Identificação e quantificação de alfa-tocoferol em óleos comerciais por CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência)
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Alimentos
Autores
Cardoso, J.G. (IFMA) ; Rodrigues, A.J.B. (IFMA) ; Pires, T.P.R.S. (UFMA) ; Mendonça, C.J.S. (UFMA) ; Luz, M.S. (IFMA) ; Silva, F.C. (UFMA) ; Maciel, A.P. (UFMA)
Resumo
O óleo vegetal pode ser considerado em um alimento de maior contribuição para a ingestão de vitamina E para a população. Visando identificar e quantificar o α-tocoferol em óleos comerciais, o presente estudo utilizou a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência para analisar óleos de babaçu, coco e canola refinados. Observou-se, que o óleo vegetal de canola obteve uma concentração de alfa-tocoferol de 119,8ppm. Já nos óleos vegetais de coco e de babaçu não foi identificada tal substância. Conclui-se, portanto, que o óleo de canola é uma fonte rica de alfa-tocoferol e que para melhorar a qualidade nutricional e a vida de prateleira dos óleos vegetais refinados deve-se fazer uso de antioxidante na sua formulação.
Palavras chaves
Tocoferol; Óleos vegetais; Cromatografia
Introdução
Os óleos vegetais ou gorduras vegetais, são os produtos constituídos principalmente de glicerídeos de ácidos graxos de espécies vegetais. Podem conter pequenas quantidades de outros lipídeos como fosfolipídios, constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livros naturalmente presentes no óleo ou na gordura (BRASIL, 2005) Os óleos vegetais, além de possuírem altas concentrações de tocoferóis e alguns tocotrienóis, apresentam grande consumo a nível mundial, constituindo-se portanto, em um alimento de maior contribuição para a ingestão de vitamina E para a população (EITENMILLER, 1997). O conteúdo de tocoferóis e tocotrienóis em óleos é diretamente relacionado com o tipo de processamento aplicado. Assim, óleos refinados contêm um teor vitamínico reduzido em até 80%, de acordo com as condições empregadas (RUPÉREZ et al., 2001). O alfa-tocoferol apresenta cor amarelo-clara e aspecto oleoso e é insolúvel em água, porém solúvel outros solventes orgânicos, como acetona, éter, álcool e em óleos e gorduras. A absorção de tocoferóis e tocotrienóis na região ultra violeta (UV) é fraca, sendo que a absorção máxima é obtida em comprimento de ondas de 292 a 298nm. A oxidação é acelerada pela exposição à luz, calor e na presença de ferro e sais de cobre (BALL, 1998). Desta forma o presente trabalho teve como objetivo identificar e quantificar a concentração de alfa-tocoferol por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) em óleos vegetais comerciais de babaçu, canola e coco coletados em pontos comerciais da cidade de São Luís – MA.
Material e métodos
Obtenção e preparo das amostras: As amostras (óleo de coco, canola e babaçu) foram coletadas em pontos comerciais de São Luís - MA e encaminhadas para o laboratório Núcleo de Catálise, Combustíveis e Ambiental da UFMA. Para as análises foram necessários os preparos da solução estoque de α-tocoferol (1000mg.L-1) em etanol, preparo da solução padrão de trabalho de α-tocoferol (100mg.L-1) em metanol e o preparo das amostras dos óleos vegetais, pesando-se 0,1 g de cada óleo, e em seguida diluiu-se em 2,0 mL de 2-propanol. O padrão de α- tocoferol foi obtido na Merck com 99% de pureza. Os demais reagentes utilizados tinham grau cromatográfico. Identificação e quantificação de α-tocoferol: Seguindo metodologia descrita por Luz (2011), a identificação e quantificação de α-tocoferol foi realizada através do sistema de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)/Modular (Shimadzu), com Detector Uv-Vis (20A). Na separação dos compostos utilizou-se uma coluna analítica de fase reversa, Shim-Pack CLC-ODS (150mm x 4,6mm x 5μm) com fase estacionária octadecil (C18) à temperatura ambiente, tendo como fase móvel uma mistura de metanol/acetonitrila (1:1), modo isocrático. Utilizou-se detector de fluorescência RF-10AXL em comprimento de onda de 292 nm. As injeções foram realizadas em um loop de 20μL e o fluxo da fase móvel foi de 1,5 mL.min-1. Os picos foram identificados pela comparação com o tempo de retenção do padrão de alfa tocoferol, e a quantificação foi realizada baseada na curva de calibração do padrão, construída com diferentes pontos, relacionando-se a concentração versus resposta no detector, com as seguintes concentrações: 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 7,0; 10,0 ppm, expressando os resultados em ppm de óleo.
Resultado e discussão
A figura 1 mostra a curva de calibração obtida para a identificação e
quantificação do alfa-tocoferol. Analisando o coeficiente de correlação (R²=
0,995) derivado da construção da curva de calibração percebe-se que a partir
desta é possível quantificar satisfatoriamente tocoferóis nas amostras
estudadas.
Interpolando os valores da área de pico da substância estudada (α-tocoferol)
na curva de calibração obtida, percebe-se que o óleo vegetal de canola
apresentou uma concentração de alfa-tocoferol (119,8 ppm) no tempo de
retenção de 6,8 minutos, enquanto que o óleo vegetal de babaçu e de coco
analisados, não apresentaram em sua composição a presença de alfa-tocoferol.
Concentração de alfa-tocoferol semelhante (120,5 ppm) foi encontrada por
Grilo et al., 2013, para óleo vegetal de canola como alimento fonte de tal
vitamina. A figura 2 ilustra o cromatograma obtido na análise de tocoferol
no óleo de canola.
Conclusões
Através das análises cromatográficas realizadas para as amostras dos óleos vegetais da canola, coco e babaçu, foi possível observar a presença de alfa-tocoferol somente no óleo vegetal de canola, enquanto os demais óleos refinados não apresentaram essa substância em sua composição, inferindo ressaltar a necessidade de adicionar antioxidante ao final do processo de refino, para garantir produtos de melhor qualidade nutricional e de maior durabilidade na mesa do consumidor.
Agradecimentos
- Universidade Federal do Maranhão(UFMA) - Instituto Federal do Maranhão (IFMA) - Campus Zé Doca
Referências
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