ANÁLISE DO TEOR DE CAFEÍNA EM BEBIDAS PRESENTES EM NOSSO COTIDIANO COMO TEMA PARA O ENSINO DA QUÍMICA
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Orgânica
Autores
Pereira, M.V.D. (IFRO) ; Rodrigues, D. (IFRO) ; Oliveira, J.V.S. (IFRO) ; Souza, N.C.V. (IFRO) ; Bay, M. (IFRO)
Resumo
A cafeína é tida como um importante estimulante físico, muito utilizada por atletas e estudantes, pois através de uma interação com o sistema nervoso permite uma maior concentração e estímulo ao indivíduo, diminuindo a sensação de cansaço e mantendo o cérebro sempre em alerta. O objetivo deste trabalho foi realizar um comparativo do quantitativo de cafeína em diferentes bebidas facilmente encontradas em nosso cotidiano, sendo elas: café, bebida energética e refrigerante de cola. O diclorometano foi utilizado como extrator da cafeína. Constatou-se que o teor de cafeína no café é bem maior que no refrigerante cola e no energético.
Palavras chaves
cafeína; estimulante; comparativo
Introdução
A cafeína (trimetilxantina) é um eficiente estimulante físico, o qual atua em nosso metabolismo de diversas formas, dentre elas, estimulando o sistema nervoso central, podendo aumentar o potencial do indivíduo na realização de diversas atividades. Em doses maiores, pode trazer efeitos desagradáveis, como por exemplo, ansiedade e insônia (GUERRA et al, 2000). Encontrada em plantas, a cafeína é utilizada em diversos tipos de bebidas, dentre elas, o café, refrigerantes, energéticos, entre outros. Porém, o consumo exagerado desta substância pode trazer malefícios ao organismo, como por exemplo, uma overdose de cafeína, que pode ocorrer após a ingestão acima de 400mg/dia. É classificada como um alcalóide, pertence ao grupo das xantinas e em sua fórmula química encontramos nitrogênio, carbono, hidrogênio e oxigênio (CH10N4O2). Quimicamente é considerada metabolicamente importante e a principal fonte de obtenção desta substância em nosso dia a dia é através da ingestão de café, o qual o quantitativo de cafeína pode variar de acordo com seu método de produção e com a matéria prima a ser utilizada, pois o tipo de grão de café influencia na qualidade final do produto, consequentemente na sua influência e desempenho em nosso metabolismo (TAVARES et al, 2012).
Material e métodos
Os experimentos foram feitos em triplicata para as três substâncias comuns ao cotidiano, sendo elas: café, bebida energética e um refrigerante cola produzido no nosso município, Porto Velho, partindo de 100 ml de cada amostra de cada bebida. Para o refrigerante e energético respectivamente foi utilizado um funil de separação, onde foi adicionado os 100 mL de cada bebida. Em seguida, a adição de 33mL de diclorometano que permitiu a separação da fase orgânica, posteriormente exaurida para uma placa de Petri e levada ao aquecimento para que o solvente evaporasse. Após a secagem, os cristais puderam ser observados através de um microscópio ótico. Para o café, a extração foi usado outra metodologia, devido a possível presença de clorofila. Foi pesado 5g do pó e em seguida realizou-se uma infusão com 100mL de água destilada por 10 minutos. Após resfriar, o mesmo foi despejado em um funil de separação e adicionado 33mL de diclorometano para que fosse extraída a fase orgânica.
Resultado e discussão
A formação dos cristais de cafeína formados à partir da obtenção dos
precipitados obteve variação perceptível em cada bebida. A fase orgânica foi
separada em uma placa de Petri e aquecida para a secagem do solvente,
resultando em cristais de cafeína, também observados pelo microscópio
óptico. Utilizou-se de um cálculo que consistia na subtração da massa da
placa de petri com o precipitado formado pela massa da placa de petri vazia.
Abaixo temos as imagens das placas de petri depois de secas em chapa
aquecedora, observadas no microscópio óptico.
Fonte: Próprio autor.
Tabela 1. Massas obtidas dos precipitados após secagem de cada bebida
analisada.
Foi constatado que dentre as bebidas utilizadas para a análise, o café é a
que possui a maior quantidade de cafeína, possuindo aproximadamente 15x mais
cafeína que o refrigerante de cola e 2x mais que o energético.
Imagens das placas de petri depois de secas em chapa aquecedora, observadas no microscópio óptico.
Massas obtidas dos precipitados após secagem de cada bebida analisada.
Conclusões
O desenvolvimento deste trabalho que teve a cafeína como tema gerador, permitiu uma ampla investigação sobre os diferentes conceitos químicos que podem ser trabalhados de diversas formas no ensino médio. A análise das bebidas permitiu a abordagem e também o aprofundamento das suas propriedades. Com esse tema não apenas o desenvolvimento de aulas experimentais, mas também a interação entre os alunos que podem trocar informações entre si, gerando desta forma o conhecimento integrado.
Agradecimentos
INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA – IFRO, DEPESP (DEPARTAMENTO DE PESQUISA) – CAMPUS CALAMA
Referências
BONACIN, KAREM CAROLINE. Extração e determinação da concentração de cafeína em bebidas derivadas do mate através de espectrofotometria. Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA – Assis, 2013.
GUERRA et al. Cafeína e esporte. Universidad de Granada - Espanha, 2000.
TAVARES et al. Cafeína para o tratamento de dor. Revista Brasileira de Anestesiologia - Vol. 62, N°3, Maio-Junho 2012.