Aula pratica: reação de saponificação
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Orgânica
Autores
Amaral, J.L. (Universidade Federal do Pará, Campus Ananindeua- F) ; Pinto, B.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, CAMPUS ANANINDEUA- F) ; Costa, I.M. (Universidade Federal do Pará, Campus Ananindeua- F) ; Ribeiro, A.F. (Universidade Federal do Pará, Campus Ananindeua- F)
Resumo
Nesses mais de 4500 anos de existência, a indústria saboeira evoluiu acumulando enorme experiência na prática de produção de sabão, além de estudos teóricos desenvolvidos por pesquisadores. O que ainda não se sabia que se tratava de uma reação química de saponificação. Dessa maneira por meio da aula prática de saponificação e com o intuito de obter dados referentes à disciplina Laboratório de Química Orgânica II através dos experimentos para preparação do sabão. Conhecer a reação saponificação na produção do sabão a partir dos óleos fixos e essenciais por meio da saponificação; e por fim, observar suas propriedades com as substâncias dadas discutindo os resultados obtidos pela metodologia aplicada com os demais autores. A preparação do sabão mostrou que se trata de um processo simples.
Palavras chaves
Saponificação; Experimento; Química Orgânica
Introdução
O sabão foi seguramente o primeiro detergente utilizado pelo homem. Tecnicamente, a indústria do sabão nasceu muito simples e os primeiros processos exigiam muito mais paciência do que perícia. Tudo o que tinham a fazer, segundo a história, era misturar dois ingredientes: cinza vegetal, rica em carbonato de potássio, e gordura animal. Então, era esperar por um longo tempo até que eles reagissem entre si. O que ainda não se sabia era que se tratava de uma reação química de saponificação (RITTNER,1995). Dentre as características favoráveis para sua utilização estão: a grande facilidade de limpeza na utilização, facilidade de remoção completa com álcool, quando o uso de água não for possível ou aconselhável; economia na utilização, existência de ação desinfetante própria, tempo de atuação mais curto do que o das pomadas e cremes em geral e como estimulante da ação fisiológica da pele (RITTNER,1995). Diante disso, o presente trabalho visa realizar a obtenção de sabão fazendo-se a utilização de óleos fixos e essenciais para gerar o processo de saponificação e, por fim, fazer a análise qualitativa do sabão quanto ao pH, aparência e espuma de acordo com os atributos desejáveis levando em consideração suas propriedades com as substâncias dadas. O experimento realizado mostrou as etapas de preparação do sabão, partindo do aquecimento da mistura de NaOH e óleo fixo; especificamente óleo de coco. A partir daí pôde-se e conhecerás propriedades dos sabões por meio da reação de saponificação.
Material e métodos
A reação de saponificação é dada através da hidrólise sofrida pelos glicerídeos quando a ele é adicionado uma base quente, geralmente chamada de reação de saponificação. É de suma importância que a temperatura da solução de hidróxido de sódio (NaOH) esteja em temperatura elevada (quente), antes de adicionar o óleo de coco segundo Alberici1 & Pontes (2015). Já Barbosa (2011), diz ser de grande importância o aquecimento do óleo para que possa ser adicionado à solução de NaOH. Neste trabalho foram realizados três testes com diferentes proporções e reagentes, afim de alcançar-se o resultado esperado e um bom rendimento do sabão. Inicialmente foi realizado primeiro teste (S1) sem a adição de ácido clorídrico, nem adição de óleo essencial, afim de inicialmente serem testadas as proporções dos reagentes em busca do resultado esperado. S1- Para realizar o primeiro procedimento para a formação de sabão S1, foi utilizada a metodologia proposta por Tescarollo et e al 2015, sendo que, foi colocada em recipientes de silicone “forminhas de bombom”, e armazenadas durante 24 horas. S2- Na realização do segundo teste foi mantida a metodologia empregada anteriormente, porém com algumas alterações: a adição de 3 mL de ácido clorídrico (HCl 1M) e 1mL de óleo de tangerina. S3- Seguiu a mesma metodologia anterior porém suas alterações foram: adição de 5 mL de HCl 1M e 3 mL de óleo essencial, além da diminuição de 25% da quantidade de NaOH. As amostras dos três sabões foram submetidas a testes quanto ao pH, estética do sabão e formação de espuma. Os testes de pH foram realiados com indicador de pH disponível no laboratório, sendo este a fenolftaleína, por um dos métodos considerados de baixo custo, apresentando facilidade e rapidez no ensaio e precisão relativamente boa (SILVA, 2007).
