidade presente de participação social e
desenvolvimento mental, para assim viabilizar sua capacidade plena de
exercício da cidadania.
Dessa maneira, o ensino de Ciências/Química volta-se para o exercício
do senso crítico, visando ao desenvolvimento de uma percepção aguçada a
respeito dos impactos sociais, culturais e ambientais decorrentes dos
avanços científicos e tecnológicos, sendo, portanto, exigências voltadas à
sociedade contemporânea.
Nessa linha de raciocínio, destaca-se que, segundo Sarmento (2016),
embora os Parâmetros Curriculares Nacionais sejam indicados para o ensino
fundamental, estes são atemporais, ou seja, ultrapassam a indicação imediata
e transcendem ao Ensino Médio, à Educação Profissional e à Educação
Superior, uma vez que os temas propostos estão presentes na vida do cidadão
em qualquer faixa etária.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Nº 9.394/96 recomenda o ensino
interdisciplinar da área de Ciências no ensino fundamental, por esta razão
os PCNs da disciplina sugerem a articulação entre os quatro blocos
temáticos: Ambiente, Ser Humano, Recursos Tecnológicos, Terra e Universo,
entretanto são temas que permeiam a vida social dos sujeitos, independentes
das fases da vida e necessitam ser trabalhados desde as séries iniciais até
a conclusão do processo de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, o
tratamento dos conteúdos deve favorecer a construção de uma visão de mundo
que se apresenta como um todo formado por elementos que se inter-relacionam.
Desse modo, os eixos temáticos propostos tornam-se mais consistentes em
termos de uma formação que permita ao sujeito atuar em uma sociedade
complexa e em permanente transformação, quando associados ao desenvolvimento
dos temas transversais sugeridos nos PCNs. Além de Meio Ambiente, Saúde e
Orientação Sexual, os PCNs propõem a incorporação ao ensino de Ciências de
temas, como: Trabalho e Consumo, Ética e Pluralidade Cultural (BRASIL,
1996).
Segundo Bizzo (2010), as pesquisas das concepções dos professores de
Ciências, logo, dos professores de Química, sobre modelos metodológicos têm
sugerido a urgência e a necessidade de repensar as grandes linhas que têm
batizado as pesquisas de metodologias do ensino de Química. Por esse viés, é
importante ressaltar que os estudos dos temas transversais para o ensino de
Química transcendem os ensinamentos em sala de aula, do livro didático, da
experiência da prática pedagógica, visto que cada indivíduo se estrutura
socialmente, trazendo consigo vários saberes que precisam ser trabalhados,
lapidados para uma construção ativa do conhecimento.
Nessa perspectiva, faz-se pertinente frisar que, de acordo com Sarmento
(2016), nas várias áreas do currículo escolar, existem, implícita ou
explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, isto é,
todos educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e dos
valores que veiculam nos conteúdos, no que elegem como critério de
avaliação, na metodologia de trabalho que adotam, nas situações didáticas
que propõem aos alunos. Por outro lado, sua complexidade faz com que
nenhumas das áreas, isoladamente, seja suficiente para explicá-los; ao
contrário, a problemática dos temas transversais atravessa os diferentes
campos do conhecimento.
Na direção de uma educação transformadora, os temas transversais ocupam um
papel fundamental para o ensino de Química. Conforme Oliveira (2004),
inúmeras pesquisas na área do ensino de Química alertam para a necessidade
de mudanças nas formas de abordar os conteúdos científicos dessa ciência.
Para o autor, existe consenso entre pesquisadores em ensino de Química de
que esse ensino deva ser contextualizado, incorporando aos currículos
aspectos sociais e científicos, tais como: questões ambientais, políticas,
econômicas, éticas e culturais relativas à ciência e à tecnologia, ou seja,
temas transversais. Logo, nessas novas metodologias, o enfoque é contextual.
Em outras palavras, os docentes de Química devem privilegiar a resolução de
problemas abertos, considerando não só aspectos técnicos como também
sociais, econômicos e ambientais. Nesses termos, através do ensino de
Química, pode-se fornecer ao aluno instrumentos de leitura do mundo e, ao
mesmo tempo, desenvolver habilidades básicas para viver em sociedade.
A prática docente versando a contextualização dos temas transversais no
ensino de Química é um fator de grande relevância, pois o professor recorre
à didática, esta, por sua vez, nutre-se de práticas e conhecimentos
desenvolvidos nas metodologias específicas e nas outras ciências pedagógicas
para formular generalizações em torno dos saberes e práticas docentes comuns
e fundamentais ao processo de ensino (PROFORMAR, 2006).
