Carvões Ativados (CA’s) e Compósitos (CA/Fe) preparados a partir de resíduos de endocarpo de frutos do tucumã do Amazonas

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Materiais

Autores

Bentes, V.L.I. (UFAM) ; Couceiro, P.R.C. (UFAM) ; Barros, I.C.L. (UFPE) ; Bindá, R.S. (UFAM)

Resumo

Neste trabalho foram preparados carvões ativados (CA’s) de resíduos do endocarpo do tucumã do Amazonas e compósitos (CP’s) a base de fosfato de ferro incorporado em CA preparados do endocarpo do tucumã. Os CA’s foram preparados via método direto de carbonização e ativação simultânea em forno mufla a 400 e 500 o C, tendo como agente ativante o H3PO4. Os CP’s foram obtidos através de tratamento térmico em mufla do endocarpo do tucumã, H3PO4 e Fe(NO3)3 na proporção 1:1:1 m/m. a 400 e de 500 o C. Os CA’s e CP’s foram caracterização por FTIR, DRX, TG/DTG, MEV e Adsorção/dessorção de N2 (BET), e as análises indicaram a formação de porosidade desenvolvida nos CA’s e duas fases de fosfatos de ferro, Fe2P4O12 e Fe(PO3)3, suportados na matriz de CA, nos CP’s.

Palavras chaves

Carvão ativado; Compósitos; Tucumã do Amazonas

Introdução

Carvão Ativado (CA) é o nome dado à um grupo de materiais carbonáceos que apresenta estrutura microcristalina, não grafítica, denominada de estrutura turbostrática (BANSAL e GOYAL, 2005; RAMOS et al., 2009). Os carvões ativados apresentam propriedades especificas como elevada área superficial, porosidade altamente desenvolvida e presença de uma variedade de grupos funcionais na sua superfície, os quais são responsáveis por seu elevado grau de reatividade, classificam como excelentes adsorventes para aplicação ambiental na remoção de poluentes gasosos ou líquidos através dos processos de descoloração, filtração, purificação e desodorização, datado seu uso desde 1500 a.C pelos egípcios para purificação de medicamentos (MOHAMMAD- KHAH  ANSARI, BANDOSZ, 2006; BANSAL e GOYAL, 2005). Nos últimos anos, os CA’s têm sido bastantes utilizados como suporte catalítico, visto que estes, dispõe de alta estabilidade sob condições de reação, elevada dureza, resistência térmica, resistência a corrosão e condutividade elétrica, aliada a área superficial elevada, que permite manter a fase catalítica ativa em um estado altamente disperso (LIMA, et al., 2013; CASTRO et al., 2009; AUER, et al., 1998). Os compósitos a base de ferro impregnado em matriz carbonácea já são representativos de grande avanço tecnológico na área de materiais, uma vez que há a combinação das propriedades de adsorção dos CA’s com a capacidade oxidativa de compostos de ferro, como por exemplo, os óxidos do metal dispersos na superfície de uma matriz de carbono para promover a adsorção e/ou oxidação de poluentes orgânicos através de processo catalíticos (CASTRO et al., 2009; GONÇALVES et al., 2009) e remoção e/ou redução de íons inorgânicos presentes em sistemas aquosos (SUN et al., 2014; TANG et al., 2014; DEMARCHIS et al., 2015). No panorama ambiental atual, há uma grande preocupação mundial com a preservação e recuperação dos recursos hídricos, visto que, diversos poluentes, principalmente os poluentes orgânicos são lançados de maneira inadequada no meio ambiente, causando alterações nos sistemas naturais, que muitas das vezes são irreversíveis, prejudicando de forma direta um dos recursos naturais mais importantes para humanidade, a água, que é imprescindível para a geração e manutenção de todas as formas de vida (PEREIRA e FREIRE, 2005). Neste interesse, compósitos a base de íons ferro impregnados em carvão ativado têm despertado o interesse investigativo pela comunidade científica, como materiais com elevado potencial na redução de poluentes ambientais através de simples processos de adsorção ou processos mais complexos como a degradação catalítica com formação de subprodutos menos agressivos ao meio ambiente ou até mesmo consigam promover a completa mineralização de poluentes orgânicos como os corantes (CASTRO et al., 2009(a); GONÇALVES et al., 2009; LIMA et al., 2013), organoclorados (OLIVEIRA et al., 2002), herbicidas (CASTRO et al., 2009 (b)), dentre outros (LI et al,. 2013). Em estudo realizado por Castro e colaboradores (2009) foi investigado a capacidade de remoção do corante azul de metileno em meio aquoso através da combinação dos processos de adsorção e oxidação do corante utilizando compósitos a base de óxido de ferro disperso em carvão ativado, e que apresentaram resultados promissores com remoção de 100 % do corante. Em outro estudo, a aplicação de carvão ativado dopado com espécies de ferro magnético, foi para a remoção de Cr (VI) em meio aquoso, o qual apresentou eficiência de remoção de 97%, via combinação das funções de redução e adsorção (TANG et al., 2014), demonstrando assim, elevada potencialidade de aplicação desses materiais em processos remediadores ambientais. Por outro lado, a geração de resíduos sólidos pela intensa atividade antropogênica, destacando os resíduos agroindustriais, também pode causar prejuízos ao meio ambiente quando descartados inadequadamente, no entanto, esses resíduos apresentam elevado teor de carbono e baixo teor de cinzas, características fundamentais para um material ser considerado um precursor promissor na preparação de carvões ativados (DIAS et al., 2007), como por exemplo, os resíduos do café (BRUM et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2009), casca de arroz (SCHETTINO JR. et al., 2007; KALDERIS et al., 2008) e sabugo de milho (DE SALES et al., 2015) já relatados na literatura. Os CA’s obtidos de resíduos agrícolas são suportes catalíticos de baixo custo e grande interesse para síntese de materiais compósitos a base de íons de ferro impregnados em suas respectivas matrizes, produzindo assim materiais tecnológicos inovadores e ambientalmente amigáveis, contribuindo de forma relevante para a redução de resíduos sólidos no meio ambiente somado a efetiva remediação ambiental de sistemas aquosos poluídos. Portando, neste trabalho foram preparados materiais compósitos a base de fosfatos de ferro impregnado em carvão ativado obtidos de resíduo agrícola, o mesocarpo do tucumã do Amazonas, fruto típico da região, através de simples tratamento térmico em forno mufla a temperaturas de 400 e 500 oC para aplicação ambiental.

