O TEOR DE FERRO NA ÁGUA SUBTERRÂNEA DO MUNICÍPIO DE HUMBERTO DE CAMPOS – MA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Ambiental
Autores
Abdala, K.V.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Rohlfs, D.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)
Resumo
O município de Humberto de Campos-MA possui uma vasta área hidrográfica, sendo a água subterrânea mais utilizada para consumo humano na zona urbana e água superficial na zona rural. Localizada na região litorânea do Estado do Maranhão, seu subsolo é rico em minérios e especificamente o minério de ferro (hematita, magnetita e siderite) por isso a água subterrânea possui um alto teor de ferro estando fora do padrão de potabilidade e pode causar prejuízos na saúde e socioeconômicos na população. Não há caso de intoxicação por ferro em pessoas por consumo dessa água, mas o grande dano da população está relacionado aos seus gastos financeiros.
Palavras chaves
Água; ferro; Humberto de Campos-MA
Introdução
De acordo com Portaria n° 2.914/2011, água potável é aquela que atende ao padrão de potabilidade (conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano), ou seja, ao ser consumida não causa riscos à saúde e nem rejeição (BRASIL, 2011). Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA, 2007), o Brasil é o país com a maior disponibilidade hídrica do mundo. A qualidade química da água está ligada ao meio ambiente natural (CARVALHO,2005). No município de Humberto de Campos-MA a maior parte de água utilizada para consumo humano é subterrânea. A população humbertuense tem um grande gasto financeiro para aquisição de água potável para consumo devido alto teor de ferro. Objetiva-se apresentar as possíveis causas do excessivo teor de ferro na água subterrânea do município e sugerir alternativa para o abastecimento de água da população humbertuense.
Material e métodos
Neste trabalho foi realizado um levantamento histórico-geográfico do município de Humberto de Campos-MA, através de pesquisa documental. Os dados obtidos do teor de ferro das águas subterrâneas do município de Humberto de Campos-MA foram retirados de laudos das amostras de água dos Poços da CAEMA, e dos Poços da Prefeitura, que são os dois órgãos responsáveis pelo abastecimento da população humbertuense, sendo a que a concessão só abastece a zona urbana, e a prefeitura abastece parte da zona urbana e também a zona rural. Estas amostras foram coletadas e em seguida enviadas para o LACEN-MA (Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão) através da Vigilância em Saúde Ambiental de Humberto de Campos-MA (VSA/HC). Os laudos das amostras das águas foram disponibilizados pela VSA/HC. Comparou-se a quantidade de ferro presente na água que a concessão e a prefeitura fornecem à população através de poços, relacionando zona urbana e zona rural, e assim fez-se uma equiparação da zona com maior excesso da substância, baseado no padrão de potabilidade da água segundo a Portaria N°2914/2011. Discutiu-se as possíveis consequências para saúde e também econômicas causadas pelo consumo da água fornecida à população humbertuense.
Resultado e discussão
A Vigilância em Saúde Ambiental do município de Humberto de Campos-MA
disponibilizou dados das amostras de água da concessão e da prefeitura,
sendo que a primeira abastece a zona urbana e a segunda abastece tanto a
zona urbana quanto a rural.
Na Zona Urbana (sede), o teor de ferro da água fornecida pela concessão,
representada por amostras de água do P2 e P3, nota-se um valor que excede
até 600% do Valor Máximo Permitido segundo a Portaria 2914/11. Ao comparar
com a água fornecida pelos poços da prefeitura observa-se que esta também
possui valores excessivos de ferro. Isso significa que a água para consumo
oferecida à população de Humberto de Campos-MA encontra-se fora do padrão de
potabilidade para o parâmetro ferro, em todas as amostras coletadas nas
fontes de abastecimento da população urbana.
Na Zona Rural (povoados): a população é abastecida por poços da prefeitura,
onde em sua maioria, o teor de ferro para água de consumo humano encontra-se
dentro dos padrões de potabilidade. Apenas em 4 poços os valores
apresentadas estavam acima do valor máximo permitido, caracterizando a água
como imprópria para o consumo.
É válido ressaltar que a sede do município fica localizada no litoral do
Maranhão, daí sua geologia contribuir bastante para seu subsolo conter alto
teor de ferro. Já os povoados encontram-se mais afastados do litoral, exceto
o Povoado Cedro que situa-se também no litoral, sendo um dos poucos que
apresentou resultado insatisfatório, porém bem próximo ao VMP. Para os
povoados da área rural que apresentaram VMP acima do permitido é importante
investigação ambiental para definir a fonte de contaminação da água com
ferro. Segue Tabela 1.
Tabela 1 – Teor de Ferro da Água que abastece a zona urbana e rural de Humberto de Campos-MA, no ano de 2014.
Conclusões
Os motivos mais visíveis para o alto teor de ferro da água subterrânea de Humberto de Campos-MA são: as características químicas da água subterrâneas que refletem os meios por onde percolam possuindo uma estreita relação com os tipos de rochas drenadas, decorrentes de aspectos geomorfológicos. Sendo assim, a alternativa mais viável para a água de consumo humano desta localidade, é a da construção de uma Estação de Tratamento de Água(ETA) tendo como fonte de abastecimento o Rio Periá, ou seja, está na água superficial que circunda o município.
Agradecimentos
A DEUS por me conceder a vida, me fazer conhecê-lo, e ter me dado a oportunidade de ser Sua filha. A meus pais, minha avó aos demais familiares.
Referências
ANA, 2007. GEO Brasil: recursos hídricos: resumo executivo. / Ministério do Meio Ambiente; Agência Nacional de Águas ; Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Brasília: MMA; ANA, 2007. 60 p. : il. (GEO Brasil Série Temática : GEO Brasil Recursos Hídricos)
BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
CARVALHO, Marilda Nascimento et al. II-199 - Remoção Do Ferro Da Água Potável Da Grande
Recife Por Adsorção Em Materiais Naturais: Fase Ii – Avaliação Comparativa Da Baronesa Com O Bagaço De Cana-De-Açúcar. In: 23° Congresso Brasileiro De Engenharia Sanitária E Ambiental, 23., 2005, Campo Grande Ms. Anais... . Rio de Janeiro Rj: Abes, 2005. p. 1 - 13.