ABORDAGEM FITOQUÍMICA E FARMACOLOGICA DAS FOLHAS Terminalia catappa Linn (Combretaceae)
ISBN 978-85-85905-23-1
Área
Química Orgânica
Autores
Araújo, M. (UNILAB) ; Belina, M.C. (UNILAB) ; Dias, B. (UNILAB)
Resumo
Terminalia catappa Linn pertencente à família Combretaceae desenvolve-se em regiões tropicais e subtropicais. O trabalho teve como objetivo realizar testes fitoquímicos preliminares, atividade antioxidante, toxicológico, larvicida e citotóxico dos extratos hexânico e etanólico das folhas Terminalia catappa L. O extrato hexânico mostrou IC50 maior que o extrato etanólico no teste antioxidante. Os extratos hexânico e etanólico mostraram-se altamente tóxicos no teste de toxicidade frente a larvas de Artemia salina e não mostraram potencial larvicida frente a larvas de Aedes aegypti. O extrato hexânico apresentou percentuais de redução da viabilidade celular (RVC) relevantes nas três linhagens testadas. Desta forma, este estudo contribuiu para o conhecimento quimiotaxonômico da espécie.
Palavras chaves
Terminalia catappa; Combretaceae; Fitoquímica
Introdução
O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo com cerca de 8,5 milhões de Km2 e vários biomas (mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Amazônia e Caatinga). Estudos apontam o pais com a flora mais rica e diversificada do mundo com mais de 5600 espécies de plantas que correspondem quase 19% da flora mundial (PIETRO., et al, 2013). Dentre as diversas espécies presentes no Brasil destaca-se no presente trabalho a espécie Terminalia catappa Linn (Combretaceae).O gênero Terminalia é amplamente distribuído nas áreas tropicais do mundo sendo conhecida como fonte rica de triterpenos pentacíclicos e seus derivados glicosilados, flavonóides, taninos dentre outros metabólitos secundários. Tais substâncias conferem importante atividade biológica, motivo pelo qual muitas espécies desta família são utilizadas na medicina popular (DIAS, 2014). As espécies pertencentes à família Combretaceae apresentam diversas atividades farmacológicas como, por exemplo, antifúngica, antimicrobiana, anti-helmíntica, anticancerígena, anti-inflamatória, antimalárica, antibacteriana, antioxidante dentre outras. Este trabalho terá sua importância na contribuição do ensino, pesquisa e extensão no desenvolvimento científico do país e especialmente do Timor- Leste, com base nos dados obtidos da espécie. Diante do exposto, a proposta deste trabalho é realizar um estudo mais detalhado sobre abordagem fitoquímica e farmacológica das folhas de Terminalia catappa L., ampliando informações acerca de suas atividades biológicas contribuído para documentação química e farmacológica da espécie.
Material e métodos
As folhas da espécie Terminalia catappa Linn foram coletadas no mês de novembro de 2016, no Parque Ten Eilson localizado no município Redenção, na região do Maciço de Baturité, Ceara, Brasil, nas coordenadas 4o13’31’’ S e 38º43’18’’ W e elevação 90 m e identificadas pela botânica Profa. Dra. Maria Iracema Bezerra Loiola, da Universidade Federal do Ceará. A exsicata foi depositada no Herbário sob o No de registro EAC # 60568. As folhas da espécie Terminalia catappa Lin foram secas a temperatura ambiente por 14 dias. Em seguida foram trituradas em liquidificador e submetidos a extração com hexano a temperatura ambiente. A solução resultante foi concentrada em evaporador rotativo, para obtenção do extrato hexânico bruto. O procedimento de extração foi repetido com álcool etílico. A partir dos extratos hexânico e etanólico da espécie foram realizados testes fitoquímicos para determinar as classes dos constituintes químicos presentes, segundo a metodologia adaptada de (MATOS, 2009) e (COSTA, 2014). A atividade antioxidante foi realizada pelo método DPPH e o de citotoxicidade pelo método do MTT utilizando-se três linhagens celulares de câncer humano [HCT-116 (carcinoma de cólon), PC-3 (adenocarcinoma de próstata) e SF- 295 ( glioblastoma)]. O teste de toxicidade frente a Artemia salina foi realizado seguindo a metodologia de (AMARANTE, 2011). As análises em CCD utilizou-seo como eluentes hexano-acetato de etila (8:2) e clorofórmio-metanol (9:1) que foram pulverizadas com solução se sulfato cérico [Ce(SO4)2] e/ou vapores de iodo.
Resultado e discussão
As folhas secas de Terminalia catappa Linn foram trituradas obtendo-se 353,8
g de material vegetal seco, obtendo-se 4,21 g de extrato hexânico e 38,2 g
de extrato etanólico. Os metabólitos secundários encontrados preliminarmente
através dos testes fitoquímicos em ambos os extratos foram taninos,
triterpenóides, esteróides e alcaloides. A análise em cromatografia em
camada delgada (CCD) dos extratos hexânico e etanólico eluidos com Hexano-
Acetato de Etila (8:2) e Clorofórmio- Metanol (9:1) utilizando sulfato
cérico como revelador mostrou manchas nas colorações azul, rosa e laranja
sugerindo a presença de triterpenos, esteroides e alcaloides.O extrato
hexânico mostrou IC50 (0,512 mg/mL) maior que o extrato etanólico IC50
(0,006 mg/mL) no teste antioxidante. Os extratos hexânico (DL50 87,671 ppm)
e etanólico (DL50 79,830 ppm) mostraram-se altamente tóxicos no teste de
toxicidade frente a larvas de Artemia salina. Ambos os extratos não
mostraram potencial larvicida frente a larvas de Aedes aegypti. No teste de
citotoxicidade frente a três linhagens celulares de câncer humano HCT-116
(carcinoma de cólon), PC-3 (adenocarcinoma de próstata) e SF-295
(glioblastoma) o extrato hexânico apresentou percentuais de redução da
viabilidade celular (RVC) relevantes nas três linhagens celulares
diferentemente do extrato etanólico.
Conclusões
Os resultados obtidos direcionarão para o fracionamento cromatográfico do extrato hexânico das folhas de Terminalia catappa L. na busca de princípios ativos que corroborem com os resultados já alcançados. Desta forma, destacamos a contribuição deste estudo para o conhecimento quimiotaxonômico do gênero Terminalia e da família Combretaceae.
Agradecimentos
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira (UNILAB) pelo suporte e auxilio financeiro.
Referências
AMARANTE, Cristine Bastos do; MULLER, Adolfo Henrique; POVOA, Marinete Martins; DOLABELA, Maria Fani. Estudo fitoquímico biomonitorado pelos ensaios de toxicidade frente a Artemia salina e de atividade antiplasmódica do caule de aninga (Montrichardia linifera). Acta Amozonica, vol.3, no 3, 431-434. 2011.
COSTA, Luis Paulo de Sousa. Documentação química e farmacológica de espécies vegetais do cerrado e caatinga Piauiense. Piauí, 2014.
DIAS, Jhonatta Alexandre Brito. Avaliação das atividades gastroprotetora, anti-inflamatória e antinociceptiva de Spondias tuberosa Arr.Cam.( Anacardiaceae). Campo grande. 2014.
MATOS, Fransisco Jose de. Abreu. Introdução à Fitoquímica Experimental. 3 ed. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2009
PIETRO, Cocaro et. al : Avaliação fitoquímica pro cromatografia em camada delgada das folhas caídas de Terminalia catappa Linn (Combretaceae). Biociência p. 110 vol.2. UNISANTANA. 2013