Análise de pH e alcalinidade de sabonetes líquidos íntimos na tríplice fronteira entre Peru-Brasil-Colômbia

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Físico-Química

Autores

da Silva Alves, A. (INC/UFAM) ; Mirian Schiavon de Almeida, A. (INC/UFAM) ; Cavalcante de Oliveira, C. (INC/UFAM) ; Larissa da Silva Rodrigues, I. (INC/UFAM) ; Dias de Lima, P. (INC/UFAM)

Resumo

A procura por sabonetes líquidos reflete na preocupação contra agentes infecciosos na região genital, com isso é importante garantir o controle na qualidade desses produtos. Este trabalho objetivou analisar o pH e alcalinidade de diferentes marcas de sabonetes líquidos íntimos comercializados na tríplice fronteira entre Peru-Brasil-Colômbia. Para a realização da pesquisa foram adquiridas 9 marcas diferentes de sabonetes íntimos, sendo 5 brasileiras e 4 colombianas, na qual realizou-se análises em triplicata de pH e alcalinidade livre para verificar o grau de acidez. Constatou-se que 3 produtos colombianos e apenas 2 brasileiros estão dentro da faixa de pH fisiológico e do Guia Prático de Condutas entre 3,8 e 5,6. Assim, as marcas colombianas mostraram mais qualidade para a saúde feminina.

Palavras chaves

Sabonete líquido; Controle de qualidade; Higiene pessoal

Introdução

Na região do Alto Solimões-AM, a população habitante da tríplice fronteira entre Peru-Brasil-Colômbia possui acesso a uma variedade de produtos internacionais para uso diário. Para higiene pessoal, pode ser observado que os sabonetes líquidos íntimos estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, proporcionando o acesso a segurança e conforto para região genital feminina. Por se tratar de uma região muito sensível e delicada, os sabonetes íntimos são comercializados como produtos apropriados para uma higiene pessoal adequada ao equilíbrio da microbiota genital, importante para inibir mal cheiro, irritações, inflamações e infecções ginecológicas como a candidíase e a triconomíase. A candidíase é uma patologia que compete com os lactobacilos (bacilos de Doederlein), responsáveis por manter o equilíbrio da flora fisiológica em mesma faixa de pH (entre 3,8 e 4,2). Como base no Guia Prático de Condutas, podemos dizer que o sabonete íntimo ideal para preservar a saúde feminina, inibindo o risco de excessiva proliferação desses microrganismos patogênicos, deve apresentar pH entre 4,2 e 5,6. De acordo com as normas da ANVISA, os sabonetes comuns possuem um pH entorno de 10,4 (exceto os sabonetes neutros), ou seja, basicidade suficiente para o desequilibrar o pH da região genital feminina aumento os riscos a saúde. Por tanto, essa pesquisa objetivou analisar o pH e alcalinidade de diferentes marcas de sabonetes líquidos íntimos comercializados na fronteira entre Peru-Brasil-Colômbia, região do Alto Solimões.

Material e métodos

Foram selecionados para a análise 9 marcas aleatórias de sabonetes íntimos adquiridos em supermercados da região, sendo 5 na cidade de Benjamin Constant – AM – Brasil, 3 em Letícia – Colômbia e 1 em Islândia – Peru, porém o produto encontrado no Peru possuía originalidade colombiana. As análises foram realizadas no laboratório de Química Analítica do Instituto de Natureza e Cultura, Alto Solimões - UFAM. Os procedimentos de análises realizados foram de pH e alcalinidade das amostras. Para a execução do método de análise hidrogeniônico, foi realizada a pesagem de 1g de cada amostra para 100 mL de água destilada. A solução aquecida em erlenmeyer de 150 mL até a completa dissolução da amostra. Este procedimento foi realizado para todas as amostras e após a temperatura atingir 30° C, verificou-se o pH da solução. Para análise da alcalinidade, em frascos separados utilizou-se 2g de cada amostra. Adicionou-se 50 mL de etanol em cada amostra, agitando-as vagarosamente. Adicionou-se 3 gotas do indicador de fenolftaleína em cada uma das soluções e levou-se para neutralizar com 0,1M de hidróxido de sódio (NaOH) através do processo da titulação. Realizou-se o mesmo procedimento de titulação mais duas vezes (triplicata).

Resultado e discussão

As amostras brasileiras e colombianas de sabonetes líquidos íntimos apresentaram valores de pH ácido, com exceção da amostra BR1 de característica mais neutra. De acordo com Bezerra et al (2016), deve-se atentar para as variações de pH encontradas neste estudo (4,82 a 7,10), embora não haja consenso a respeito da faixa de pH ideal para as formulações de sabonete íntimo, deve-se respeitar o pH fisiológico, levemente ácido entre 3,8 e 4,2. Alguns ginecologistas recomendam que os sabonetes líquidos íntimos tenham um pH entre 4,2 e 5,6 como descrito no Guia Prático de Condutas, devido a prevenção contra agentes infecciosos. Considerando essa ampla faixa de pH entre 3,8 e 5,6, podemos predizer que dentre as amostras analisadas 3 brasileiras e 1 colombiana podem não garantir eficácia em sua utilização como um produto de higiene pessoal. Porém, todas as amostras apresentaram baixo percentual de alcalinidade em soda livre, o que mostra que os produtos não possuem riscos de agredir a região genial. Os resultados estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1

Valores das análises dos produtos para o controle de qualidade. INC-UFAM, 2018.

Conclusões

As análises realizadas nas amostras de alguns sabonetes líquidos íntimos comercializados na tríplice fronteira, mostraram que a possibilidade de adquirir um produto de melhor qualidade para a higiene íntima feminina estão nos produtos colombianos, sendo que dentre as amostras analisadas 75% apresentaram-se dentro das especificações estabelecidas pela literatura, com pH entre 3,8 e 5,6, quanto as amostras brasileiras apenas 25% demostraram ser confiáveis para higienização genital.

Agradecimentos

Ao Instituto de Natureza e Cultura - INC/UFAM

Referências

BEZERRA. P, X; SOUZA. J, B, P; CARMO. E, S; LUIZ. J, A, S. Avaliação de Rotulagem e Parâmetros de Qualidade de Sabonetes Íntimos – Revista Brasileira de Ciência de Saúde. Volume 1, 2016.
GARCIA. C, C; GERMANO. C; OSTI. N, |M; CHORILLI. M. Desenvolvimento e avaliação da estabilidade físico-química de formulações de sabonete líquido íntimo acrescidas de óleo de melaleuca – Revista Brasileira Farmácia. Volume 3, 2009.

Patrocinadores

CapesUFMA PSIU Lui Água Mineral FAPEMA CFQ CRQ 11 ASTRO 34 CAMISETA FEITA DE PET

Apoio

IFMA

Realização

ABQ