DETERMINAÇÃO DO TEOR DE VITAMINA C EM SUCOS ARTIFICIAIS COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE GRAJAÚ-MA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Analítica
Autores
Araujo, J.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Lima, A.C.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Sousa, A.A.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Tenorio, T.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Sousa, P.H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Silva, R.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Silva, J.V.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Gonçalves, D.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Bastos, R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Leal, A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA)
Resumo
A vitamina C é um poderoso antioxidante, ajuda a manter o tecido conjuntivo e estimula a absorção de ferro no intestino. A carência severa pode trazer consequências à saúde do indivíduo, como o escorbuto. Vários produtos industriais são indicados como fonte de vitamina C, tais como diferentes sucos artificiais. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar o teor de ácido ascórbico contidos em sucos artificiais por volumetria redox e comparar com as informações contidas nos rótulos. Utilizou métodos iodimétricos envolvendo a redução do iodo e os resultados obtidos demonstraram teores de vitamina C superiores aos contidos nas embalagens dos produtos.
Palavras chaves
Vitamina C; sucos artificiais; métodos iodimétricos
Introdução
O ácido ascórbico ajuda a manter o tecido conjuntivo e estimula a absorção de ferro no intestino. De acordo com Sugai (2002), a ausência de vitamina C no organismo desenvolve o escorbuto que causa fadiga, sangramento e má cicatrização. É uma vitamina hidrossolúvel e termo lábil sendo rapidamente oxidada quando exposta ao ar. Daí a importância de determinar as concentrações de ácido ascórbico em todos os níveis em frutas, vegetais e preparações comerciais de vitaminas. Os teores de Vitamina C são decorrentes de processos industriais e armazenamento, nos quais precisam ser avaliados de modo a garantir exatidão nas informações das embalagens (SILVA, 2006). Na análise volumétrica, os métodos iodimétricos envolvem a redução do iodo enquanto aqueles que envolvem oxidação do íon (I-) são denominados métodos iodométricos. Estas titulações são geralmente realizadas em meio, levemente alcalinas (pH=8) ou fracamente ácido. O iodo (12) tem uma baixa solubilidade em água, mas o complexo (I3-) é bastante solúvel. Assim, soluções de iodo são preparadas dissolvendo I2 em uma solução concentrada de iodeto de potássio: I2(s) + I-(aq) I-(aq) (SKOOG, 2002). Existe vários métodos que podem ser utilizados para identificação e quantificação do ácido ascórbico, dentre estes o método biológico que foi pioneiro na área (OLIVEIRA et al. 2010), a vantagem de se usar o método de titulometria é o baixo custo, fácil utilização pelos pesquisadores e estudantes, principalmente se compararmos com o de cromatografia, acaba sendo mais usado principalmente em laboratórios de ensino sabendo que sua precisão é de 0,1% (BERNAR, 2017). Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar as concentrações de ácido ascórbico em amostras comerciais de sucos e comparar com os respectivos valores dos rótulos.
Material e métodos
As amostras de sucos artificiais foram adquiridas em estabelecimentos comerciais no município de Grajaú-MA. Preparou-se uma solução de Amido P.A (Isofar®), pesando-se 1 g em uma balança analítica (JKI®), em seguida adicionou-se água destilada sob agitação em uma chapa de aquecimento com agitação (Biomixer®) e posteriormente 125 mL de água destilada em ebulição mantendo o sistema por mais 2 minutos em aquecimento, adicionou-se 0,5 g de ácido bórico P.A (Isofar®) pesado anteriormente em uma balança analítica, homogeneizando a solução. Colocou-se a solução em um frasco para solução, e resfriou-se na geladeira. Foi preparada uma solução de Iodo P.A (Isofar®) a 0,03 mol/L pesando uma massa de 0,7614 g em uma balança analítica, diluída em água destilada e transferida para uma balão volumétrico de 100 mL, identificado assim como todas as outras vidrarias e frascos. Pesou-se a massa do Iodo em um béquer e no mesmo béquer pesou-se 1,0 g de Iodeto de Potássio P.A (Isofar®), dissolveu-se em água destilada, transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL, completou-se com água destilada até a marca do menisco, e utilizou-se um banho ultrassônico (USC-700 Unique®) para dissolução total dos reagentes. A massa de suco equivalente a massa de um comprimido de vitamina C foi pesada em uma balança analítica, diluída em um pouco de água destilada e adicionada em um balão volumétrico de 250 mL, completando o volume. Com uma pipeta gradua de 20 mL, retirou-se uma alíquota de 20 mL do suco, transferiu-se para um erlenmeyer de 250 mL e adicionou-se 1 mL da solução indicadora de amido utilizando uma pipeta graduada de 1 mL. Com o auxilio de uma bureta de 50 mL, titulou-se com a solução padrão até o aparecimento da cor azul (ponto final) em temperatura ambiente.
