AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DOS POÇOS DO POVOADO DE MATÕES DOS MOREIRAS NA CIDADE DE CODÓ, MARANHÃO
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ambiental
Autores
Filho, I. (IFMA) ; Ferreira, L. (IFMA) ; Aragão, N. (UFMA) ; Silva, M. (UFMA) ; Freitas, A. (IFMA)
Resumo
Visando a avaliação da qualidade microbiológica da água consumida pelos moradores de Matões dos Moreiras na cidade de Codó, Maranhão, foi realizado o estudo sobre a determinação de coliformes totais e Escherichia coli nas águas de 3 poços do povoado especificado em que suas águas são utilizadas para consumo. As análises microbiológicas foram realizadas em triplicata pelo Teste Colilert®. Os parâmetros foram comparados com a potabilidade básica com destino a consumo humano exigida na Portaria Consolidação nº5 de 28 de setembro de 2017, anexo XX do Min. de Saúde. As amostras dos poços apresentaram presença para coliformes totais e em apenas um, teve ausência para E.coli. Este trabalho demonstrou que os poços analisados possuem águas fora do padrão de aceitabilidade para consumo humano
Palavras chaves
qualidade; contaminação; potabilidade
Introdução
Estima-se, no entanto, que cerca de 1,5 bilhões de pessoas não tenham, em todo o mundo, acesso a água de boa qualidade (UN Statistics Division 2008). A água se relaciona a saúde humana de várias maneiras como: veículo de agentes microbianos causadores de gastrenterites, de agentes tóxicos seja natural ou antrópico, de vetores de doenças e impactos físicos diretos (CONFALONIEIRI et.al., 2010 apud. BICUDO, et.al 2010). De acordo com o manual prático de análise de água da Funasa, a água potável deve ser isenta de microorganismos patogênicos e deve ser livre de bactérias indicadoras de contaminação fecal. Os indicadores de contaminação fecal pertencem ao grupo de bactérias denominadas coliformes, o principal representante destas bactérias é a Escherichia coli (BRASIL, 2013). A qualidade da água é atestada por meio de micoorganismos indicadores, pois se desenvolvem em condições semelhantes a dos microorganismos patogênicos, porém com um tempo de sobrevivência maior (FORSYTHE, 2002). Micro-organismos indicadores são grupos ou espécies de micro-organismos que, quando presentes em um alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, sobre a provável presença de patógenos, além de poderem indicar condições sanitárias inadequadas. Os indicadores de contaminação fecal ou da qualidade higiênico sanitária dos alimentos mais utilizados são coliformes totais, coliformes fecais (Escherichia coli) e enterococos. A Portaria 2.914/11 (PRC nº5 de 28 de setembro de 2017, anexo XX) adota como parâmetros micorbiológicos indicadores da qualidade da água, coliformes totais e Escherichia coli (FRANCO, 2008).
Material e métodos
As análises foram feitas em triplicatas seguindo a metodologia Standard Methods for the Examination of Water and Wastwater (2012). Os parâmetros foram comparados conforme a potabilidade básica, com destino a consumo humano exigida na PRC nº5 de 28 de setembro de 2017, anexo XX, assim como a verificação dos resultados das análises, foram utilizados os VMP (valores máximos permitidos) da mesma portaria. Utilizou-se o substrato cromogênico Colilert da IDEX que utiliza tecnologia de substrato definido para detecção de coliformes totais e Escherichia coli em água. O método utilizado foi enzimático, através do Colilert, cada substrato cromogênico foi adicionada em 100mL de cada amostra. Toda manipulação foi feita sob chama do bico de Bunsen, com bancada previamente limpa e esterilizada com álcool 70%. Após adicionado o Colilert na amostra, foi feita a homogeneização das mesma, e levada a estufa bacteriológica TE 392/I da TECNAL a 35°C, e após 24 horas foram feitas as leituras. Para a determinação dos coliformes totais, à medida que os coliformes se reproduzem no Colillert, utilizar-se-á β-galactosidade para metabolizar o indicador de nutriente orto- nitrofenil β-D-galactosidase (ONPG) e alterá a cor da amostra para amarelo. Já para a determinação da Escherichia coli, utiliza β-glucuronidase para metabolizar o 4 metil-umbeliferil-β-D glucumorato (MUG) e criar fluorescência. As amostras foram levadas a lâmpada UV, e apresentando fluorescência há presença de E.coli (APHA, 2012).
