DETERMINAÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO EM AMOSTRAS DE ÁGUA OXIGENADA COMERCIAL POR VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Analítica
Autores
Araujo, J.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Alves, A.R.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Sousa, A.A.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Tenorio, T.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Sousa, P.H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Silva, R.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Silva, J.V.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Gonçalves, D.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA) ; Leal, A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA)
Resumo
O peróxido de hidrogênio (H2O2) está presente na composição da água oxigenada, geralmente utilizada para assepsia de ferimentos. Assim, o objetivo deste experimento foi mostrar uma análise volumétrica de oxirredução com o intuito de verificar à porcentagem massa por volume de peróxido de hidrogênio em amostras de água oxigenada comercial. Utilizou-se da técnica permanganométrica e os valores encontrados de peróxido de hidrogênio foram um pouco divergentes dos valores nominais contidos nos rótulos (3%, 10 volumes), sendo o valor experimental determinado igual a 3,2%. Porém, pode¬-se concluir que as determinações foram reprodutíveis e o teor de peróxido de hidrogênio encontrado nas amostras de água oxigenada, estão próximos do valor descrito no rótulo.
Palavras chaves
Peróxido de Hidrogênio; água oxigenada; permanganometria
Introdução
A volumetria de oxirredução baseia-se em reações químicas em que ocorre transferência de elétrons. Conforme o estado de valência, muitos elementos são passíveis de oxidação ou redução e em geral, podem ser determinados mediante métodos titulumétrico de oxidação redução, tais como permanganometria, quando utiliza-se o permanganato como titulante, reduzindo-o de Mn7+ a Mn2+; iodometria, quando as reações envolvem a redução do iodo, reduzindo-o de Iº a I-; e iodimetria, quando as reações envolvem a oxidação do iodeto a iodo. A permanganometria é a determinação da dosagem de uma solução redutora empregando uma solução padronizada de permanganato de potássio(solução oxidante) em meio aquoso (LENZI et al., 2012; SKOOG et al., 2006). O peróxido de hidrogênio é comercializado na forma de solução aquosa conhecida como água oxigenada. Pode apresentar teores que variam de 3% a 30% de peróxido de hidrogênio, que correspondem a variação de 10 a 100 volumes. Sabe-se que o peróxido de hidrogênio é um agente oxidante, e a determinação do seu teor em água oxigenada comercial envolve uma reação de oxirredução em meio ácido. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar a concentração de peróxido de hidrogênio em água oxigenada comercial e comparar os valores com os resultados apresentado nos rótulos.
Material e métodos
As amostras de água oxigenada (3 %, 10 volumes) foram adquiridas em estabelecimentos comerciais do município de Grajaú-MA. Preparou-se uma solução de Permanganato de Potássio-KMnO4 (solução padrão) realizando a seguinte relação: Massa de KMnO4 = Concentração em quantidade de matéria x Massa molar x Volume da solução em litros, onde tem-se: Massa = 0,019 x 158,34 x 0,250 Massa = 0,750 gramas. Em seguida, pipetou-se com o auxílio de uma pipeta graduada, 1 mL de água oxigenada para um erlenmeyer de 250 mL. Adicionou-se 50 mL de água destilada e 10 mL de solução de ácido sulfúrico 20% e titulou-se com a solução padrão. Repetiu-se o procedimento para as outras amostras e todos os testes foram realizados em triplicata.
Resultado e discussão
A reação com permanganato ocorre em solução acidificada com H2SO4 diluído, conforme
a equação 2MnO4- + 5H2O2 + 6H+ → 2Mn2+ + 5O2 + 8H2O. Temos uma relação de 2 mols de
KMnO4 para 5 mols de H2O2, ou seja, para cada 5 mols de peróxido de hidrogênio, 2
mols do titulante são gastos para determinar a concentração do analito. Obtendo-se a
quantidade de mols, pode-se obter também a massa, fazendo m=n.M.
Utilizando regra de 3, foi obtida a quantidade de mols de KMnO4 gastos, realizando a
relação, 0,019 mols para 1L e Xmols para 0,0198L, onde obtém-se o valor de X = 3,762
x 10-4 mols de KMnO4. Pode-se calcular o número de mols de H2O2, onde 2mols de KMnO4
correspondem a 5mols de H2O2 e 3,762 x 10-4 mols de KMnO4 correspondem a Xmols de
H2O2, obtendo-se X = 9,405x10-4 mols de H2O2. Calculando a massa de H2O2 pela
fórmula m=n.M, tem-se m= 9,405x10-4mol x 34,015g/mol, m=0,032g. O percentual de H2O2
para esta amostra de água oxigenada é dado por: (0,032/1) x 100 = 3,2%.
Utilizando regra de 3, foi obtido a quantidade de mols de KMnO4 gastos, temos, 0,019
mols para 1L e Xmols para 0,0413L, obtendo-se o valor de X = 7,847x10-4mols de
KMnO4. O número de mols de H2O2calculado também por regra de 3, onde X = 1,962 x 10-
3mols de H2O2. Calculando a massa de H2O2, temos, m= 1,962x10-3mol x 34,015g/mol m=
0,067g. O percentual de H2O2 para esta amostra de água oxigenada é dado por:
(0,067/1) x 100 = 6,7%.
Para amostra de água oxigenada da marca Farmax foi utilizado o mesmo procedimento
experimental e encontrado um teor de 4,65%.
Para todas as amostras de água oxigenada, os valores encontrados de peróxido de
hidrogênio foram divergentes dos valores teóricos contidos nos rótulos (3%, 10
volumes). Sendo que os valores experimentais calculados foram superiores ao indicado
no rótulo.
Conclusões
A técnica de permanganometria se mostrou eficiente na determinação do teor de peróxido de hidrogênio em amostras de água oxigenada. Porém, os valores encontrados de peróxido de hidrogênio foram divergentes entre os valores teóricos (3%, 10 volumes) contidos nos rótulos e os valores experimentais calculados (3,2 %; 6,7% e 4,65%) para três marcas diferentes de água oxigenada. Isto sugere, provavelmente, um aumento na concentração de peróxido de hidrogênio pelos fabricantes, a fim de compensar a decomposição desse composto sob ação de luz e aumentar o prazo de validade do produto.
Agradecimentos
A Dra. Antônia de Sousa Leal, pelo apoio e motivação, ao técnico Ângelo Afonso Ferreira Sousa, pela prontidão e auxilio quando necessário.
Referências
LENZI, E; FAVERO, L. O. B; FILHO, E. A. V; SILVA, M. B. DA; GIMENES, M. J. G. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: F. Bastos, 2012.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de química analítica. São Paulo: Thomson Learning, 2006.