Desenvolvimento de método de preparo de amostra para a moringa e avaliação da disponibilidade dos analitos nas folhas, chás e farinha

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Bonzanini, D.L. (IFRS) ; Kunz, K.M. (IFRS) ; Santos, R.F. (UFSM) ; da Cruz, S.M. (IFRS)

Resumo

A Moringa oleifera é uma planta originária da Índia onde é utilizada desde a folha até a semente em diversas aplicações por seu elevado valor nutricional. Sua importância pode ser comprovada através de pesquisas laboratoriais, onde sua composição química é determinada com uso de metodologias analíticas. Os macronutrientes Ca, Mg e K tem maior influência sob o valor nutricional da planta. Neste estudo, a amostra foi avaliada em forma de folhas e após passar por um pré tratamento (seca e moída). Para isso, foram avaliados diferentes métodos de preparo de amostras como, a digestão em bloco digestor, extração assistida por micro-ondas (MAE) e infusão, para posterior determinação de Ca, Mg e K por técnicas espectrométricas.

Palavras chaves

moringa; preparo de amostra; nutrientes

Introdução

A Moringa oleifera pertence à família Moringaceae, uma hortaliça arbórea que chega até 8 m de altura, inicialmente cultivada na Índia. Moringa possui uma variedade imensa de aplicações, dentre estas cabe destacar, o combate a fome no mundo devido à sua composição rica em vitaminas e sais minerais. Segundo Baptista et al, 2012 apenas uma colher de chá das folhas contém todas as vitaminas e minerais necessários em uma dieta diária aos indivíduos, assim como grande parte das proteínas, Fe e Ca. As sementes verdes e as vagens servem como alimento após fervidas, sendo colocadas em saladas. Suas folhas e flores servem de alimento para humanos, em chás, vitaminas e sucos com outros legumes e para animais ovinos, caprinos, galinhas caipiras, coelhos e vacas leiteiras.Segundo Teixeira, 2012 a farinha da folha tem sido utilizada como fonte de alimentação alternativa no combate à desnutrição. Isto a torna uma planta muito atrativa por seu baixo custo de produção, fácil cultivo e alto rendimento. Segundo Rangel et al 2007, no Brasil há um esforço no sentido de difundir o cultivo e uso da Moringa oleífera como hortaliça rica em vitamina A, com teores que se sobressai entre as olerícolas consagradas como brócolis, cenoura, couve, espinafre e alface. No entanto, a moringa requer que mais estudos com o intuito de avaliar suas características químicas e nutricionais. O presente trabalho possui o objetivo de avaliar métodos de preparo de amostras para determinação de nutrientes contidos nas folhas, na farinha e no chá obtidos a partir da moringa. Para isto, foram utilizados a extração assistida por micro-ondas (MAE), a infusão, além da digestão da amostra em bloco digestor.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Análises de Solo, Água e Tecido Vegetal do IFRS Campus Ibirubá. A moringa cultivada, não se desenvolveu devido às condições climáticas. Por esse motivo foi feita a compra da amostra no comércio local. Para a obtenção da farinha, foi realizada a moagem das folhas desidratadas. A digestão da amostra foi feita em bloco digestor utilizando tubos de digestão contendo 0,2 g de amostra. Posteriormente, foram adicionados 1 mL de H2O2, 2 mL de H2SO4 e 0,7 g de mistura de digestão. Para evitar perdas de N por volatilização, funis foram colocados na parte superior dos tubos.O bloco digestor foi mantido a 180 ºC até a evaporação da água. Após isto, a temperatura foi elevada a 350ºC por mais 1h. Em seguida, os tubos foram retirados do bloco digestor até atingirem a temperatura ambiente e foi feita adição de 50 mL de água destilada, com agitação em vortex. Após, foram retiradas alíquotas para determinação de Ca e Mg por F AAS, K por fotometria de chama, N por titulação e P por espectrofotometria UV-Vis. Para o método MAE foram utilizados frascos de polipropileno de 50 mL, contendo 25 mL de solução extratora (HNO3) e 0,050 g de amostra. Alguns paramêtros foram avaliados como: HNO3 2,4,6,8 mol L-1, tempos de aquecimento e potências. A infusão foi realizada em cápsulas de extração de celulose acondicionadas em béqueres de 100 mL.Para isso, 0,500 g de amostra foram utilizadas, adicionando água (90 ºC) sobre a amostra. Após foram retiradas aliquotas de 10 mL para determinação de Ca, Mg e K nos tempos de 0, 3, 5, 10, 15 e 20 min.

Resultado e discussão

Em virtude de não possuirmos o equipamento de absorção atômica, contamos com a parceria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No entanto, devido à alguns problemas operacionais, ainda não foi possível a determinação. Entretanto, dentro da possibilidade do laboratório da nossa Instituição fizemos a determinação de N e P após a digestão da amostra em bloco digestor. Os resultados podem ser observados na Tabela 1.

Tabela 1.

Resultados obtidos após digestão em bloco digestor utilizando 0,2 g de amostra.

Conclusões

Apesar de todo o estudo dos métodos de preparo de amostras ter sido realizado, ainda não foi possível concluir o trabalho. No entanto, esperamos obter os resultados para a apresentação no referido evento.

Agradecimentos

Agradeço ao CNPq pela bolsa de estudos concedida, ao IFRS pelo auxílio na participação neste evento, e a UFSM pela parceria.

Referências

Baptista A. T. A., Silva M. O., Bergamasco R., Vieira A. M. S. Avaliação Físico-Química E Sensorial de Biscoitos Tipo Cookies Elaborados Com Folha de Moringa Oleífera. Disponível em:<https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/view/28584/18880> Acesso em: 16 de jul 2018

RANGEL, M.S. Moringa oleifera: um purificador natural de água e complemento alimentar para o nordeste do Brasil. 2007. Disponível em: http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A10moringa.htm. Acesso em: jul 2018.
Teixeira, E. M. B. Caracterização química e nutricional da folha de Moringa (Moringa oleífera Lam.). Araraquara, 2012 94 f. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/100064/teixeira_emb_dr_arafcf.pdf? sequence=1. Acesso em: 08 de mai 2017

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