EXPERIMENTAÇÃO EM QUÍMICA COMO COMPLEMENTO DO ENSINO DA QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DE CASO COM DISCENTES DA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO NA ESCOLA C. E. CÉSAR MARQUES, NA CIDADE DE CAXIAS-MA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Carine dos Santos Bonfim, A. (UEMA) ; Martins Silva Ferreira, C. (UEMA) ; Celia Cunha e Silva, M. (UEMA) ; Karen Silva dos Santos, M. (UEMA) ; Alves dos Santos, R. (UEMA) ; Borba de Lima, R. (UEMA)

Resumo

O presente estudo descreve as atividades desenvolvidas na escola Centro de Ensino César Marques, no qual teve duração de 30 dias e visou contribuir com conhecimentos na área de Química com o auxílio da experimentação, usando-se assim, metodologias voltadas para a prática, buscando a participação do aluno com ferramentas que lhe dessem a oportunidade de usá-las, sempre com acompanhamento dos organizadores para que a realização da didática pudesse sair da forma esperada. Permitiu ainda a troca de conhecimentos pelo total de 55 alunos das duas salas da 2ª série. Verificou-se o quão é importante o uso de metodologias diferenciadas em aula, uma vez que os alunos estejam determinados a participar das atividades assim como a buscar pelo conhecimento.

Palavras chaves

Experimentação; Ensino; Aprendizagem

Introdução

A educação no Brasil vem sendo construída de maneira gradativamente lenta. A área das ciências, o que inclui a Química, fica atrás da área de Matemática com uma diferença de apenas três posições no ranking mundial de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – (PISA), exame realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em sua última divulgação (2015), foi elaborado em 70 países e o Brasil, no que lhe concerne, apresentou uma queda na pontuação com relação a anos anteriores, além de ficar entre os últimos países no ranking mundial, ficou na 63ª posição em relação a área de ciências (PISA, 2015). Posto que a educação enfrenta grandes desafios, as escolas de ensino médio, por sua vez, elucidam a necessidade de melhorias significativas no âmbito do ensino, já que é durante tal estadia que os alunos buscam descobrir qual profissão seguir e a que meio sentem melhor afinidade possibilitando assim, a escolha de seu curso superior. No entanto, além de encontrarem percalços em tal decisão, não têm ânimo para estudarem disciplinas em que estão fadados a não gostar. Ou por conta da monotonia da sala de aula, que não os permitem abrirem a mente ao saber; ou porque eles não veem a disciplina como algo que possa ser usado no seu dia a dia; ou ainda, a falta de recursos financeiros e a infraestrutura da escola não proporcionarem o encaixe das aulas teóricas com as aulas práticas. São muitas as lacunas abertas quando se fala de educação, de modo que, despertar a atenção dos estudantes no ensino médio se torna um desafio para professores e demais docentes. No ensino da Química não é diferente, essa ciência é contentada como algo totalmente distante da realidade dos discentes, de modo que não proporciona contentamento algum ao ser estudada na sala de aula. Assim sendo, o principal motivo deste estudo consiste em buscar meios que desenvolvam a atenção do estudante voltada para a Química por meio da experimentação. Nas aulas de Química, ou de qualquer outra disciplina, podem e devem ser aplicadas estratégias e métodos alternativos para interligar as aulas expositivas tradicionais, com vista a despertar no educando o interesse para aprender o que é proposto em sala de aula. Isso inclui experimentos, aulas de campo, jogos, brincadeiras alternativas, e diversos outros recursos. Sendo a encargo do professor, descobrir tais recursos para despertar no aluno, que almeja um futuro melhor, o desejo de aprender e fazê-lo compreender a importância de estudar aquilo que está proposto na grade da disciplina. Estudantes do ensino médio geralmente apresentam dificuldades em compreender alguns conceitos científicos, especialmente nas disciplinas que compõem as ciências exatas (Química, Física e Matemática). A disciplina Química é vista como pouco interessante pelo aluno, mesmo esta ciência apresentando um corpo de conhecimentos que pode contribuir para o desenvolvimento do senso crítico e para compreensão de fenômenos que ocorrem a todo o momento em nosso cotidiano. Segundo Chassot (1993), a motivação é um dos pré-requisito fundamentais para aquilo que se proponha a fazer na educação. O ensino requer uma ação e com resultado dessa ação, há o aprendizado. Porém, se não houver motivação também não há aprendizagem. Somando-se a isso também, de acordo com Bernardelli (2008), o ensino de Química seria bem mais simples e agradável se fossem abandonadas as metodologias ultrapassadas muito utilizadas no ensino tradicional, isto é, os métodos onde os únicos recursos didáticos utilizados pelo professor são o quadro, pincel e linguagem oral, para repassar os conteúdos aos alunos, e se investissem mais nos procedimentos didáticos alternativos. Portanto, a aplicação de metodologias diferenciadas na sala de aula se torna um objetivo a ser posto em prática, bem como, desenvolver mecanismos que estimulem o interesse do estudante, buscar melhorias no desempenho do aluno, apresentando uma abordagem criativa que fuja da monotonia. A Química possui um vasto campo no que diz respeito a experimentos químicos apresentados no livro didático e que benfazeja, demonstram o que ocorre na natureza a todo instante.

