DETERMINAÇÃO DE pH EM EXTRATOS AQUOSOS ELABORADOS A PARTIR DO APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS: EXPERIENCIA DESENVOLVIDA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ambiental

Autores

Anselmo, M.L. (UEA) ; Eleutério, C.M.S. (UEA) ; Assis Júnior, P.C. (UEA)

Resumo

Utilizando a proposta vinculada ao plano de desenvolvimento do Estágio Supervisionado Educação Ambiental, este trabalho objetivou contextualizar o conteúdo de pH com extratos aquosos reaproveitando resíduos descartado da fábrica de beneficiamento de Parintins. Para tanto, fez uso da experimentação com finalidade de analisar escalas de acidez ou alcalinidade presentes nos extratos. A utilização do eixo temático, foi relevante no processo de ensino aprendizagem, contribuindo para um ambiente de conhecimento, favorecendo um ensino significativo com diálogos e práticas laboratoriais, fortalecendo e agregando valor na Experimentação. A ideia possibilitou fortes pensamentos fazendo com quer os alunos pudessem conhecer a realidade quanto às escalas de ph em diferente extratos de resíduos.

Palavras chaves

Estágio supervisionado; Educação Ambiental; análise de pH

Introdução

Esta experiência foi realizada em uma escola campo-estágio, localizada no município de Parintins-AM com finalidade de atender as propostas do Plano de Trabalho do Estágio Supervisionado, estabelecido aos Grupos Temáticos (GT): GT1 Experimentação; GT2 - Educação Ambiental; GT3-Ludicidade, GT4 Etnoconhecimento e GT5 – CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente). OEstágio Supervisionado é amparado pela LDB nº 9394/96, definido no Art. 61 como trabalho desenvolvido em situações reais nas escolas. As Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química (2001) consideram o Estágio Supervisionado como atividades extraclasse e o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Química (2001), do Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), vinculado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), estabelece uma carga de 540 horas para o Estágio Supervisionado que tem início no 5º período com a disciplina Educação Ambiental. Partindo dessa perspectiva foi trabalhado na escola campo-estágio os princípios da Educação Ambiental tomando como referência os resíduos agroindustriais descartados pela fábrica de beneficiamento. De acordo com Lousada Júnior et al. (2006), a produção de polpas de frutas em geral, é responsável por 40% de resíduos agroindustriais gerados no Brasil. A Política de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10) no Art. 4º ampara e incentiva a pesquisa e o desenvolvimento de atividade de reciclagem, reaproveitamento e tratamento do resíduo sólido. A partir dessa contextualização foram identificados os tipos de resíduos descartados pela indústria de beneficiamento como: maracujá (Passiflora sp), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), açaí (Euterpe oleracea) e abacaxi (Ananas comusa), contextualizando o ensino de Química analizando pH, a base de extratos de resíduos.

Material e métodos

O procedimento metodológico desse trabalho foi estruturado em quatro momentos distintos. No primeiro momento foi realizada a contextualização com turmas do segundo ano do ensino médio, apresentando aos alunos os princípios da Educação Ambiental e a Política Nacional de Resíduos Sólidos costitucionalizada na Lei nº 12.305/10 que serviram como ponto de partida para a discussão sobre o descarte de resíduos agroindustriais ao meio ambiente. Quanto ao segundo momento, foi feita a visita a uma indústria de beneficiamento de frutos, localizada na área urbana da cidade do municipio de Parintins-AM, com a finalidade de identificar os tipos de resíduos descartados pela agroindústria destacando as cascas do maracujá (Passiflora sp), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), açaí (Euterpe oleracea) e a coroa do abacaxi (Ananas comusa). No terceiro momento, os resíduos foram tratados, sendo lavados, cortados, triturados por auxilio de um triturador orgânico e expostos ao sol de modo a possibiltar a secagem natural. Após esse procedimento, foram elaborados quatros extratos aquosos tomando como referência a metodologia adaptada por Sales-Campos (2012), no processo de infusão. Por outro lado, no quarto momento, nas aulas de regências, foram realizados testes de pH, utilizando a fita de pH e o aparelho pHmetro. Os alunos foram divididos em quatro grupos e cada grupo ficou responsável por um extrato com cores variadas para verificar o pH, norteando o ensino aprendizagem na Quimica, como regem os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio (BRASIL 2002).

