AVALIAÇÃO DO MARACUJÁ AMARELO CULTIVADO NA VILA SANTANA DISTRITO INDUSTRIAL DE PARAÍSO DO TOCANTINS
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Alimentos
Autores
Queiroz, E.M.G. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M.V. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)
Resumo
O maracujá é uma fruta tropical considerada exótica e atraente e muito apreciados pelo consumidor brasileiro devido ao seu suco sorvetes, mousses, entre outros. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de frutos do maracujazeiro amarelo cultivado e comercializado na Vila Santana Distrito Industrial de Paraíso do Tocantins . Foram coletadas 100 frutos do maracujazeiro amarelo no mês de maio de 2018 em chácaras de pequenos produtores locais . As análises fisco químicas seguiram a metodologia do Instituto Adolfo Lutz. O maracujá amarelo produzido na Vila Santana podem ser utilizados para o mercado in natura e para produção de suco concentrado, já que possuem o mesmo padrão de qualidade físico- química e por apresentar formato desejável para os consumidores de maracujá.
Palavras chaves
maracujá amrelo; suco; cultivo
Introdução
O maracujá amarelo pertencente a família Passifloraceae apresenta polpa amarelada, fruto com formato variado atingindo até 9 cm de diâmetro e numerosas sementes de coloração escura (SEAGRI, 2008). O Passiflora edulis (maracujá-amarelo) é cultivado no Brasil, devido às características físico- químicas, alta produtividade e aceitação do suco no mercado nacional (LIMA, 2002). O mercado de frutas fresca seleciona maracujá boa aparência, tamanho, coloração da casca e ausência de defeitos (ROSSI,1998). A aparência é o critério mais utilizado pelos consumidores para avaliar a qualidade dos frutos (ABREU et al., 2009). São vários os fatores que interferem na qualidade do maracujá: condições edafoclimáticas , época de produção, estádio de maturação na colheita etc (NASCIMENTO et al., 1999; AULAR et al., 2000; SALOMÃO et al., 2001; ARAÚJO et al., 2002). Uma fruta de qualidade é aquela que atende às expectativas relacionadas ao sabor, sólidos solúveis totais, acidez e rendimento do suco (BALBINO, 2005). A acidez deve estar entre 3,2 e 4,5%, conteúdo de sólidos solúveis totais (ºBrix), oscilando de 15 a 16%, rendimento em suco acima de 40%, e teor de vitamina C entre 13 e 20 mg/100g ( FOLEGATTI E MATSUURA, 2002). Com base neste contexto, o estudo das características físicos químicos faz-se necessário, por inferir características intrínsecas do fruto, refletindo em melhores condições de cultivo, colheita, transporte, comercialização e acondicionamento podendo garantir vida útil pós-colheita prolongada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de frutos do maracujazeiro amarelo cultivado e comercializado na Vila Santana localizada no Distrito Industrial do Município de Paraíso do Tocantins – TO.
Material e métodos
Foram coletadas 100 frutos do maracujazeiro amarelo no mês de maio de 2018 em chácaras de pequenos produtores locais na Vila Santana Distrito Industrial da cidade de Paraíso do Tocantins-TO. Os maracujás foram acondicionados em embalagens adequadas e transportados para o Laboratório de Processamento de Frutas e Hortaliças do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins IFTO Campus Paraíso do Tocantins. A massa total (MF) foi obtida através da pesagem individual dos frutos em balança semi-analítica e o resultado expresso em gramas. O comprimento (CP), diâmetro (DM) e espessura da casca (EC), dados em centímetros, foram determinados com auxílio de um paquímetro. Determinou-se o número de sementes (NS) através da contagem individual das mesmas. O rendimento da polpa (RP) foi obtido subtraindo-se a massa das sementes sem a polpa e a massa da casca, da massa total do fruto, dividindo-se pela massa total multiplicado por 100, e expressado em (%). As avaliações da cor seguiram um padrão visual onde: (1)-verde com pintas amarelas; (2)-metade do fruto amarelado; (3)-dois terços do fruto amarelado; (4)-totalmente amarelado foram realizadas baseadas nos critérios do Programa Brasileiro para a Melhoria dos Padrões Comerciais e Embalagens de Hortigranjeiros (Brasil, 2003). O teor de sólidos (SST) solúveis totais, a acidez titulável (ATT) e potencial hidrogeniônico (pH) foram analisados segundo metodologia do Instituto Adolfo Lutz (1985).
Resultado e discussão
Os frutos do maracujazeiro foram selecionados de acordo com a cor em estágios
de maturação 3 e 4. Segundo Aular et al. (2000) os frutos só atingem
maturidade mínima quando possuem mais de 20% da casca com coloração amarela. O
gráfico 01 demostram os resultados da avaliação do maracujá cultivado e
comercializado na Vila Santana Distrito Industrial de Paraíso do Tocantins
Nascimento et al. (1999) encontrou variação de MF entre 111,51 a 154,51 g,
sendo valores inferiores aos apresentados nesse estudo. Silva et al. (2008),
observou CP variando entre 91,7 a 100,4 mm resultando em valor superior ao
encontrado nesse estudo. Durigan (2002), estudando o DM observou variação
entre 50 e 70 mm. Os resultados encontrados para a EC nesse trabalhos foram
superior ao encontrado por Farias et al. (2007), que encontrou EC entre 6,08 a
7,57 mm. Nascimento et al. (1999), avaliando o NS, observaram 118 sementes por
fruto no maracujá-amarelo valor inferior ao encontrado nesse estudo. O RP
médio foi superiores aos obtidos por Figueiredo et al. (1987), de 39,4% e por
Ritzinger et al. (1989), entre 33 e 39%. Este rendimento está adequado para
indústria, que trabalha com rendimento próximo a 45%. O estudo apresentou
resultados diferente para o pH do citados por Andrade e Andrade (2004), que
consideram um suco de maracujá com pH de 2,67 dentro do padrão exigido pela
indústria. Batista et al. (2005), observaram frutos com teor de SST variando
de 13,2° a 16°Brix. Vera (1997) ressaltou que os frutos do maracujazeiro-
amarelo em regiões tropicais apresentar maior teor de SST, devido altas
temperaturas e intensidade luminosa. Em relação à acidez titulável, observa-se
que variou entre 2,54% a 3,14%, valores abaixo dos obtidos por Abreu et al.
(2009) e Farias et al. (2007).
Conclusões
Conclui-se que o maracujá amarelo produzido na Vila Santana podem ser utilizados para o mercado in natura e para produção de suco concentrado, já que possuem o mesmo padrão de qualidade físico-química e por apresentar formato desejável para os consumidores de maracujá.
Agradecimentos
Referências
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