Avaliação da toxicidade de metais pesados, frente a linhagem fúngica P1R4Bx
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Silva, C.O.C. (UNIFESPA) ; Marques, H.P.C. (UNIFESSPA) ; Leal, L.V.P. (UNIFESSPA) ; Silva, S.Y.S. (UNIFESSPA) ; Oliveira, M.N. (UNIFESSPA) ; Albino, U.B. (UNIFESSPA) ; Silva, S.C. (UNIFESSPA)
Resumo
Com o aumento da população, as indústrias produzem, de forma desordenada, resíduos tóxicos, provocando a contaminação d espécies nativas. Atualmente existem técnicas que visam tratar estas áreas, dentre as quais tem-se a biorremediação, por ser uma técnica de baixo custo, comparada com outras. Neste trabalho foi avaliado a toxicidades dos metais pesados Cobalto, Chumbo, Niquel e Cromo frente a linhagem fúngica P1R4Bx. Preparou o meio de cultivo BDA, em placas de petri, com concentrações de 100, 500 e 1000 mg/L de cada metal, em seguida a linhagem foi repicada nas placas deixando-as em B.O.D por um período de 10 dias, sendo que a cada dois dias era medido o crescimento radial. Dentre os metais utilizados, observou-se que a linhagem se desenvolveu frente a todas as concentrações de chumbo.
Palavras chaves
Toxicidade; Metais pesados; Biorremediação
Introdução
Os metais pesados são elementos metálicos que possuem massa atômica e densidade maior do que a água (FERGUSSON,1990). São encontrados no ecossistema de várias maneiras, seja na forma de íons ou em compostos químicos (NRIAGU e PACYNA, 1988). Alguns metais, como cromo (Cr), níquel (Ni), chumbo (Pb), cobalto (Co), entre outros, são necessários para processos bioquímicos e fisiológicos, porém em altas concentrações tornam-se prejudiciais para o meio ambiente e para a saúde (WHO, 1996). Os descartes incorretos destes metais proveniente de atividades industriais provocam uma série de desequilíbrio ao ecossistema. A mineração é uma das maiores contribuintes, em âmbito mundial, para a degradação do meio ambiente pois há alteração do relevo da área minerária e da vizinhança lançando os resíduos, a maioria contendo substâncias químicas danosas para meio ambiente (NETO, 2013. Uma das alternativas atualmente utilizadas para tratar solos impactados pela extração de mineração é a utilização biorremediação, para remover metais tóxicos dos meios contaminados, o qual gerará competitividade das operações de processamento industrial, devido ao baixo custo (KUMAR et al., 2012). A utilização de microrganismos na biorremediação vem sendo testada, para torna-se uma alternativa de descontaminar um meio (ALEXANDER,1994). Diante disso, este trabalho propôs realizar o cultivo da linhagem fúngica, P1R4Bx, durante um período de 10 dias, afim de analisar o crescimento macroscópico da linhagem frente a diferentes concentrações dos metais pesados Cobalto, Chumbo, Níquel e Cromo.
Material e métodos
A linhagem fúngica P1R4Bx (1º isolado do 4º rejeito no meio BDA na concentração 10-2), foi inoculada em meios de BDA (batata, dextrose e ágar) e armazenada por um período de 7 dias à temperatura de ~27oC. Para preparação do meio de cultura contendo metais pesados, preparou-se soluções de Chumbo, Níquel, Cobalto e Cromo nas concentrações de 100 mg/L, 500 mg/L e 1000 mg/L, levando-os para a autoclave à 121 ºC em pressão de 1 atm, durante 15 min. Após a esterilização do meio, foram vertidos na placa de Petri e esperou-se a solidificação do meio. Logo após, inoculou-se a linhagem no meio e armazenou-as na B.O.D. O desenvolvimento da linhagem fúngica P1R4Bx no meio, foi acompanhado de dois em dois dias, com medição de halo de cada placa, por um período de 10 dias. Todas as placas das concentrações e do controle, foram preparadas em quadruplicatas Após esse período de 10 dias obteve-se a análise de desenvolvimento da linhagem nos metais pesados nas diferentes concentrações.
Resultado e discussão
Este trabalho teve como proposto, avaliar o crescimento macroscópico da
linhagem fúngica P1R4Bx, por um período de 10 dias, frente aos diferentes
metais pesados Cobalto, Chumbo, Níquel e Cromo, nas concentrações de 100
mg/L, 500 mg/L e 1000 mg/L. A tabela 01 representa os resultados do
crescimento médio(cm) e a Taxa de Crescimento (cm.h-1) do fungo nas
diferentes concentrações dos metais, observa-se que a taxa de crescimento do
controle é de 0,0375 cm.h-1 e na menor concentração 100 mg/L dos metais Ni
(II), Pb (II) e Co (II) a taxa de crescimento é igual à do seu respectivo
controle, diferenciando apenas o Cr (VI), pois possui uma taxa de
crescimento de 0,0095 cm.h-1 menor que os demais. A partir da análise da
tabela 01, observa-se que o fungo apresenta maior crescimento frente ao
metal Pb (II), pois a taxas de crescimento das concentrações de 500 mg/L e
1000 mg/L do Pb (II) são maiores do que as dos outros metais, portanto, a
partir dos dados podemos afirmar que o fungo tem maior tolerância ao Pb do
que ao Ni (II), Co (II) e Cr (VI).
Conclusões
Este estudo revelou que a linhagem fúngica P1R4Bx teve melhor desenvolvimento no Pb em relação aos outros metais (Co, Ni, e Cr) a espécie foi tóxica. Os resultados obtidos até o momento pode ser um indicativo que a espécie fúngica pode acumular e/ou adsorver do meio o metal chumbo, no entanto é necessário realizar outras análises, para confirmar este acumulo.
Agradecimentos
Agradecemos ao espaço da universidade do Sul e Sudeste do Pará e a bolsa de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Referências
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Atlanta, GA.
FERGUSSON, J. E., editor. The Heavy Elements: Chemistry, Environmental Impact and Health Effects. Oxford: Pergamon Press; 1990.
NRIAGU, J. O.; PACYNA, J. M. Quantitative assessment of worldwide contamination of air, water and soils by trace metals. 1988. Nature 333 (6169): 134-139.
WHO/FAO/IAEA. World Health Organization. Trace Elements in Human Nutrition and Health. Switzerland: Geneva; 1996.