Material e métodos

As amostras dos frutos de tucumã do Amazonas pós-beneficiamento foram coletadas no Mercado Central Adolfo Lisboa, situado no Centro da cidade de Manaus/AM. Os caroços in natura foram lavados, secos em estufa a 110 o C por 24 horas e quebrados com auxílio de um martelo para fins de separação do endosperma e endocarpo. O endocarpo do tucumã foi moído a 30 mesh em moinho de quatro facas. Para a preparação dos carvões ativados (CA’s), as amostras moídas foram misturadas com o agente ativante, o H3PO4, na proporção 1:1 (m/m) sob agitação por 4 h a temperatura ambiente e as misturas foram secas a 110 ºC por 24 h para efetiva impregnação do agente ativante. As amostras impregnadas foram carbonizadas e ativadas simultaneamente em forno mufla até 400 °C e 500 o C por 4 h, com taxa de aquecimento de 10 oC min-1 em rampas pré-programadas As amostras carbonizadas e ativadas foram lavadas com água destilada quente para remoção do agente ativante e de constituintes residuais até atingir pH ~ 5, seguidas de secagem em estufa a 110 oC por 24 h e peneirada para obtenção de partículas com granulometria de 100 mesh. Os compósitos (CP’s) foram preparados de acordo com as etapas e processos realizados para produção dos CA’s, entretanto, foi adicionado nitrato de ferro nonahidratado à solução contendo a biomassa, endocarpo do tucumã moído, e ácido fosfórico, na proporção 1:1:1 (m/m). Após a etapa de impregnação, as amostras foram submetidas a tratamento térmico programado por um período de 4 h. As amostras calcinadas foram lavadas com água destilada quente até pH ~ 4, secas em estufa a 110 oC por 24 h, maceradas e peneiradas obtendo granulometria de 100 mesh, identificadas e armazenadas. Para avaliar a estabilidade térmica das amostras da matriz in natura, endocarpo do tucumã, e dos CP’s foi realizada análise termogravimétrica (TGA). Os espectros na região do infravermelho (FTIR) das amostras foram obtidos em um espectrofotômetro Thermo Electron (modelo Nicoleti S10), com 32 varreduras na faixa espectral de 4000 a 400 cm-1, com partilhas de KBr diluídas na proporção 1:100 m/m. A morfologia de superfície foi verificada através das imagens micrográficas obtidas através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) Carl Zeiss modelo LEO435VP. A área superficial especifica foi determinada de acordo com o método Brunauer, Emmett eTeller (BET) através das curvas de adsorção/dessorção de N2 foram obtidas a 77 K em um equipamento TriStar II 3020. As isotermas de adsorção de nitrogênio foram medidas a -196 °C em um intervalo de pressão relativa de 10-4 a 1. Todas as amostras foram tratadas à vácuo por 2 h a 200 °C. As fases cristalinas foram caracterizadas a partir dos dados de difração de raios X (DRX), método do pó, obtidos em um difratômetro Shimadzu, modelo XRD-6000, operando a 40 kV e 30 mA, cm radiação de CuK, no intervalo de 10 a 60 o (2θ) e velocidade de 2 o min-1.

