SÍNTESE DE NOVAS BASES DE SCHIFF CONTENDO O NÚCLEO ISATINA COM POTENCIAL ATIVIDADE ANTITUMORAL

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Orgânica

Autores

Moor, L.F.E. (UFF) ; da Costa, T.M. (UFF) ; Vasconcelos, T.R.A. (UFF)

Resumo

O câncer representa uma grave ameaça à saúde humana. De acordo com a OMS, em 2015, houve um total de 8,8 milhões de mortes causadas por esta doença em todo o mundo. Estima-se que, em 2030, a carga global será de 20,3 milhões de novos casos e 13,2 milhões de mortes por câncer. Derivados do sistema isatina representam um importante papel no campo do planejamento de novos fármacos, uma vez que este núcleo encontra-se presente na estrutura de substâncias com propriedades biológicas interessantes. Este trabalho descreve a síntese de quatro novas bases de Schiff derivadas do núcleo isatínico com potencial atividade antitumoral.

Palavras chaves

Isatinas; Bases de Schiff; Atividade Antitumoral

Introdução

Uma das principais abordagens utilizadas para a obtenção de novos fármacos é a síntese de substâncias contendo heterociclos de reconhecida atividade biológica. Os heterociclos compreendem uma classe de compostos que atraem interesse sintético devido à sua ocorrência em produtos naturais e substâncias farmacologicamente ativas (KATRITZKY, 1995). Entre estes, a isatina (1) é um produto natural obtido de plantas do gênero Isatis (GUO et al, 1986), sendo um heterociclo formado pelo núcleo indólico e que vem apresentando diversas atividades biológicas (ROSAS et al, 2013) como, por exemplo, antitumoral (SHARMA et al, 2016), anticonvulsivante (SRIDHAR et al, 2002), antiviral (ABBAS et al, 2013) e antifúngica (JARRAHPOUR et al, 2013). Bases de Schiff possuem propriedades biológicas interessantes e diversificadas, como antibacterianas, antitumorais e antioxidantes (ANAND et al, 2012). Neste contexto, o presente trabalho propõe a síntese de novas bases de Schiff contendo o núcleo isatina com potencial atividade antitumoral, baseado em moléculas bioativas reportadas na literatura (Figura 1) (AMMAR et al, 2017).

Material e métodos

As substâncias de interesse 5 foram sintetizadas inicialmente através da reação de nitração da isatina 1 utilizando nitrato de sódio e ácido sulfúrico (KILIC-KURT et al, 2015). A nitroisatina 2 foi submetida à reação de proteção em sua carbonila cetônica, empregando-se etilenoglicol e tolueno (ZARYANOVA et al,2017), levando à obtenção de 3. Posteriormente, o intermediário 3 foi submetido a uma reação de hidrogenação catalítica em Pd/C 10% (CHAZIN et al, 2015), formando o intermediário chave 4. Reações entre o intermediário 4 e aldeídos substituídos, em etanol sob refluxo, resultou na formação das novas bases de Schiff do tipo 5 (Figura 2). As substâncias foram analisadas e caracterizadas através de espectroscopia na região do infravermelho (IV), por Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN ¹H) e Espectrometria de Massas (EM-IES).

Resultado e discussão

A título de exemplificação, na substância 5a, observou-se: no espectro de infravermelho, as bandas de deformação axial em 1749 cm-1, referente à carbonila de lactama da isatina, 1512 cm-1 e 1338 cm-1, referentes ao grupo nitro e também a banda relativa ligação C=N da base de Schiff, em 1709 cm-1. No espectro de RMN ¹H foram observados os sinais em 7,46, 7,40 e 6,92 ppm na forma de dupleto, duplo dupleto e dupleto, respectivamente, referentes aos hidrogênios da porção isatina da molécula. Foram observados também os sinais em 8,34 e 8,17 ppm, na forma de dupletos, referentes aos hidrogênios do anel benzênico. A formação da base de Schiff foi confirmada através do sinal em 8,86 ppm, na forma de simpleto, referente ao hidrogênio imínico. No espectro de massas da substância, o pico base foi observado em m/z igual a 338,075 e corresponde ao íon [M-H]-.

Figura 1

Figura 1: Planejamento estrutural das novas bases de Schiff.

Figura 2

Figura 2: Rota sintética para a obtenção das substâncias do tipo 5.

Conclusões

Através de uma rota sintética viável e reprodutível, foram obtidas 4 novas bases de Schiff contendo o núcleo isatina. As substâncias foram caracterizadas e serão avaliadas posteriormente quanto a sua possível atividade antitumoral.

Agradecimentos

UFF, CAPES, CNPq, FIOCRUZ

Referências

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