Nesse caminho, “[...] o trabalho pedagógico transversal/interdisciplinar
possibilita a inserção de discussão e questionamento e a não ocultação de
contradições e confrontos” (SARMENTO, 2016). Nesse contexto, cabe ressaltar
que a interdisciplinaridade está calcada no trabalho pedagógico, advindo das
questões sociais vigentes, pois estas transitam no cotidiano tanto do corpo
docente quanto discente, trazendo uma excelente contribuição para o ensino
das Ciências Naturais/Química, visto que suscitam o levantamento de
hipóteses e buscam soluções a partir do estudo da realidade.
Ademais, Sarmento (2016) acrescenta que o trabalho com a proposta da
transversalidade define-se em torno de quatro pontos: os temas não
constituem novas áreas, pressupondo um tratamento integrado nos diferentes
campos do saber; a transversalidade traz a necessidade de a escola refletir
e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas,
garantindo que a perspectiva político-social se expresse no direcionamento
do trabalho pedagógico; a perspectiva transversal aponta uma transformação
da prática pedagógica, pois rompe com o confinamento da atuação dos
professores e amplia a responsabilidade com a formação dos alunos; a
inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e
contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que possibilitará um
tratamento cada vez mais aprofundado das questões eleitas.
Portanto, os temas transversais integram as áreas do saber, rompendo com o
paradigma clássico que preconiza o reducionismo e o isolamento das
disciplinas. Assim, nos viéses do holismo e da interdisciplinaridade, os
conteúdos de Química podem ser construídos mediante a adoção de
projetos temáticos (articulados aos temas transversais), correlacionando o
ensino das Ciências Naturais/Química ao cotidiano e à realidade circundante.
Conclusões
A importância dos temas transversais para o ensino de Química está relacionada às diversas formas que o docente tem para trabalhar as questões vivenciadas no cotidiano do discente, transformando saberes do senso comum em científico, além aliá-los a inúmeras áreas do conhecimento. Isso posto, para uma mudança significativa na educação brasileira, o docente pode desenvolver práticas holísticas e interdisciplinares que superem a fragmentação do conhecimento, integrando-o e contribuindo à melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Desse modo, é possível perceber que os temas transversais para o ensino de Química estão ligados às características sociais e que precisam ser analisadas e problematizadas tanto no ambiente escolar como também na sociedade, de forma ampla e contextualizada, com a finalidade de emergir respostas viáveis à compreensão e à difusão de saberes. Nesse contexto, é preciso criar condições nas escolas que permitam aos discentes ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania, atrelando o conhecimento sistematizado ao cotidiano; os conteúdos à realidade, visto que os PCNs, mais especificamente os Temas Transversais, foram criados para fomentar práticas educativas interdisciplinares, contextualizadas e significativas, almejando, assim, objetivos de aprendizagem mais vastos, voltados à compreensão da realidade social. Por conseguinte, sinaliza-se que o ensino de Química se torna enriquecedor ao adotar uma prática interdisciplinar e transversal, com ênfase na imbricação entre os conteúdos de Química e os temas transversais, uma vez que esses elementos se complementam e, portanto, integram-se a um conceito que se fundamenta na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados sujeitos a um ato de conhecer isento, distanciado e isolado da realidade circundante.
Agradecimentos
Agradecemos ao IFPI a oportunidade de participar desse evento que muito agregará ao processo de formação docente dos profissionais de Química.
Referências
BIZZO, Nélio Marcos V. Metodologia e prática de ensino de ciências: A aproximação do estudante de magistério das aulas de ciências do 1º grau, São Paulo. Disponível em: < http://www.ufpa.br/eduquim/praticadeensino.htm>.
BOTELHO, Louise Lira Roedel; CUNHA, Cristiano Castro de Almeida; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade. Belo Horizonte, v.5, n. 11, p. 121-136, maio-ago. 2011, ISSN 1980-5756.
BRASIL. Diretrizes e Bases. Lei de nº 9394, 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação; Secretaria da Educação do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental. Brasília: MEC; SEF, 1996.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
OLIVEIRA, Paulo Roberto Silva de. O ensino de química e as novas abordagens no ensino médio, Santa Catarina. Disponíveem:<http://www.sepex.ufsc.br/anais_4/trabalhos/747.html>.
PROFORMAR. Didática II/ Coordenadora Célia Regina Simonetti Barbalho. Manaus: UEA/ PROFORMAR, 2006.
SANTOS, P. O.; BISPO, J. S.; OMENA, M. L. R. A. O ensino de ciências naturais e cidadania sob a ótica de professores inseridos no programa de aceleração de aprendizagem da EJA – Educação de Jovens e Adultos. Ciência & Educação, 11, 3, p. 411-426, 2005.
SARMENTO, Elisângela Campos Damasceno. A Formação dos Professores e o Currículo do Curso Técnico em Agropecuária do IF - Sertão Pernambucano numa Perspectiva de Prática Pedagógica Interdisciplinar. 2016, Petrolina. Dissertação (Mestrado em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares) - Universidade de Pernambuco, Petrolina, 2016.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.