Resultado e discussão

Os materiais obtidos neste trabalho, CA-1, CA-2, CP-1 e CP-2, apresentaram aspecto visual de pó fino, coloração preta uniforme e caráter não magnético, o que sugere a ausência de fase magnética na amostra, com apreciáveis rendimentos de 53, 47, 45 e 48,8 %, respectivamente. O termograma obtido da amostra do resíduo do tucumã in natura (endocarpo) apresentou quatro eventos com relação a perda de massa, conforme observado na análise termogravimétrica diferencial (DTG). A primeira perda de massa ocorreu a temperaturas inferiores a 130 oC, correspondendo a perda de umidade (~ 8 %). No intervalo de temperatura entre 130 – 400oC ocorre a perda de massa correspondente a decomposição dos compostos voláteis, celulose e hemicelulose (~56 %), típica da biomassa agroindustrial (HADOUN et al., 2013; TONGPOOTHORN et al., 2011). A perda acima de 400 o C está associado à decomposição da lignina (TONGPOOTHORN et al., 2011), com estruturas químicas mais resistentes, restando cerca de 3,5% de resíduos inorgânicos, correspondentes ao teor de cinzas da biomassa de tucumã, indicativo de que o resíduo possui elevado teor de carbono podendo ser promissor para a produção de carvão ativado. A Figura 1 mostra as curvas de TG referentes as amostras CP-1 e CP-2 mostram comportamento de estabilidade térmica similares para ambas amostras. Figura 1. Curvas de TG/DTG das amostras CP-1 e CP-2. Conforme pode ser observado no gráfico, os CP’s apresentam três regiões de perda de massa. O primeiro evento corresponde a perda de umidade das amostras a temperaturas abaixo de 100 o C, seguido da decomposição de compostos voláteis, como por exemplo H2, COx, NOx, SOx, dentre outros e, por conseguinte a perda de massa referente aos compostos com maior estabilidade térmica, resultando na quantidade de carbono fixo e fase inorgânica de fosfato de ferro, com valor de cerca de 68% para o CP-1 e 71% para o CP-2 em massa, para as fases orgânicas e inorgânicas com alta estabilidade térmica. Os espectros obtidos na região do infravermelho das amostras dos CA’s, CP’s e carvão ativado comercial (CA-0) apresentaram perfis gráficos semelhantes. Foram observadas bandas próximo à 3400 cm-1 que podem ser atribuídas ao estiramento vibracional de ligação O-H de álcool e água adsorvida na superfície do material (HADOUN et al., 2013; BANSAL e GOYAL, 2005). As bandas de absorção na região de 2923 e 2850 cm-1 são correspondentes vibrações de estiramento C-H de grupos metílicos e metilenos mais acentuadas no espectro do carvão comercial, com diminuição de intensidade das bandas para as amostras dos CA’s e CP’s. A presença da banda a cerca de 1720 cm-1 é referente a vibrações de estiramento C=O em cetonas, aldeídos e ácidos carboxílicos (BUDINOVA et al., 2006; PUZIY et al., 2002) e as bandas próximo a 1600 cm-1 são atribuídas a vibrações C=C de anéis aromáticos, típicos de material carbonáceo (DE SALES et al., 2015; DENG et al., 2010). Já os picos na região próxima entre 1100 cm-1 são característicos de estiramento de ligação C-O, correspondentes a vibrações de grupos fenólicos. A presenças das bandas entre 795 a 650 cm-1 e 1220-1180 cm-1 são relacionadas a ligação C-P, estiramento de hidrogênio ligado ao grupo P=O, estiramento O-C em P-O-C acopladas a aromáticos, respectivamente (PUZIY et al., 2002) devido à forte interação com o fósforo remanescente do agente ativante. De acordo com estudo realizado por LAI e colaboradores (2011), a banda próxima a 512 cm-1 é atribuída ao modo de deformação em tetrafosfatos e modos vibracionais em 522 cm-1 de vibrações Fe-O e grupos fosfatos, as quais são observadas nos espectros das amostras dos CP’s. As micrografias das amostras dos CA’s e CP’s apresentaram morfologias típica de materiais carbonáceos com elevado grau de porosidade. Através das micrografias verificou-se que todas as amostras revelaram tratar-se de estruturas de materiais grafiticos, tipico de CA, com presença de porosidade elevada na superficie das amostras do CA’s, distribuídas por toda a superfície do grão fotografado, que pode ser melhor evidenciado nas imagens de maiores aumento, com presença de impurezas dispersas de maneira aleatória, correspondente ao fósforo que não foi completamente removido nas sucessivas lavagens das amostras dos carvões ativados obtidos do resíduo do endocarpo do tucumã do Amazonas. Entretanto, nas micrografias obtidas das amostras do compósitos (CP-1 e CP-2) foi verificado que a matriz de carbono foi recoberta por outra fase, não sendo possível verificar a presença de poros como nas micrografias dos CA’s, devido a incorporação da fase de fosfato de ferro (FexPyOz) na matriz de carbono, formando os compósitos de interesse. As isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras dos CA’s e CP’s são apresentadas na Figura 2. Figura 2. Isotermas de adsorção/dessorção de N2 para as amostras CA’s e CP’s. De acordo a classificação da IUPAC (União internacional de Química Pura e Aplicada) as isotermas obtidas das amostras dos CA’s apresentaram perfis gráficos de isoterma do tipo I e IV. A isoterma do tipo I é característica de materiais com presença relevante de microporos, que pode ser observado pela elevada capacidade de adsorção a pressão relativa baixa, menor que 0,1 e do tipo IV caracteriza a presença de mesoporos no material adsorvente, revelado com a ocorrência do fenômeno de histerese, que ocorre quando a quantidade de gás adsorvida com o aumento da pressão relativa não coincidi com a quantidade de gás dessorvido no processo inverso (IUPAC, 1982). As isotermas de adsorção dos CP´s mostram a diminuição da capacidade adsortiva dos respectivos materiais quando comparados aos carvões ativados obtidos nas mesmas condições, ou seja rápida saturação da capacidade de adsorção, a qual está diretamente relacionada ao efetivo preenchimento dos poros dos CA’s pelas espécies de fosfato de ferro, bloqueando os poros da superfície do suporte catalítico, provocando a diminuição da área superficial, conforme demonstrado pelos valores de área superficial BET e de volumes de poros dos CA’s e CP’s. Os valores de área superficial BET dos carvões ativados obtidos dos resíduos do endocarpo do tucumã do Amazonas apresentaram valores superiores a área superficial do carvão ativado comercial da marca Sigma-Aldrich (CA-0), sendo que, o CA-2 apresentou a maior capacidade de adsorção do N2 em virtude de este dispor de área superficial com valor superior aos demais materiais, 1123 m2g-1 e volume de poro de 0,82 cm3g-1. Enquanto que, os compósitos, CP- 1 e CP-2, reduziram suas áreas superficiais específicas cerca de 76 %, devido a efetiva incorporação do agente impregnante na matriz dos respectivos carvões ativados. De acordo com os difratogramas de raios X obtidos dos compósitos, ambos apresentaram padrão gráfico semelhantes, com reflexões de materiais cristalinos de fosfatos de ferro [Fe2P4O12 e Fe(PO3)3], que foram identificados por comparação com base de dados ICSD - Inorganic Crystal Structure Database. Os compósitos apresentaram duas fases cristalinas, uma correspondendo a fase do tetrametafosfato de Ferro II, o qual prevaleceu em maior quantidade nas duas amostras, e outra relacionado a fase do tris- fosfato de Ferro III, que teve ligeiro aumento no compósito (CP-2) que foi preparado a temperatura de 500 oC, podendo assim afirma que, a determinação das fases de fosfatos de ferro formadas na superfície da matriz de carbono está relacionada ás temperaturas de aquecimento e resfriamento utilizadas para a preparação dos compósitos.

