PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO ÓLEO DE DENDÊ E DE SOJA, E SUAS PROPRIEDADES FISICAS E QUÍMICAS.
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Iniciação Científica
Autores
Vitoria Araujo Bahia, G. (UEPA) ; da Silva Feijo, G. (UEPA) ; Gabriel Pinho Botelho dos, R. (UEPA) ; da Silva Carneiro, J. (UEPA)
Resumo
Visando contribuir ao estudo das propriedades de físico-químicas e contextualizadas das substâncias, o presente trabalho, em ensaio experimental e empírico, buscou analisar e comparar particularidades do óleo de soja e o óleo de dendê como matéria prima para obtenção de biodisel. A partir do levantamento de dados através de uma prática experimental para produção de biodiesel, os testes de densidade, solubilidade e viscosidade foram comparados. Os resultados obtidos permitem sugerir que o óleo de dendê possui características físico-químicas mais próximas dos estabelecidos pelo IPC (Instituto de Pesquisa Tecnológica) em relação ao óleo de soja.
Palavras chaves
Biodiesel; Óleos; Dendê
Introdução
A maior parte de toda energia consumida no mundo provém do petróleo, do carvão e do gás natural (FERRARI et al., 2005). Como essas fontes são limitadas, são necessários meios alternativos para a produção de biocombustível para atender a demanda energética. Algumas alternativas para tal fim é a obtenção do biodiesel a partir dos óleos de dendê (Elaeis guineensis) e de soja (Glycine max). O biodiesel pode ser definido como ésteres monoalquílicos de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de lipídios naturais (apud Crestana, 2005) e ele é bastante utilizado como combustível em carros e é possível produzi-lo usando matérias-primas residuais, como óleos de fritura (SUAREZ et al., 2007). Além do mais, a obtenção do biodiesel por meio do óleo de dendê é outro meio de obtenção de energia alternativo e foi demonstrado que a destilação fracionada dos produtos obtidos pelo craqueamento do dendê atende às especificações do óleo diesel, sendo possível utilizá-lo em motores convencionais (SUAREZ et al., 2007). Concomitantemente, a grande vantagem do biodiesel de dendê se dá pela alta estabilidade oxidativa devido aos altos teores de ácidos graxos saturados (BELTRÃO; OLIVEIRA, 2008), em conformidade com os parâmetros da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Baseado nisso, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma prática experimental para produção de biodiesel, utilizando duas matrizes vegetais diferentes de obtenção de óleos e comparar suas propriedades físico-químicas, tais como: densidade, solubilidade e viscosidade.
Material e métodos
Foi preparado uma solução de etóxido de sódio (dissolvido 1,2 gramas de hidróxido de sódio em 40 mL de etanol) em um béquer de 100mL,. A partir disso, foi transferido e medido, com auxilio de uma proveta, 15 mL da solução de etóxido de sódio para uma garrafa plástica (PET) de 600mL juntamente com 30 mL de óleo vegetal e toda solução da garrafa plástica foi agitada por 10 minutos. Após os 10 minutos, foram adicionados à garrafa plástica 20 mL de água, e em seguida, 10 mL de etanol e agitou-se por poucos segundos. Foi adicionado cerca de meia colher de sobremesa de cloreto de sódio (sal de cozinha) e agitou-se. Após isso, o líquido foi transferido para o funil de separação e foi deixado de repouso, para separação das fases, por 10 minutos. Seguidamente a isso, foi separado a fase inferior da fase superior em béqueres diferentes e enumerados. Logo após, foram realizados alguns testes de parâmetros para eficiência e análise das substancias. Foi realizado o teste de solubilidade, densidade e viscosidade (tempo de escoamento). Esses testes foram feitos com intuito de comparar com dados oficiais sobre as propriedades biodieseis. Todos os procedimentos foram realizados novamente, porém em vez de 30 mL de óleo vegetal, foi utilizado 30 mL de óleo de dendê.
Resultado e discussão
O estudo teve um resultado satisfatório
com a produção do Biodiesel a partir do
óleo de soja e de dendê, com enfoque na
palma (dendê). Salientando que todos os
resultados obtidos foram de acordo com o
esperado, as análises de alguns dos testes
de parâmetros determinantes como
viscosidade, solubilidade e densidade,
estiveram de acordo com as do roteiro
seguido do IPT (Instituto de Pesquisa
Tecnológica), acompanhando os seguintes
resultados: Insolúvel; densidade de 0,867
g/mL; e viscosidade (tempo de escoamento
de 9 mL) de 4,37 segundos.
A produção nacional de oleaginosas é vista
como alternativa para complementação da
atual matriz energética brasileira, sendo
o óleo de dendê de grande interesse na
conversão e produção de biodiesel (FEROLDI
et. al, 2014). Tendo este óleo de dendê
como um produtor com maior proximidade do
biodiesel dentro da legislação, isso pode
ser observado de acordo com os testes,
onde houve comparação do óleo de soja com
o óleo de dendê e verificou-se que a
densidade e a viscosidade e o tempo de
escoamento do biodiesel a partir do dendê
encontrou-se mais próxima dos parâmetros
que o do óleo de soja.
Conclusões
A partir dos experimentos realizados, pode-se concluir que o dendê (Elaeis guineensis) teve resultado mais satisfatório no que se refere à produção do biodiesel, pois os testes de parâmetro estão mais próximos das normas estipuladas pelo IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica), que são as de viscosidade, solubilidade e solubilidade. Foram utilizados o óleo de soja e o óleo de dendê como as matrizes vegetais do trabalho, que obtivemos como resultado de parâmetro os seguintes valores: Solubilidade, densidade e viscosidade do óleo de soja em ordem respectiva: Insolúvel, 0,9520 g/mL, 23 segundos; Do óleo de dendê: Insolúvel, 0,8985 g/mL, 20 segundos.
Agradecimentos
À Universidade do Estado do Pará pelo fornecimento do laboratório de Química e a todos que contribuíram com a realização do estudo.
Referências
BELTRÃO, N. E. M.; OLIVEIRA, M. I. P. ‐ EMBRAPA ALGODÃO. Oleaginosas e seus óleos: Vantagens e Desvantagens para Produção de Biodiesel. Campina Grande, 2008.
CRESTANA. S. Matérias-primas para produção do biodiesel: priorizando alternativas. Palestra Embrapa, São Paulo, 2005.
Expedito, J. de Sá. Biodiesel: Uma aventura tecnológica num país engraçado. Rede Baiana de Biocombustíveis, Salvador -BA, 2003.
FERRARI, R. A.; OLIVEIRA, V. da S.; SCABIO, A. Biodiesel de Soja – Taxa de Conversão em Ésteres Etílicos, Caracterização Físico-Química e Consumo em Gerador de Energia. Quim. Nova 2005, 28, 19.
FEROLDI, M.; CREMONEZ, P. A.; ESTEVAM, A. Dendê: do cultivo da palma à produção de biodiesel. Revista Monografias Ambientais – REMOA, v. 13, n. 5, p. 3800-3808.2014.
SUAREZ, P. A. Z.; MENEGHETTI, S. M. P.; MENEGHETTI, M. R.; WOLF, C. R.; Transformação de Triglicerídeos em Combustíveis, Materiais Poliméricos e Insumos Químicos: Algumas Aplicações da Catálise na Oleoquímica. Quim. Nova 2007, 30, 667.