Material e métodos

Este trabalho foi elaborado com o intuito de analisar os resultados na aplicação da experimentação em Química como processo de ensino-aprendizagem com o total de 55 alunos das duas salas da 2ª série de ensino médio, ambas do turno vespertino, da escola Centro de Ensino César Marques em um período de 30 dias. Para isso, realizou-se um levantamento bibliográfico, no qual foi realizado uma pesquisa sobre o tema do presente estudo. Tratando-se também de um estudo de caso em uma abordagem qualitativa, pois a partir do trabalho realizado em sala de aula buscou-se conhecer o posicionamento dos estudantes sobre o uso das metodologias alternativas para o ensino transformando-os futuramente em gráficos apontando os dados obtidos. Dividiu-se cada turma em grupos de 5 pessoas, sendo que cada um deles tinha como componente um dos elaboradores do presente trabalho. A fim de que encontrassem apoio na elaboração dos experimentos propostos. Experimentos estes que estavam relacionados ao conteúdo que estavam acompanhando no livro: estudo dos gases. Sendo assim demonstrou-se experimentos acerca da reincidência de gases na natureza, como o gás carbônico (CO2), o oxigênio do ar (O2), o dióxido de enxofre (SO2), o ácido sulfúrico (H2SO4), além de trabalhar conceitos de pressão atmosférica, temperatura, etc. Práticas essas que procediam com o uso de materiais alternativos e de baixo custo, como garrafa pet, bexiga, enxofre, vinagre, bicarbonato de sódio, extrato de repolho roxo, ovos, e garrafa de vidro, supercola, dentre outros utensílios. Objetivando os alunos a participarem das aulas e com isso, despertar o interesse pela disciplina. A participação de boa parte dos estudantes foi não somente na execução dos experimentos, mas também nas explicações do ocorrido nas reações, acompanhados por um dos desenvolvedores do estudo, onde observou-se um olhar de curiosidade em alguns dos discentes, o que foi bastante satisfatório. E por fim, no último dia da realização do trabalho com os estudantes, distribuiu-se frases com curiosidades e charadas com relação a tabela periódica acompanhadas com bombons.

Resultado e discussão

Na execução do presente trabalho foram encontrados diversos desafios, dentre os quais entender e adequar-se à realidade dos próprios discentes, bem com, encontrar maneiras que permitissem chamar a atenção e comprometimento dos mesmos nas atividades propostas. Após a aplicação do questionário, onde indagou-se acerca do que poderia ser feito para melhorar a qualidade do ensino da Química na escola C.E. César Marques, as respostas encontradas como pode-se observar na Figura 4.0, temos que das respostas mais apontadas está a utilização de um laboratório e aulas práticas. Constatou-se, portanto, que a estrutura da escola não oferece laboratório de Química, no entanto, isso não ofuscou o desenvolver das aulas práticas dentro da própria sala de aula, pois os experimentos foram feitos com materiais alternativos e de baixo custo. Com isso, após termos dividido ambas as salas em grupos de cinco pessoas a fim de que cada grupo demonstrasse um experimento referente ao conteúdo que estavam acompanhando no livro. Foi possível notar com as aulas dos experimentos propostos, que boa parte dos alunos se sentiram empolgados na execução dos mesmos, pois entraram em contato com a Química na qual eles poderiam observar as reações e os fenômenos tão próximo e além disso entenderem o que está acontecendo com um olhar mais curioso. Ao responderem ao questionamento sobre serem trabalhadas metodologias alternativas como a utilizada, ou ainda, feira de Ciências ou projetos relacionados a Química, conforme mostra a Figura 5.0, constatou-se que os alunos, em maioria, gostariam que tais metodologias fossem mais utilizadas em sua escola.

Figura-4.0:

Mostra o que poderia ser feito para melhorar a qualidade do ensino na escola C.E. César Marques.

Figura-5.0:

Mostra a concepção dos alunos sobre serem trabalhadas metodologias alternativas.

Conclusões

Constatou-se que deve-se conhecer o ambiente no qual se deseja aplicar o projeto antecipadamente, a fim de entender e adequar os mecanismos consistentes para trabalhar de acordo com a realidade da comunidade escolar. Após efetuadas tais medidas, concluiu-se que a participação se tornou efetiva na apresentação dos experimentos em 65% dos grupos, pois, fatores externos como a greve dos caminhoneiros e os jogos escolares atrapalharam no andamento das atividades, no entanto, foi possível aproveitar de maneira assídua as aulas em que os alunos estiveram presentes. De modo geral, notou-se que metodologias alternativas como a aplicada são de total relevância para o ensino dos estudantes de ensino médio, permitindo, mesmo que não em sua totalidade, que os estudantes tenham contato com a disciplina de maneira cooperativa e interativa.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus, a professora Joelma Cordeiro Bezerra, a diretora Márcia Maria de Moura, aos 55 alunos que participaram da pesquisa e a professora Dr. Maura Celia Cunha.

Referências

CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí, Ed. Unijuí, 1993.

HOFFMANN, J. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Me¬diação, 2001.

IZQUIERDO, M.; SANMARTÍ, N. e ES¬PINET, M. Fundamentación y diseño de las prácticas escolares de ciencias expe¬rimentales. Enseñanza de las Ciencias, v. 17, n. 1, p. 45-60, 1999.

PISA. Resultados em Foco, 2015. Disponível em: http://www.oecd.org/pisa/pisa-2015-results-in-focus-ESP.pdf. Acesso em: 02 de março de 2018.

PONTES, Altem Nascimento et al. O Ensino de Química no Nível Médio: Um Olhar a Respeito da Motivação. Disponível em: http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/ resumos/R0428-1.pdf. Acesso em: 02 de março de 2018.

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