PIGMENTAÇÃO DE ESMALTES A PARTIR DE SEMENTE DE URUCUM E PERICARPO DE ABACATE
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
Autores
Domingues, C.A.P. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Miranda, R.L. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Cavlac, N.M. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Moreira, L.N. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Ambrosio, I.A. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Pereira, G.M.L. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ)
Resumo
O objetivo do projeto é propor uma forma alternativa para pigmentação de esmaltes, utilizando a coloração natural dos alimentos, desta forma sendo uma alternativa natural aos sintéticos. Como fonte de pigmentação utilizou-se o urucum (Bixa orellana L) e o abacate manteiga (Persea americana), pois ambos apresentam coloração intensa oriundas de substancias lipofílicas.
Palavras chaves
Urucum; Abacate; Esmalte
Introdução
Os esmaltes cosméticos são produzidos por uma mistura de substâncias orgânicas, entre elas: Agentes plastificantes, que conferem resistência à quebra ou fissura das unhas; Agentes filmógenos, que garantem brilho; Solventes; Diluentes e agentes de coloração - pigmentos ou corantes (PRUNIÉRAS. 1994). A função dos pigmentos e corantes é garantir coloração. Para isso, suas moléculas atuam absorvendo, seletivamente, a luz natural e refletindo apenas uma parte do espectro, o que gera cor. As substâncias que exercem essa função podem ser inorgânicas ou orgânicas, bem com de origem natural ou sintética (GALEMBECK e CSORDAS. 2010). Dentre as principais fontes de obtenção de corantes naturais, destaca-se o abacate e o urucum. Nas sementes de urucum (bixa orellana L.) encontra-se uma mistura de substâncias que conferem coloração amarelo-alaranjado. Pertencentes a classe de compostos conhecidos como carotenóides, a bixina é a que predomina (Da COSTA e CHAVES. 2005). O caroço de abacate (Persea americana) contém uma mistura de compostos fenólicos, entre eles flavonóides e antocianinas, que conferem a coloração nesse vegetal (SONG e BARLOW. 2004).
Material e métodos
MATERIAL: Abacate, semente de urucum, mixer (Oster®), placa de petri, esmalte Colorama® (incolor), Risque® (branco), espátula. MÉTODO: PROCESSO 1 -Cortou-se o abacate, separando o pericarpo (caroço). A polpa separada foi desprezada. O caroço foi fatiado em pequenos cubos e, com auxilio do mixer, triturado até obter uma pasta. A pasta foi adicionada em placas de petri e levada à estufa (50°C) por 24 horas. Após esse tempo, retirou-se da estufa e deixou resfriar, a temperatura ambiente. Parte do material obtido foi dissolvido em esmalte comercial. PROCESSO 2 - Para a obtenção da segunda amostra, repetiu-se o processo 1, porém, substituindo o caroço do abacate por semente de urucum.
Resultado e discussão
Testes preliminares de solubilidade se mostraram ineficientes para os vegetais
in-natura. Como os esmaltes são misturas de substâncias orgânica, a presença de
água dificulta a solubilização das espécies coloridas dos vegetais. Por isso o
tempo de residencia da amostra na estufa foi determinante (para a eliminação da
água).
Os diluentes dos esmaltes são substancias pouco polares. Assim, eliminada a
água, as moléculas coloridas do urucum foram facilmente dissolvidas no esmalte
(FIGURA 1). Isso se deve ao fato dos carotenóides, especialmente a bixina, serem
moléculas lipofílicas, portanto com grande afinidade química aos diluentes. O
produto obtido após a mistura mostrou-se homogêneo e similar aos
industrializados.
Um resultado similar também foi observado (FIGURA 2) quando preparado a
partir do caroço do abacate. As moléculas que conferem
cor ao abacate pertencem a uma classe de compostos conhecidas como Flavonóides e
Antocianina. Essas espécies são pouco polares e, portanto, facilmente
dissolvidas nos diluentes.
Esmalte obtido com pasta seca de sementes de URUCUM
Esmalte obtido com a pasta seca do pericarpo do abacate.
Conclusões
Produzir esmaltes pigmentados por espécies naturais representa um avanço nas questões ambientais. Isso porque utilizar materiais menos tóxicos minimiza a necessidade de extração mineral, além de apresentar maior aceitação comercial. O presente trabalho se mostrou eficiente, pois, além das qualidades supramencionadas, gerou um produto com qualidades similares aos industrializados.
Agradecimentos
Agradecemos a escola por ter proporcionado o espaço, ao nosso professor Carlos que nos instruiu, uma as outras por ter apoiado em tudo.
Referências
Da COSTA, C. L. S., CHAVES, M. H. EXTRAÇÃO DE PIGMENTOS DAS SEMENTES DE Bixa orellana L.: UMA ALTERNATIVA PARA DISCIPLINAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA ORGÂNICA. Química Nova. N°1. JAN 2005.
GALEMBECK, F.; CSORDAS, Y. Cosméticos: a química da beleza. 2009. Disponível em: <http://web.ccead.pucrio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_cosmeticos.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2018.
PRUNIÉRAS, M. Manual de cosmetologia dermatológica. São Paulo, n. 2, Organização Andrei Editora LTDA, 1994.
SONG, Y. BARLOW, P. J. FOOD CHEM, 88. 2004