ANÁLISE DO POLUENTE DIURON EM REGIÃO INDUSTRIAL DE SÃO LUÍS, MA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Analítica

Autores

Ferreira, A.M.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Diniz, M.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Silva, L.K. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Silva, D.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Santos, R.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Brito, N.M. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

O Diuron é um composto tóxico usado na composição de tintas para revestimentos de embarcações com a função de evitar que organismos marinhos colonizem estruturas submersas na água do mar. No Maranhão a área Portuária abriga portos pertencentes às principais indústrias atuantes no estado que recebem navios de diversos países. Este trabalho consiste na validação de um método analítico para a determinação do Diuron em água marinhas. O preparo da amostra ocorreu por extração em fase sólida. Acromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa foi empregada para a quantificação do analito a partir das amostras coletadas. Estudos de recuperação apresentaram resultados entre 70% e 120% para o composto. Os limites de detecção e quantificação foi de 0,82 μg L-1 e 5,0 respectivamente

Palavras chaves

Validação; Diuron; Poluente

Introdução

A maioria dos poluentes entram no ambiente marinho, resultando em efeitos desastrosos como danos aos recursos vivos, riscos à saúde humana, prejudica as atividades marinhas incluindo a pesca e compromete a qualidade da água. (GODOI et al, 2003). dentre diversos poluentes orgânicos existe o Diuron 3- (3,4-dichlorophenyl)-1,1-dimethylurea que é um composto de alta tóxidade usado na composição de tintas para revestimentos de embarcações com a função de evitar que organismos marinhos colonizem estruturas submersas na água do mar resultando na bioincrustração dos cascos (CASTRO, 2011). São Luís, abriga portos das principais indústrias que desempenham atividades importantes para a economia mundial, ao mesmo tempo o litoral maranhense possui um dos ecossistemas estuarinos composto por manguezais que tem sofrido contaminações que possivelmente são resultados do processo de desenvolvimento econômico atual seguido da implantação de grandes empreendimentos portuários (FORTES, 2010). Estes compostos são relevantes ao estudo em questão, uma vez que afetam a biota, especialmente a produção primária, causando perturbações em toda a cadeia trófica. Devido a isto, estudar métodos analíticos para a verificação dos níveis de concentração do Diuron pode conduzir estudos futuros à compreensão de seus imapctos em ambientes sensíveis como os manguezais localizados em regiões tropicais, uma vez que a maioria dos estudos presentes na literatura foram realizados em regiões temperadas do planeta.

Material e métodos

A validação de metodologias analíticas utilizadas para a determinação de poluentes orgânicos precisam ser previamente validadas com a finalidade de avaliar o desempenho do método de modo a garantir a confiabilidade dos resultados obtidos (INMETRO, 2016). Este trabalho avaliou os seguintes parâmetros: linearidade, exatidão, precisão, limite de detecção e limite de quantificação. A área de coleta das amostras está localizada em Estreito dos Coqueiros, região de industria de são Luís. A linearidade foi avaliada por meio da curva analíticas com soluções de Diuron em 9 diferentes níveis de concentração em PPB. Cada solução foi injetada no cromatógrafo liquido (LC) e em seguida observou-se a linearidade do método pelo coeficiente de correlação linear (r). A extração em fase sólida ocorreu com cartucho Strata® C18-E contendo 500 mg do sorvente em tubos com capacidade de 6,0 mL. Os cartuchos foram condicionados com metanol e água ultra pura para um volume de 250 mL da amostra, a eluição dos analitos foi feita com 2 mL de metanol, o eluato foi levado à secura por corrente de nitrogênio gasoso e restituído com 1,0 mL da fase móvel (acetonitrila e água). A precisão foi avaliada pela repetitividade em que as amostras fortificadas nos níveis 5,0; 20,0 e 80,0 PPB com injeções em triplicata. A exatidão se deu por meio de estudos de recuperação que consiste na "fortificação" da amostra, ou seja, na adição de soluções com diferentes concentrações do analito de interesse seguida pela determinação da concentração do analito adicionado (BRITO, et al 2003). O limite de detecção (LD) foi baseado na estimativa a partir de experimentos de recuperação. O limite de quantificação (LQ) foi determinado pelo menor nível de fortificação que o analito pode ser detectado com confiança.

