Estudo da biomassa microbiana em solos do cerrado meridional maranhense submetidos a diferentes práticas agrícolas
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Melo, Y.P.S. (UEMASUL) ; Orlanda, J.F.F. (UEMASUL)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as práticas agrícolas na dinâmica da população microbiana em solos do Cerrado Meridional Maranhense. Os resultados mostraram que as taxas de respiração microbiana apresentam variações de 0,275 a 0,055 µC-CO2/g de solo. Estes valores permitem verificar que a respiração da biomassa microbiana atingiu maiores valores nos solos cultivados com soja, mandioca, feijão, virgem e com o processo de queimadas antes do plantio e, menores valores nos solos cultivados com capim, arroz e milho. Os equilíbrios dinâmicos das populações microbianas dos solos podem sofrer modificações influenciadas pelas práticas agrícolas e, o conhecimento dessas interações são importantes devido às inúmeras funções que esses microrganismos desempenham no ambiente.
Palavras chaves
Atividade microbiana; Práticas agrícolas; Cerrado Maranhense
Introdução
A região do cerrado apresenta características adequadas para a atividade agrícola, onde pelo menos 112 milhões de hectares de terras apresentam potencial para o cultivo agrícola. As práticas agrícolas alteram as características físicas, químicas e biológicas determinantes das condições de solos, influenciando as diversas populações na comunidade microbiana. Essas modificações afetam a composição, atividade e biomassa da comunidade microbiana que fica condicionada a sua habilidade de adaptação e de respostas às mudanças ambientais (Alcântara, 1995). Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as práticas agrícolas na dinâmica da população microbiana em solos do Cerrado Meridional Maranhense.
Material e métodos
A dinâmica das populações microbianas em solos do Cerrado foi avaliada nos municípios de Governador Edson Lobão e Balsas (MA), situados no Cerrado Meridional Maranhense. No município de Governador Edson Lobão foram coletadas as amostras de solos de área não cultivada, com preparo de solo convencional (queimadas) e com monoculturas de arroz, feijão, milho, mandioca e capim. As amostras de solos com cultivo de soja foram coletadas no município de Balsas. As coletas de solos foram feitas na profundidade de 0 a 20 cm. Após a coleta, as amostras foram peneiradas com uma peneira de 2 mm de malha, acondicionada em sacos plásticos e deixada em geladeira até o momento das análises. As amostras de solos foram submetidas às análises físico-químicas de acordo com as metodologias propostas pela Embrapa (1997). O isolamento dos microrganismos nas amostras de solo foram realizadas pelo método de diluições em placas de Petri. Os meios utilizados foram: Plate Count Agar (PCA) para bactérias totais e Meio Saboround para fungos totais e incubadas a temperatura de 36 ± 2 °C durante 24 - 48 horas. O teor de carbono da biomassa microbiana (CTMB) foi determinado após o tratamento do solo em estudo com irradiação por microondas e a taxa respiração microbiana do solo foi determinada montando três sistemas fechados de captura de CO2.
Resultado e discussão
Os resultados mostraram que o pH da solução do solo, teve variações de acidez na ordem 4,0 a 7,4 e, alumínio trocável de 0,2 a 1,6 cmol Kg-1 nas diferentes amostras de solos. Os teores de matéria orgânica total foram maiores nas amostras de solo de cerrado nativo sem nenhuma atividade agrícola e com a utilização de queimadas antes do plantio, nas concentrações de 0,57 e 0,45 kg g-1 respectivamente. A comunidade microbiana apresentou maior população em solos com cultivo de soja, feijão, mandioca e virgem. O número de unidades formadoras de colônias por grama de solos (UFC/g) foram bastantes variadas nas diferentes amostras de solos, obtendo variações de 30.102 a 250.102 para bactérias totais e 30.102 a. 220.102 para fungos totais. Verificou-se uma tendência da comunidade microbiana em apresentar maior população em solos com cultivo de soja, feijão, mandioca e virgem. Esses resultados podem estar relacionados com a maior ciclagem da matéria orgânica ou da presença de resíduos orgânicos de maior relação C/N nesses ambientes que promoveriam um maior número e atividade desses microrganismos. As taxas de respiração microbiana mostraram variações de 0,275 a 0,055 µC-CO2/g de solo. Estes valores permitem verificar que a respiração da biomassa microbiana atingiu maiores valores nos solos cultivados com soja, mandioca, feijão, virgem e com o processo de queimadas antes do plantio e, menores valores nos solos cultivados com capim, arroz e milho.
Conclusões
Os resultados mostraram que os equilíbrios dinâmicos das populações na comunidade microbiana dos solos podem sofrer modificações influenciadas pelas práticas agrícolas e, o conhecimento dessas interações são importantes devido às inúmeras funções que esses microrganismos desempenham no meio ambiente.
Agradecimentos
UEMASUL e Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC)
Referências
Alcântara, R. M. C. M. de. Lavras: UFLA, 1995. 84p. (Dissertação – Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas).
EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. 1997. snp.