APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA LARANJA: UMA REVISÃO
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ambiental
Autores
Douglas Ferreira da Silva, M. (ULBRA) ; Marques Silva, L. (ULBRA) ; Pereira Santos, S. (ULBRA) ; da Silva Borges, W. (ULBRA)
Resumo
O Brasil esta colocado mundialmente como o maior produtor e exportador do suco de laranja o que gera o acúmulo de toneladas de subprodutos,sendo que tais resíduos possuem grande potencial nutritivo e econômico. Diante deste problema foi realizado um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório para um levantamento quantitativo com a utilização de dados científicos e então concluímos que os dejetos orgânicos possuem suas infinitas funcionalidades que podem ser expandidas além das indústrias trazendo benefícios para os investidores e reduzindo os impactos ambientais causados por estes resíduos.
Palavras chaves
Aproveitamento; Laranja; Subprodutos
Introdução
Em ranking mundial de produção e exportação do suco de laranja o Brasil se mantém à frente de todos e recentemente a safra brasileira aumentou em 29% nas exportações, então 1,15 milhão de toneladas de suco de laranja concentrado foram exportados pelo país (TOLEDO, 2018; G1, 2016). Assim cotidianamente a indústria de alimentos no Brasil produz grande quantidade de resíduos sólidos orgânicos, sendo os mesmos, grandes poluentes do ecossistema. Os materiais de descartes são cascas, albedo, sementes, aparas e vesículas que possuem capacidade econômica e nutricional elevada (NASCIMENTO, et al., 2013). Na presença deste problema alguns resíduos industriais são direcionados para se tornarem ração animal e fertilizantes, porém a demanda destes produtos é variável, o que torna mais do que necessário a criação de métodos eficazes para o fim destes resíduos (SCHIEBER, et al., 2001). Portanto, esta revisão bibliográfica tem como objetivo apresentar diferentes maneiras de aproveitamento dos subprodutos da laranja, pois segundo Lima et al (2014) esses resíduos possuem potencial como matéria-prima agregando valor nutricional a outros alimentos e consequentemente reduzindo os impactos ambientais.
Material e métodos
Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica de caráter exploratório para um levantamento quantitativo com a utilização de dados científicos acessados por meio eletrônico na Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e também em outras fontes de pesquisas de artigos. O intervalo de tempo utilizado foi de 2009-2018. Foi selecionado artigos de áreas distintas para que se tivesse uma análise das principais aplicações dos resíduos e quais compostos se poderiam formar ou ser analisados com tais resíduos. O critério adotado para seleção de arquivos teve como base data de publicação, variedades de espécies alvo sendo iguais as espécies comercializadas no Brasil, ou com características semelhantes, para que o foco de se estudar resíduos da laranja e realizar a comparação com outros resíduos resultasse em dados atuais e relevantes levando em conta agropecuária atual do Brasil.
Resultado e discussão
Resíduos orgânicos possui inúmeras funcionalidades e a junção de diferentes
tipos podem trazer resultados notáveis, como na produção de carvão ativado,
Cavalcante (2015) pontua que esse produto provoca a diminuição do pH,
turbidez e da condutividade elétrica na filtragem da água, tendo assim
potencial para substituir produtos não sustentáveis e abundantes como tais
resíduos.
Segundo Dias (2009), a pectina é um composto com alto poder geleificante,
sendo utilizado na indústria para dar a textura característica do Iogurtes,
já os óleos essenciais são conhecidos na indústria de fármacos como
antimicrobianos, citotóxicos e antinflamatórios. A tabela 1, com dados de
Rojas (2009), apresenta valores centesimais da extração da pectina partir de
subprodutos de cítricos e teores centesimais dos óleos essenciais.
A fibra da laranja pode ser um ótimo substituto de gordura de gordura
panificação sem que haja alterações em suas características visuais e
tecnológicas, além de que alimentos ricos em fibras são mais absorvidos pelo
organismo e possuem inúmeros benefícios, como o controle glicêmico. (STOLL,
2015.; CARVALHO, 2012). A tabela 2 mostra dados de carboidratos e fibras de
resíduos Storck et al (2015) constatou que a farinha dos resíduos da laranja
tem um nível de pH próximo a 4.2, enquanto da acerola ficou em 3.6, e 3.7
para as farinhas da maçã e uva, sendo assim a farinha dos resíduos da
laranja tem uma farinha mais próxima da neutralidade do pH, tendo um impacto
menor no sabor final ao produto a ser incrementado. Segundo o mesmo estudo,
a farinha da laranja possui três vezes mais grupos de polifenol da acerola e
3.5 vezes a quantidade centesimal da maçã, ficando atrás da farinha da uva,
que é cerca de 45% maior do que o percentual.
*Extraída dos subprodutos da extração do suco **Extraída dos resíduos remanescentes da hidrodestilação
*Marques (2010) ** Stefanello (2012)
Conclusões
Sendo assim com os devidos dados estudados e apresentados, temos que o benefício da utilização de resíduos da laranja vai além da área de sustentabilidade, produtos formados a partir de tais resíduos podem ser utilizados em diversas áreas como na indústria, com o carvão ativado e o uso de sua pectina, sendo o uso na produção de alimentos funcionais a sua área de maior potencial, visto seu alto índice de fibra e baixo nível de carboidrato, como também a grande presença de grupos polifenóicos, que segundo Pandey (2009) são capazes de atuar no controle da absorção da glicose.
Agradecimentos
Ao professor Dr. Wesley da Silva Borges, pela orientação, suporte e confiança.
Referências
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