Resultado e discussão

Segundo o INMETRO a quantificação requer que se conheça a dependência entre a resposta medida e a concentração do analito. A linearidade foi obtida pela expressão matemática usada para o cálculo da concentração do analito a ser determinado na amostra real. A equação da reta para o Diuron foi Y= 995,82,95x + 175,28 e e o coeficiente de correlação linear 0,9996 conforme a figura 1. Para a exatidão estudo de recuperação foi feito comparando os valores de área da amostra fortificada antes do processo de extração com os dados obtidos ao analisar as amostras fortificadas e após o processo contendo concentrações conhecidas de padrões (branco fortificado), todos os testes para o Diuron encontram-se ente 105 e 120% dentro conforme a orientação do INMETRO. A precisão foi avaliada em relação aos níveis de repetibilidade. Para esta finalidade seis amostras foram enriquecidas em dois diferentes níveis de concentração 5,0 e 20,0 PPB. A precisão do método foi aceitável para o composto nos níveis estudados, com coeficiente de variação (CV) inferiores a 20%, o que demonstra adequação do método para a análise do contaminante em amostras de água de mar. O Limite de detecção e Quantificação foram estimados por meio dos testes de recuperação da menor concentração que pode ser recuperada com maior certeza no resultado, no processo estatístico que leva em consideração todos os efeitos a que o método esteve sujeito (variações do branco e variações da amostra fortificada no menor nível) o LD e LQ para o diuron foram respectivamente 0,82 e 5,0 PPB. Após todos os testes foi possível analisar a amostra real, onde detectou-se um ponto com concentração de 1,12 PPB, Assim comprova-se a eficiência do método e de imediato se sugere estudos de monitoramento na região contaminada.

A figura demostra o comportamento linear da curva analítica realizado com 9 níveis de fortificação,


Cromatograma gerado pelo LC com tempo de retenção de 5,72

Conclusões

O método analítico baseado na técnica de extração em fase sólida (SPE) com análise por cromatografia líquida acoplada com espectometria de massas (LC/MS) foi devidamente padronizado, validado e mostrou-se adequado para determinação do poluente Diuron em amostras de água coletadas em Estreito dos Coqueiros região portuária de São Luís. Foi possível aplicar o método em amostra real e observado a detecção do diuron foi, o que sinaliza necessidade de monitoramento, por se tratar de uma região importante que possui uma biota complexa que pode esta sendo afetada por esse poluente.

Agradecimentos

INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO - IFMA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DO MARANHÃO - CBQ CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA - CBQ

Referências

BRITO, N.M; AMARANTE JUNIOR, O.P de; POLESE, L & RIBEIRO, M.L. validação de métodos analíticos: estratégia e discussão. iRd.aEsc: oRto.Excicootol.x eic Mole. ieo MAmeiob ieAnmteb,i eCnutrei,t iCbau,r ivt.i b1a3,, vp. .1 132, 9ja-1n4./6d, ejza.n 2./0d0e3z. 2003.

CASTRO, I. B; WESTPHAL.E; FILLMANN. G; tintas anti-incrustantes de terceira geração: novos biocidas no ambiente aquático. Quim. Nova, Vol. 34, No. 6, 1021-1031, 2011.

FORTES et al, Projeto e construção de bio-ontologia para suporte a sistema multiagente de monitoramento ambiental do complexo portuário da ilha de são luís do maranhão Revista Científica - Cadernos de Pesquisa, 2010.

GODOI, A.F.L; FAVORETO, R & SANTIAGO-SILVA, M. Contaminação ambiental por compostos organoestânicos. Quim. Nova, Vol. 26, No. 5, 708-716, 2003 Recebido em 15/7/02; aceito em 17/4/03.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL (INMETRO). Orientações sobre Validação de Métodos de Ensaios Químicos, DOQ-CGCRE-008, Rev.o 04 - JULHO/2016.