Resultado e discussão
Foram avaliados amostras de três sabões
manipulados em laboratório e produzidos a
partir do óleo de coco. Foram estas
submetidas a três testes qualitativos
como: pH, estética e espuma. Dentre as
características apresentadas nas amostras
estão: rendimento entre 8 e 10 sabões com
tamanho e dormato de cubos de gelo,
coloração branca a amarelada, consistência
firme ou pouco firme, aparecimento de
rachaduras, aroma agradável e predominante
do óleo essencial ou do óleo fixo, perda
de coloraçao e aromal, apresentaram
bastante produção de espumação em contato
com a água.
Quanto aos testes, foi realizado
primeiramente em relação ao pH.
Observa-se que o valor do pH do primeiro
sabão (S1) é compatível ao valor
encontrado por Tescarollo et e al 2015
baseando-se pelo mesmo método deste
trabalho.
Quanto a estética dos sabões, duas
alterações chamaram atenção; o
aparecimento de rachaduras e descoloração.
O aparecimento de rachaduras só foi
observado no S3. Tais rachaduras ocorreram
devido ao ressecamento ocorrido no sabão,
quando este fica esposto muito tempo em
temperatura ambiente (DIEZ; CARVALHO,
2000).
Com o intúito de avaliar o motivo da
descoloração do sabão, observou-se que
ocorreu devido a exposição à luz natural,
onde a descoloração, presença de manchas,
aparecimento de odores desagradáveis e
granulosidade superficial, são algumas das
possíveis alterações no sabão devido a
exposição a luz natural segundo CARAZZA et
al. 1995.
Segundo DIEZ, CARVALHO, 2000; o poder de
limpeza do sabão está em sua grande
maioria relacionado a consistência do
sabão e sua capacidade de fazer espuma, o
que foi facilmente observado nas amostras
dos três sabões testados.
Conclusões
Após os testes envolvendo várias concentrações de hidróxido de sódio e ácido sulfúrico junto ao óleo de coco para a produção do sabão, obteve-se amostras com o valor de pH aproximados em diferentes tempos de maturação. Através das condições experimentais realizadas neste estudo, foi possível avaliar, de forma qualitativa, simples e rápida, as características físico-químicas das diferentes adaptações feita nos reagentes dos sabões produzidos a partir de óleo de coco. As variações das características detectadas podem ter sido causadas pelas condições de transporte, e ainda ao armazenamento.
Agradecimentos
Agrademos a Universidade Federal do Pará. Ao Profº.Dr. Alcy Ribeiro, por sua orientação no desenvolvimento de sua disciplina e, a todos que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Referências
RITTNER, H. Sabão: tecnologia e utilização. 1. ed. São Paulo: Câmara Brasileira do livro. 1995.
CARAZZA, S.; BARRETO, D.W.; GOUVÊA, M. C.; BARRETO, R.C.R. (1995) Algas marinhas em sabonetes. Revista Cosmetics& Toiletries, (7), p. 56-60.
DIEZ, M. A; CARVALHO, G.S.C. (2000) Aditivos para sabonetes em barra. Oxiteno S/A Indústria e Comércio. São Paulo – SP.
TESCAROLLO, I.L.; JÚNIOR, J. P. T.; AM NCIO. M. S.; ALVES. T. F. T. Proposta para avaliação da qualidade de sabão ECOLÓGICO produzido a partir do óleo vegetal residual. Santa Maria, RS: UFSM, v. 19, p. 881-890, 2015.
BARBOSA, L. C. de A. Introdução à química orgânica. 2. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
SILVA, F.; CASALI, V.W.D. Plantas medicinais e aromáticas: Pós-colheita e óleos essenciais. Viçosa, MG: UFV, 135p. 2007.