REVITALIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS: UMA CONTRIBUIÇÃO DO PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ensino de Química
Autores
Vieira, I.V. (UEPA) ; Gonçalves, J.S.A. (UEPA) ; Guerra, L.O. (UEPA) ; Neres, M.E.S. (UEPA) ; Silva, L.S. (UEPA) ; Virgens, K.L. (UEPA) ; Maia, T.C. (UEPA)
Resumo
Para que ocorra um aprendizado eficiente e bem estruturado no ensino de Ciências, os alunos necessitam de aulas práticas que os proporcionem avaliar resultados e testar experimentos, que os levem a solucionar problemas e superar desafios. Nesse sentido, há a necessidade da utilização do laboratório de Ciências para o desenvolvimento dessas atividades. A revitalização do laboratório foi executada por meio de uma higienização, organização e realização de uma reabertura para a comunidade escolar, onde os mesmos foram convidados a participar de várias apresentações com experimentos alternativos. Ao término da exposição, foi possível observar a contribuição efetiva do mesmo para o ensino de ciências.
Palavras chaves
Laboratório de Ciências; Revitalização; Experimentação
Introdução
É possível observar no cotidiano escolar, a falta de interesse e incentivo dos alunos, principalmente de escolas públicas, no ensino de Ciências. A falta de motivação e dinamismo faz com que ocorra certo desinteresse com relação às disciplinas abrangentes desta área. “Dessa forma, o Estágio Supervisionado passa a ter função fundamental que não é apenas levar os conhecimentos teóricos ao campo da prática, mas compreendê-los, reelaborá- los, pensando a realidade vivida” (GUEDES, 2009). Segundo Kist et al., (2013), o Laboratório de Ciências desempenha um papel essencial na construção do conhecimento e do pensamento crítico do discente, pois é onde irão manipular materiais e realizar experimentos que auxiliarão na interpretação de resultados e os induzirá a retirar suas dúvidas e dar opiniões. Um breve levantamento realizado no município de Marabá verificou-se que os laboratórios das escolas públicas, quando existem, são espaços esquecidos ou utilizados como depósito de materiais. Para Buck et al., (sem data), este fato desestimula o ensino de ciências e o faz restrito a apenas informações teóricas, tornando-as pouco atrativas e com baixa contribuição na formação acadêmica do aluno. Visando esta problemática, foi proposta pelo grupo de estagiários, a realização de uma revitalização do Laboratório de Ciências da escola Anísio Teixeira, com intuito de torná-lo um local propício para a execução de aulas experimentais. Um ambiente onde, a teoria e a prática, sejam entendidas como um saber complexo uno, assim os alunos poderão completar o seu conhecimento de forma mais concreta, relacionando-o com o seu cotidiano (GUEDES, 2009).
Material e métodos
A princípio, realizou-se a escolha da Escola Estadual de Ensino Médio Professor Anísio Teixeira, para a execução do projeto de revitalização do Laboratório de Ciências, uma vez que o ambiente se encontrava em condições desfavoráveis para o seu funcionamento. Este projeto foi posto em prática no período da disciplina do estágio supervisionado dos alunos de Licenciatura em Ciências Naturais com habilitação em Química da Universidade do Estado do Pará. Foi executado uma higienização do laboratório, equipamentos e vidrarias contidos no mesmo. Após este processo, ocorreu uma organização, identificação (através de listas e etiquetas nas portas dos armários e nos equipamentos) e cadastramento destes, para facilitar o acesso e um bom desenvolvimento das aulas práticas. Destinaram-se corretamente outros objetos (como livros didáticos) não pertencentes ao local, para ambientes mais propícios a sua conservação. Por fim realizou-se uma reabertura do laboratório, para a comunidade escolar no geral, tendo como público alvo todo o corpo acadêmico da escola. Nesta etapa, ocorreu em todo o espaço, apresentações de experimentos simples com materiais presentes no cotidiano e no laboratório, além de terem sido repassadas orientações de atividades que podem ser desenvolvidas e sobre segurança no laboratório.
Resultado e discussão
A Escola questão possui um laboratório amplo que se encontrava em estado de
conservação inadequado, impossibilitando seu uso para futuras aulas
práticas. Após sua revitalização, algumas atividades foram desenvolvidas com
alunos de diferentes séries.
Primeiro era apresentado o jogo educativo “Imagem e ação da tabela
periódica” que abordava a química do cotidiano e alguns elementos contidos
na tabela periódica. Os alunos se apresentavam motivados para o cumprimento
das atividades propostas pelo jogo, pois eram incentivados a aprender de
forma lúdica. Segundo Kist et al., (2013) “Através da aula prática o aluno
pode desenvolver sua criatividade, sanar suas curiosidades, refletir o que
está acontecendo, expressar sua própria opinião para que assim existam
discussões do problema estudado, instigando que o próprio aluno tome
decisões após a reflexão”.
Também foi possível estudar o sistema respiratório, através do experimento
“pulmão artificial” que tinha como finalidade, explicar o funcionamento
desse sistema e relacionar o conceito de diferenças de pressão. Aqui os
alunos ao final da apresentação, eram desafiados a completar o corpo humano
no boneco anatômico, que pertencia ao laboratório. O desafio era visto por
eles como uma brincadeira, esta que possibilitou aos mesmos ter conhecimento
da localização de cada órgão e suas funções no organismo.
Laia et al., (2016) afirma que, a aprendizagem não é um ato de adquirir
informações e não acontece a partir de uma simples associação de ideias
armazenadas na memória, mas sim um processo interno, ativo e através da
troca de informações entre duas ou mais pessoas.
Outras duas experiências foram realizadas com os estudantes: o “Teste
presuntivo de sangue (Kastle – Mayer)” e o “microscópio caseiro”.
Conclusões
Em função da contribuição do desenvolvimento da criatividade e capacidade crítica as aulas práticas são fundamentais, o professor deve estar sempre buscando mais aprendizado e atento às novas tecnologias educacionais e saber manuseá-las. Uma aula prática, embora seja importante no processo de aprendizagem dos alunos não dispensa a orientação de um professor e de um espaço adequado para executá-la, entretanto este mesmo orientador deve saber conduzir todas as etapas das atividades propostas atuando como mediador do processo de ensino e aprendizagem.
Agradecimentos
A Universidade do Estado do Pará e a Escola Anísio Teixeira, por nos permitir adentrar e executar este projeto grandioso.
Referências
BUCK, N.; OLIVEIRA, E. R. Revitalização do ensino de ciências nas escolas públicas de Marília e região. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo3/revitalizacao.pdf>.
GUEDES, S. T. R. A relação teoria e prática no estágio supervisionado. In: IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO–EDUCERE [recurso eletrônico]: políticas e práticas educativas desafios da aprendizagem. Anais... Curitiba: Champanhat. 2009. p. 9414-9424.
KIST, D.; GÜLLICH, R. I. C.; FLORES, L. E. Revitalização do laboratório de ciências. In: XXXIII ENCONTRO DE DEBATES SOBRE O ENSINO DE QUÍMICA [recurso eletrônico]. Anais... Rio Grande do Sul. 2013.
LAIA, A. S.; VIEIRA, I. V., ALMEIDA., J. S., OLIVEIRA, J. M. D., NERES, M. E. S., MAIA, T. C. O uso de experimentos alternativos no ensino de fluídos em nível médio, voltada para o ensino significativo. In: VII Semana Acadêmica da UEPA Marabá [recurso eletrônico]: Ambiente, Saúde e Sustentabilidade na Amazônia Oriental: desafios e perspectivas. Anais... Marabá – PA. 2016.