ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA E A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA EM UMA TURMA DO 2º ANO DO ENSINO DO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Oliveira, A.P.P. (UEPA) ; Gomes, E.B. (UEPA) ; Silva, L.P. (UEPA)

Resumo

A contextualização por meio de questões ambientais no ensino de química, facilita a aprendizagem possibilitando a promoção de uma formação para o exercício da cidadania. Esse trabalho foi desenvolvido por bolsistas pibidianos da UEPA e abordou por meio de aulas temáticas e experimentos de baixo custo o tema qualidade da água. Alunos do 2º ano do ensino médio da EEEFM. Palmira Gabriel foram orientados durante pesquisa de campo a procederem a coleta de água do lago Curvão situado na área da escola, analisando quatro parâmetros físico- químicos (turbidez, pH, temperatura e oxigênio dissolvido). A partir dos resultados alcançados, observou-se a importância da utilização de temáticas contextualizadoras, permitindo aos alunos uma melhor compreensão dos conhecimentos químicos explorados no ensino

Palavras chaves

Parâmetros; Contextualização; Ensino de Química

Introdução

Segundo Lindemann e Marques (2009), a adoção da contextualização não tem sido bastante abordado em trabalhos científicos em diversas áreas do ensino. Nesse sentido, documentos oficiais da educação como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999), Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 2002), Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006) defendem a abordagem do ensino contextualizado, considerando que é de grande importância o uso de exemplos do dia a dia para construção de conhecimentos por parte dos alunos. O ensino de química trabalhado nas escolas não está permitindo contribuindo para que os alunos compreendam os processos químicos em si e que a construção de conhecimentos está diretamente associada ao meio cultural e natural, as implicações ambientais, sociais, econômicas, ético-políticas, científicas e tecnológicas. (BRASIL, 2006). Para Uhmann et al (2017), as questões ambientais discutidas no contexto escolar são importantes a medida que, proporcionam aos alunos discussões que permitem a construção de significados científicos para questões do seu dia a dia, pois os mesmos são agentes interativos e participativos no desenvolvimento de sua própria aprendizagem. Nesse contexto, o referente trabalho abordou junto aos alunos de uma turma do 2º ano do ensino médio, de forma contextualizada o tema qualidade da água do lago Curvão da EEEFM. Profa. Palmira Gabriel, localizada na cidade de Belém-Pa. Através do desenvolvimento de uma Sequência de Ensino Investigativo foram discutidos e analisados indicadores de poluição aquática e quatro parâmetros físico-químicos (turbidez, pH, temperatura e oxigênio dissolvido). Também foi demonstrado com método da eletrofloculação, utilizando materiais alternativos o processo de limpeza da água

Material e métodos

A atividade desenvolvida foi obtida a partir das ações PIBID/ Química-UEPA em parceria com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prof.ª Palmira Gabriel, sendo aplicada em uma turma com 27 alunos do 2°ano do ensino médio da mesma escola localizada no município de Belém (PA). Realizou-se oficina, a qual teve como objetivo investigar a partir de uma pesquisa qualitativa alguns parâmetros físico-químicos da água do lago, estabelecendo uma relação com os impactos ambientais do meio analisado, permitindo a contextualização do ensino de Química. A oficina foi estruturada como Sequência de Ensino Investigativa (SEI), de acordo com as orientações de Carvalho (2013) e realizada em três momentos. No primeiro momento houve a aplicação de um questionário prévio, tendo como objetivo avaliar individualmente os conhecimentos prévios dos alunos sobre a temática. Em um segundo momento, houve uma aula expositiva-dialogada a respeito da temática. No terceiro, dividiu-se os alunos em três grupos para proceder a coleta de água em três pontos do lago e fazer a verificação dos parâmetros: pH, turbidez, cor, temperatura e quantidade de oxigênio dissolvido. Realizou-se ainda um experimento com materiais alternativos abordando a técnica eletrofloculação, com intuito de demonstrar uma técnica de limpeza da água. E por fim os alunos responderam a um questionário. As respostas foram obtidas por meio dos questionários e para elaboração dos resultados utilizou-se a análise textual discursiva (ATD), a qual segundo Moraes e Galiazzi (2007), envolve identificar e isolar materiais submetidos à análise, para posteriormente categorizar esses enunciados e produzir textos, integrando nestes a descrição e interpretação, utilizando como base de sua construção o sistema de categorias construído.