Resultado e discussão
Os resultados são qualitativos e de acordo com a PRC nº5, de 28 de setembro
de 2017, anexo XX do Ministério de
Saúde, o valor máximo permitido para coliformes totais e Escherichia coli é
de
ausência em 100 mL de amostra. As amostras dos três poços cacimba Figura 1
(a), artesiano Figura 1 (b) e cacimbão Figura 1 (c) apresentaram presença
para
coliformes totais apresentando mudança de coloração para amarelo Figura 1
(d),
(e) e (f).
A mudança de coloração da amostra para o amarelo indica que os coliformes se
reproduziram na presença do substrato cromogênico, utilizando a β-
galactosidade para metabolizar o orto-nitrofenil β-D-galactosidase (ONPG).
Observou-se a presença de E.coli para os poços cacimba, Figura 2 (a) e
cacimbão Figura 2 (c), apresentando fluorescência, onde apenas as amostras
do
poço artesiano Figura 2 (b) teve ausência para E. coli, não apresentando
fluorescência.
A presença de fluorescência nas amostras representa que E.coli se
reproduziram
na presença do substrato cromogênico, utilizando-se β-glucuronidase para
metabolizar o 4 metil-umbeliferil-β-D glucumorato (MUG).
Apesar dos coliformes totais não indicarem contaminação fecal, e por si só
não
apresentarem perigo a saúde, estas bactérias são microrganismos indicadores
de
possível presença de microrganismos patogênicos, pois se desenvolvem em
condições semelhantes (FRANCO, 2008).
A Escherichia coli presente na flora intestinal de humanos geralmente não
apresenta danos, porém em outras partes do corpo a pode causar doenças
graves
como infecção no trato urinário e meningite (WHO, 2011).
Águas obtidas no:a)poço cacimba, b)poço artesiano,c)poço cacimbão.Confirmação de coliformes totais nas amostras: d)poço cacimba, e)do poço artesiano
a) poço cacimba, b) poço artesiano e c) poço cacimbão.
Conclusões
Este trabalho demonstrou que os três poços analisados de Matões dos Moreiras em Codó-Maranhão, possuem águas fora do padrão de aceitabilidade para consumo humano estabelecido pela PRC nº5 de 28 de setembro de 2017, anexo XX do Ministério de Saúde. Observou-se a necessidade do tratamento e manutenção dos poços analisados, devendo ainda se buscar a fonte de contaminação para minimizar os impactos ocasionados à saúde devido o consumo da água adquirida no respectivo povoado analisado.
Agradecimentos
A Deus, ao Laboratório de Bioprodutos LTDA-Cernitas e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.
Referências
1. APHA, AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 22 ed. Washington, EUA, 2012.
2. BICUDO, C.E. de M.; TUNDISI, J.G.; SHEUENSTUHL, M.C.B. Águas do Brasil: análises estratégicas, Instituto de Botânica, São Paulo, 2010.
3. BRASIL. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, Manual prático de análise de água. 4ª ed. rev. -Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2013.
4. FORSYTHE, Stephen. J. Microbiologia da Segurança Alimentar. Editora Artmed: Porto Alegre, RS, 2002.
5. FRANCO, Bernardette Dora Gombossy de Melo e LANDGRAF, Mariza Microbiologia dos alimentos, São Paulo: Editora Atheneu, 2008.
6. WHO, World Health Organization, Guidelines for drinking-water quality, 4ª ed. Estados Unidos, 2011.