Figura 1. Curvas de TG/DTG das amostras CP-1 e CP-2.

A Figura 1 mostra as curvas de TG referentes as amostras CP-1 e CP-2 mostram comportamento de estabilidade térmica similares para ambas amostras

Figura 2. Isotermas de adsorção/dessorção de N2 para as amostras CA’s

As isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras dos CA’s e CP’s são apresentadas na Figura 2

Conclusões

Os Carvões Ativados (CA’s) e os Compósitos (CP’s) a base de ferro impregnado em matriz carbonácea oriundas de resíduos do endocarpo de tucumã do Amazonas podem ser considerados materiais promissores para aplicação em remediação ambiental de poluentes orgânicos em meio aquoso via processo adsorção e degradação Fenton Heterogêneo. As amostras de CA-1 e CA-2 apresentaram elevada área superficial e porosidade desenvolvida, que contribuem para promover a adsorção de poluentes de forma eficiente, enquanto os compósitos CP-1 e CP-2 revelaram a presença de fases de fosfatos de ferro na superfície da matriz de carbono, possibilitando o uso desses materiais compósitos na degradação oxidativa de poluentes orgânicos em meio aquoso via sistema Fenton Heterogêneo, promovido pela espécie de ferro impregnado no CA.

Agradecimentos

A FAPEAM pelo apoio financeiro, a UFAM, a CPRM, ao Laboratório Temático de Microscopia Óptica e Eletrônica/INPA e a Universidade Federal do Pará/UFPA pelas análises realizadas.

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