Resultado e discussão

CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS SOBRE INDICADORES DE POLUIÇÃO DO LAGO CURV O Nesta categoria se observou que 97% dos alunos citaram o esgoto como indicador de poluição do lago, pois o condomínio vizinho é a principal fonte poluidora. Apenas 3% citaram as algas. Embora já tenham estudado conteúdos relativos a parâmetros físico-químicos conforme relato do professor, nenhum aluno se reportou a esses conhecimentos. A transmissão apenas de conceitos, ainda prevalece em muitas escolas dando ênfase ao processo de memorização de conteúdo, ignorando a construção de conhecimento químico. (MIRANDA; COSTA, 2007). A vinculação entre o conteúdo e a vivência dos alunos, permite uma problematização e possibilita uma leitura do que acontece na sociedade, viabilizando uma visão crítica por parte dos alunos da realidade em que estão inseridos (CARVALHO, 2013). CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE OS INDICADORES DE POLUIÇÃO APÓS APLICAÇÃO DA SEI Nesta categoria a baixa taxa de oxigênio dissolvidos e alta turbidez foram indicadores da poluição do lago, segundo os alunos. Como observado na tabela 01. Para Zuin, Ioriatti e Matheus 2009, a baixa taxas de oxigênio dissolvido são observadas quando grande quantidade material orgânico são despejados em meio aquático, sendo diversas vezes por meio de despejos domésticos e industriais. O oxigênio dissolvido encontrado nos três pontos foi muito baixo, como observado na tabela 01, o que contribui para a poluição. Segundo os alunos o lago apresenta um alto grau de turbidez, sendo esse um indicativo que a água do lago está poluída. Segundo Pereira (2004), o aumento da turbidez da água é ocasionado quando há uma elevação na concentração de materiais sólidos suspensos nela. Conforme o CONAMA 357/2005 a turbidez adequada da água deve ser no valor mínimo de unidade nefelométrica até 100 (uT). (NOGUEIRA; COSTA; PEREIRA, 2015). Ao final discorreram sobre variados indicadores de poluição. Em que 43% deles faram do esgoto e turbidez, outros abordaram o pH ou outros parâmetros como mostra o gráfico e não mais somente o esgoto e algas como aconteceu antes do desenvolvimento da atividade. Gráfico 01. Percentual do questionário (final): Os indicadores de poluição do lago após aplicação da sei

Tabela 1

Valores dos parâmetros encontrados nos pontos 1,2 e 3 durante a análise da água

Gráfico 01

Resultado em percentual do questionário (final): Conhecimento dos alunos sobre os indicadores de poluição do lago após aplicação da SEI

Conclusões

Com base na sequência de ensino desenvolvida com os alunos, destacando a identificação e análise dos parâmetros físico-químicos, associada as discussões em sala sobre as ações antrópicas de poluição do lago do Curvão, foi possível fazer uma abordagem do conhecimento químico contextualizado, permitindo aos alunos melhor compreensão dos conteúdos químicos e sociais explorados, evitando a simples memorização de conceitos.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico Brasília, 1999.
BRASIL. PCN+ Ensino Médio: orientações curriculares complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico; Ciências da Natureza Matemática e suas Tecnologias. Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. v.2. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologia. Brasília. SEB, 2006.
CARVALHO, A.M.P. et. al. Ensino de Ciências por Investigação: Condição para implementação na sala de aula. São Paulo, 2013.
LINDEMANN, R. H.; MARQUES, C. A. Contextualização E Educação Ambiental No Ensino De Química: Implicações Na Educação Do Campo. VII Encontra Nacional de Pesquisa e Educação em Ciências. Florianópolis, 2009.
NOGUEIRA, F. F.; COSTA, I.A.; PEREIRA, U. A. Análise de parâmetros físico-químicos da água e do uso e ocupação do solo na sub-bacia do Córrego da Água Branca no município de Nerópolis – Goiás. GOIÂNIA, JULHO DE 2015.
PEREIRA, R.S. Poluição hídrica: causas e consequências. IPH- UFRGS. Revista Eletrônica de Recursos Hídricos, v. 1, n. 1., 2004.
MORAES, R; GALIAZZI, M.C. Análise textual discursiva. Ijuì. Editora Unijuí, 2007.
UHMANN, R. I. M. et al. Contextualização da educação ambiental no ensino de ciências e química. 37º Encontro de Debate sobre o Ensino de Ciências. FURG, 2017.
MIRANDA, D. G. P; COSTA, N. S. Professor de Química: Formação, competências/ habilidades e posturas. 2007. Disponível em:<http://www.ufpa.br/eduquim/formdoc.html > Acesso em: 20 de julho de 2018.
ZUIN, V. G.; IORIATTI, M.C. S.; MATHEUS, C. E. O Emprego de Parâmetros Físicos e Químicos para a Avaliação da Qualidade de Águas Naturais: Uma Proposta para a Educação Química e Ambiental na Perspectiva CTSA. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Vol. 31 N° 1, 2009

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