Determinação de teores de clorofilas e carotenoides em hortaliças folhosas in natura e minimamente processadas

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Camargos, A.P.V. (UFVJM) ; Pereira, M.S.C. (UFVJM) ; Brito, H.S. (UFVJM) ; Batista, P.S.C. (UFVJM) ; Aleixo, H. (UFVJM) ; Garcia, B. (UFVJM) ; Oliveira, R.E.V. (UFVJM)

Resumo

Foram avaliados os teores de clorofilas a, b, total e carotenoides em alface, rúcula e cebolinha in natura e armazenados por até sete dias em câmara fria com temperatura de 5°C e umidade relativa de 90%. Os pigmentos foram extraídos com acetona 80% (v/v) e avaliados por espectrometria UV/VIS. Houve aumento dos carotenoides durante o período de armazenamento e os teores de clorofilas a, b e total sofreram alterações no segundo dia de avaliação com dois dias após a colheita. As demais avaliações revelaram que ao final do período não ocorreu diminuição nos teores de clorofilas. Práticas corretas de armazenamento mantém a qualidade e a integridade das hortaliças alface, rúcula e cebolinha por um período de sete dias.

Palavras chaves

Hortaliças folhosas; Pigmentos; armazenamento

Introdução

Com a correria da vida moderna e a diminuição do tamanho das famílias, as pessoas se veem obrigadas a ter uma alimentação precária, em que se consome muitos alimentos já processados. No entanto, a necessidade de se alimentar melhor está mudando esta realidade e com isso o interesse de consumir alimentos naturais e preparar sua própria refeição está cada vez mais em alta (SAAVEDRA, 2004) A alface, a rúcula e a cebolinha têm sua importância na mesa do brasileiro. De acordo com alguns autores (OH et al., 1997; SHOEFS, 2002), um dos indicativos de perdas de hortaliças é a mudança de sua coloração, que é verde para as hortaliças supracitadas, para uma coloração amarelada. Esse processo de mudança de coloração se dá pela degradação dos pigmentos presentes nas estruturas das folhas, sendo as clorofilas e os carotenoides. As clorofilas, pigmentos naturais presentes nas estruturas dos vegetais, são responsáveis pela coloração verdes destes. O que diferencia as tonalidades são as proporções dos diversos pigmentos que compõem essas estruturas associadas aos carotenoides (VON ELBE, 2000). Além de proporcionar coloração às plantas, as clorofilas e os carotenoides implementam o valor nutricional e os aspectos comerciais nas hortaliças (SHOEFS, 2002; STREIT et al.,2005; CASSETARI, 2012). Uma maneira de tentar minimizar as perdas dessas hortaliças é o emprego de bom armazenamento em condições que proporcione menor degradação desses pigmentos. Um bom armazenamento é a utilização de câmaras frias, com temperaturas controladas e ao abrigo de luz (STREIT, 2005), além da utilização de embalagens adequadas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a contínua degradação dos pigmentos de clorofilas a, b, totais e carotenoides em hortaliças armazenadas por um período de até 7 dias.

Material e métodos

O estudo foi realizado no Laboratório de Química do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) - Campus Unaí/MG. As hortaliças foram adquiridas em um sacolão da cidade, onde alface lisa e rúcula são de cultivo hidropônico e cebolinha de plantio convencional. As referidas amostras foram higienizadas em água corrente para a retirada de impurezas macroscópicas e armazenadas em sacos de polietileno fosco, sendo mantidas em câmaras frias. As amostras foram analisadas no dia de aquisição, com zero dia de colhido, 2 dias, 5 dias e 7 dias de armazenamento. Os teores de clorofilas a, b, clorofila total e carotenoides foram determinados através do método de extração usando acetona 80% (LICHTENTALER; WELBURN, 1983). Foram utilizados 0,5 g de cada hortaliça folhosa. As massas devidamente pesadas foram transferidas para 05 tubos de ensaio/hortaliça e permaneceram por 24 horas em câmara fria (5°C) com umidade relativa de 90%, protegidos da luz. Posteriormente, os extratos foram filtrados e os volumes foram medidos e transferidos para cubetas de vidro. Em seguida, as leituras foram feitas em espectrofotômetro (FEMTO 700 PLUS) nos comprimentos de onda de 645, 652 e 663 nm para as clorofilas e 470 nm para os carotenoides. Este procedimento foi realizado em quintuplicada e, sequencialmente, os teores de clorofilas (WHITHAN et al.; 1971) e carotenoides (LICHTENTALER; WELBURN, 1983) foram calculados. Os dados foram submetidos à análise de variância e a comparação de médias foi realizada pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico livre SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2000).

Resultado e discussão

A figura 1 demostra os valores de carotenoides, clorofilas a, b e total determinados para as hortaliças analisadas: rúcula, cebolinha e alface. Nas três espécies estudadas pôde-se observar que não houve diminuição dos valores das clorofilas no sétimo dia de armazenamento. Estes resultados diferem dos dados encontrados no trabalho de Silva et al, (2007), com análise de clorofilas em alface e cebolinha, em que houve redução nos valores de clorofilas ao final do período analisado. O maior teor de carotenoides foi encontrado na alface, seguido pela rúcula e cebolinha, respectivamente. A proporção de carotenoide é inversamente proporcional aos teores de clorofilas (SILVA, 2015), sendo notório o seu aumento no decorrer do período de análise. Ainda de acordo com a figura 1, a rúcula apresenta o maior teor de clorofila total na primeira avaliação e a cebolinha tem o menor valor representado. Na segunda avaliação, a alface já apresenta o maior teor de clorofila total, seguido por uma considerável expressão do teor de carotenoides em todas as espécies avaliadas. No quinto dia de colheita, a rúcula apresenta o maior teor de clorofila que as demais espécies. Por fim, no sétimo dia de armazenamento, houve acréscimo nos teores de clorofilas e carotenoides, exceto para a cebolinha. A degradação das clorofilas está intimamente ligada à fatores externos como estresse hídrico, luz, temperaturas altas ou a interação de todos esses fatores (HEATON & MARANGONI, 1996). De acordo com Pruzinká et al. (2003), pesquisas revelam que o fato de as clorofilas e as clorofilases estarem separadas espacialmente dificultam a ocorrência das hidrólises. Este fator diminui a degradação desses pigmentos, explicando porque não houve diminuição dos mesmos após o período de armazenamento.

FIGURA 1



Conclusões

Os níveis de clorofilas encontrados nas hortaliças foram semelhantes e sua degradação ocorreu de forma quase idêntica para as espécies estudadas, exceto para a cebolinha. Houve aumento dos carotenoides durante o período de armazenamento e as demais avaliações revelaram que ao final do período não ocorreu diminuição nos teores de clorofilas. Práticas corretas de armazenamento mantém a qualidade e a integridade das hortaliças estudadas por um período de sete dias.

Agradecimentos

À Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), por meio da PRPPG e da Comissão de Iniciação Científica e Tecnológica (CICT) pela Bolsa de Iniciação C

Referências

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