Resultado e discussão

Na perspectiva dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio - PCNEM (2002), a Química se utiliza de uma linguagem própria, para a representação dos fenômenos e transformações químicas, propõem que nesta etapa da educação básica, os conteúdos sejam abordados a partir de temas que permitam a contextualização. Oliveira e Soares (2010), corroboram, a experimentação apresenta várias contribuições, motiva e desperta a atenção dos alunos, desenvolve trabalhos em grupos e incentiva a tomada de decisões, estimulando criatividades. Com isso, percebe nesses resultados uma pequena diferença entre os índices de pH. Isso contribuiu para mostrar aos alunos que as verificações realizadas com o pHmetro são mais confiáveis do que as efetuadas com as tiras de pH na figura anexada, que não necessita de calibração, manutenção, sendo práticas para aplicação em qualquer contexto. As tiras de pH consistem num filtro de papel embebido com um indicador ou uma mistura de indicadores, que aponta a escala de pH, do ácido ao básico, através de uma variedade de cores. Por outro lado, o pHmetro é um eletrodo conectado a um potenciômetro, que possibilita a conversão do valor de potencial. Quando o eletrodo é submerso na amostra, ele produz millivolts que são transformados para uma escala de pH. Neste contexto, as cores indicaram o extrato alcalino ao (abacaxi – pH 7) e os ácidos (maracujá – pH 3, açaí – pH 4 e o cupuaçu – pH 5). Os alunos foram informados que as tiras de pH são mais práticas, os testes são rápidos e pontuais, porém, os resultados não precisos para o nível de pH. Para uma medição exata é recomendado o pHmêtro. Esses resultados são similares aos de Sales Campos (2012), que alcançou os mesmos dados em extratos a base de residuos agroindustriais amazônicos em seu experimento.

Conclusões

Diante do exposto, os extratos de resíduos agroindustriais testados na escola campo-estágio, desenvolvidos pelos acadêmicos, em contrapartida dos alunos do Segundo ano do ensino medio, expôem resultados significativos para a contextualização dos conteúdos “Equilíbrio em Sistemas Aquosos e pH de Soluções”, realizado no laboratório de ciências da escola, visto que, a contextualização estabelecida pelo PCNEM e pelos PCN+ é primordial em seu papel central na formação da cidadania, tendo em vista, que a experimentação é um recurso capaz de nortear e fazer uma ponte para promover as inter- relações entre conhecimentos escolares e situações presentes no dia a dia dos alunos, ensinando a química atual com reflexões interatividade, complementação, e fatos reais existente no cotidiano do aluno.

Agradecimentos

A escola Campo Estágio, que favoreceu essa ponte de conhecimento no futuro campo de atuação. Aos professoes do curso de quimica da uea e professores regentes pelo apoio.

Referências

____.BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica: PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ensino Médio. Brasília, 2006, p. 117.
____.BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Química. Parecer CNE/CES 13/03/2001. Diário Oficial da União, 7/12/2001, sessão 1 p. 25. Brasília, DF, 2001.
____.BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, 20 de dezembro de 1996.
____.BRASIL (País) Secretaria de Educação Básica - Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 2. Ciências da natureza,Química e suas tecnologias. Brasília, 2002.
____. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Básico. PCN+ ensino médio: orientações curriculares complementares aos paramentos curriculares nacionais, 2002.
OLIVEIRA, N. de; SOARES, M. H. F. B. As atividades de experimentação investigativa em ciência na sala de aula de escolas de ensino médio e suas interações com o lúdico. In: ENEQ, 15, 2010. Brasília. Resumos. Brasília: UnB, 2010.
SALES-CAMPOS C, Minhoni MTA, Andrade MCN (2010) Produtividade de Pleurotus Sales-Campos, C. 2008. Aproveitamento de resíduos madeireiros e da agroindústria regional para o cultivo de fungos comestíveis de ocorrência na região amazônica. Tese (Doutorado em Biotecnologia), Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2008. 197p. ostreatus em resíduos da Amazônia. Intercedência 35: 198-204.

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