AVALIAÇÃO DO DESCARTE DE BATERIAS NAS ASSISTÊNCIA TÉCNICAS DE SMARTPHONES E CELULARES NO BAIRRO DA CAMPINA, BELÉM- PA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ambiental
Autores
Rodrigues, R.C.O.A. (IFPA - CAMPUS BELÉM) ; Ferreira, R.B.V. (IFPA - CAMPUS BELÉM) ; Oliveira, J.S. (IFPA - CAMPUS BELÉM) ; Rodrigues, E.A. (IFPA - CAMPUS BELÉM)
Resumo
No Brasil, o consumo de pilhas e baterias está crescendo rapidamente. E a carência de alternativas para o descarte correto e a falta de informação da população consumidora faz com que esses resíduos, que têm em sua composição metais pesados, sejam descartados de maneira inadequada, causando riscos ao meio ambiente e à saúde. O objetivo deste trabalho é avaliar o descarte de baterias pelas assistências técnicas de smartphones e celulares no bairro da Campina, Belém-PA. Os resultados obtidos através de questionários sinalizam a necessidade de orientar e capacitar os profissionais atuantes em assistências técnicas de smartphones e celulares do bairro estudado.
Palavras chaves
Baterias; Descarte; Meio ambiente
Introdução
Hoje em dia os smartphones tornaram-se necessidade básica para uma grande parcela da sociedade atual, suas utilidades estão na capacidade que um pequeno dispositivo de aparelho celular tem de nos aproximar da nossa família, amigos e colegas de trabalho, por diversos meios e de extrema importância para continuarmos antenados e conectados nas informações que acontecem em qualquer lugar do mundo. Com a inovação tecnológica e o aprimoramento de aparelhos celulares, com sistemas mais expressivos, virou um hábito trocar um aparelho de celular seminovo por um que possui uma tecnologia mais sofisticada. Sendo assim, gera o descarte de aparelho velho e ultrapassado para a compra de um mais moderno. Isso fortalece a idéia de que o número de resíduos químicos a serem descartados só tem a crescer. No Brasil, esse hábito ganha força pelo aumento de poder de consumo das pessoas, o brasileiro troca de aparelho celular em média a cada dois anos de uso (CNPQ, 2012). Os danos que uma pilha e bateria podem causar ao meio ambiente são inúmeros. Pois estes dispositivos contem em sua composição metais pesados, como: cádmio e lítio, entre outros. Neste contexto o presente trabalho tem como objetivo levantar informações sobre o descarte de baterias de celulares nas assistências técnicas no bairro da Campina, Belém-PA.
Material e métodos
O estudo foi desenvolvido em assistências técnicas de smartphones e celulares situadas no bairro da Campina, na cidade de Belém, capital do estado do Pará. Esse bairro foi escolhido por ser o centro comercial da cidade de Belém e, por conseqüência, apresentar um expressivo número de assistências técnicas de celulares e atenderem não somente os habitantes do bairro, mas também grande parcela da população de Belém e região metropolitana. A coleta de dados foi realizada em uma etapa, por meio de questionários aplicados em 32 assistências técnicas, no período de novembro a dezembro de 2017. No total foram produzidas oito questões fechadas, que variam em dois parâmetros de avaliação: sim e não. Para elaboração do questionário foram levados em consideração aspectos referentes a presença de substâncias tóxicas nas baterias, dano ambiental provocado pelo descarte inadequado desses materiais, conhecimento da legislação vigente, responsabilidade da destinação correta, reciclagem desses resíduos, conhecimento de pontos de coletas na cidade, descarte de baterias pelas assistências técnicas e conscientização de clientes. Os dados coletados, resultantes das respostas advindas dos questionários, foram dispostos em planilhas e, após o tratamento dos dados, foram gerados gráficos no programa Microsoft Excel® 2007 com o objetivo de melhor visualizar os resultados.
Resultado e discussão
Comparando os resultados obtidos com os dados de outros autores, Tabela 01, é
possível observar que, quando questionados sobre a presença de materiais tóxicos
nas baterias (P1), sobre o perigo de descartar esse material no meio ambiente
(P2), sobre conhecer a Resolução CONAMA 401/2008 (P3) e sobre ter ouvido falar
sobre reciclagem de baterias (P5), as assistências técnicas de smartphones e
celulares apresentaram maior conhecimento a respeito do tema pesquisado em
relação a população em geral. Fato compreensível, pois esse é um público
especializado.
Ao serem indagados sobre conhecer postos de coleta na cidade (P6), os dados
obtidos na literatura foram mais satisfatórios, o que possibilita inferir que as
assistências técnicas sabem que as baterias podem ser recicladas, porém metade
não conhece postos de coleta na cidade. Situação que pode ser justificada pela
inexistência de estrutura de coleta e divulgação da localização dos pontos de
coleta. Já sobre a forma de descarte escolhida pelas assistências (P7), apenas
47% descartam as baterias em postos de coleta, o que corrobora os 50% que
conhecem postos de coleta. Mas o que chama a atenção é a parcela que tem o lixo
comum (34%) como destinação das baterias. Na literatura, 71% da população sabem
da localização de postos de coleta, porém menos de 18% depositam suas baterias
nesses locais, sendo o lixo comum a forma de descarte prevalente entre a
população.
No Gráfico 01 é possível visualizar que há divergência de opinião sobre a
responsabilidade do descarte de baterias, quando na legislação diz que a
responsabilidade é compartilhada (BRASIL, 2010).
O Gráfico 02 revela que 81% das assistências não fazem propaganda a respeito do
descarte de baterias em suas lojas.
Tabela de comparação dos resultados obtidos com os encontrados na literatura.
resultados gráfico das perguntas 4 e 8 do questionário aplicado.
Conclusões
Foi constatado que a maior parte das assistências técnicas pesquisadas sabe que as baterias podem ser recicladas, porém menos da metade descartam as baterias usadas em postos de coleta. Também se tornou evidente o desconhecimento das leis e a falta de informações aos clientes a respeito do descarte correto das baterias, sinalizando a necessidade de orientar e capacitar os profissionais atuantes em assistências técnicas de smartphones e celulares do bairro da Campina em Belém.
Agradecimentos
Ao IFPA e às Assistências Técnicas pesquisadas.
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