Resultado e discussão
O ponto equivalente foi identificado através da mudança de cor, ou seja, refere-
se ao momento em que o titulado reagiu completamente com o titulante. Os valores
de cada titulação constam na Tabela 1. A equação da reação de redução do iodo
(I2) pelo ácido ascórbico (AA) é descrita na Figura 1.
Utilizando regra de três, foi obtida a quantidade de mols de I2 gastos, onde a
relação de 0,03mol para 1L e de Xmols para 0,0004L, obtendo o valor de 1,2 x 10-
5 mols de I2. Foi calculado o número de mols de AA, onde 1mol de I2 está para
1mol de Ácido Ascórbico e 1,2x10-5mol de I2 está para Xmols de AA, obtemos o
valor 1,2x10-5mol. Calculando a massa pela fórmula geral: m=n.M, temos m= 1,2x10-
5mol x 176.12g/mol, onde obtemos o valor de 2,1x10-3g.
A massa de 2,1x10-3g foi encontrada numa alíquota de 20mL, retirada da solução de
250mL preparada com 1g do suco, correspondendo a uma fração de 0,08 do volume
total da solução. Dividindo-se a massa encontrada pela fração, pode-se encontrar
a massa real para 1g da amostra, onde m(total)= 2,1x10-3g/0,08, temos 0,02625g ou
26,25mg de massa de AA encontrada em 1g de suco das marcas Refreskant e Frisco. O
mesmo processo foi realizado para a amostra da marca tang, obtendo o valor final
de 0,01784g ou 17,84mg, que é a massa de AA em 1g.
Observou-se que a quantidade de AA contido nos sucos das marcas refreskant e
frisco tem valores bem acima do que é declarado em seus rótulos, assim como o
suco da marca tang, que teve um valor abaixo em comparação com as outras marcas
analisadas, porém acima do declarado no rotulo, onde todas as marcas não seguem a
Instrução Normativa n° 12 de 04/09/2003 que determina a veracidade da quantidade
de proteínas, vitaminas, corantes contidos em seus rótulos.
Equação da reação de redução do iodo (I2) pelo ácido ascórbico.
Conclusões
Os resultados encontrados são superiores aos descritos nos rótulos dos respectivos refrescos, sendo que os valores 6,8mg/6g para o suco da marca Tang, 14mg/5g do suco da marca Frisco e 7mg/5g para o suco da marca Refreskant. Tal divergência nos resultados obtidos nos dá respaldo para concluímos que as empresas adicionam quantidades a mais de nutrientes em seus refrescos para garantir maior tempo em prateleiras, essa ação leva riscos a saúde dos consumidores, pois o excesso de vitaminas causam problemas de saúde.
Agradecimentos
A Dra. Antônia de Sousa Leal, pelo apoio e motivação, ao técnico Ângelo Afonso Ferreira Sousa, pela prontidão e auxilio quando necessário, a Universidade Federal do Maranhão - UFMA pelo apoio.
Referências
BERNAR, Lucas Pinto. Titulação automática com detecção digital RGB e uso de seringa microvolumétrica. 2017. xi, 74 f., il. Dissertação (Mestrado em Química) —Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
OLIVEIRA, Raquel Grando de et al. Otimização de metodologia colorimétrica para a determinação de ácido ascórbico em geleias de frutas. Food Science and Technology (Campinas), 2010.
SILVA PT, Lopes MLM, Mesquita VLV. Efeitos de diferentes processamentos sobre o teor de ácido ascórbico em suco de laranja. CiêncTecnolAliment, 2006.
SKOOG, D.A; Et al, Fundamentos da Química Analítica. 6 th Ed., N. York: Ed. Saunders College, 2002. P527.
SUGAI AY. Shigeoka DS, Badalato GG, Tadini CC. Análise físico química e microbiológica do suco de laranja minimamente processado e armazenado em lata de alumínio. CiêncTecnolAliment, 2002.