ANÁLISE FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIANTIACETILCOLINESTERÁSICA DA FOLHA E SEMENTE DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.)

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Mendes, W.B.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE) ; Andrade, T.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE) ; Barbosa, C.O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA - UFC) ; Alves, D.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE) ; Morais, S.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE)

Resumo

O presente trabalho objetivou avaliar a prospecção fitoquímica e atividade antiacetilcolinesterásica (AChE) dos extratos etanólicos da folha (EEFA) e dos extratos metanólicos da Semente (EMSA) do algodão. O estudo fitoquímico revelou a presença de esteroides nas folhas e taninos, flavonas, flavonóis, xantonas, e esteroides na semente do Gossypium hirsutum L. Todos os extratos apresentaram inibição da acetilcolinesterase.

Palavras chaves

Gossypium hirsutum L; Fitoquímico; Alzheimer

Introdução

Gossypium hirsutum L., conhecida populamente como algodão pertencente à família Malvaceae. No Brasil, a literatura etnofarmacológica refere seu uso na forma de chá, preparado com as folhas no tratamento de disenteria, hemorragia uterina, cicatrizante, distúrbios da menopausa e impotência sexual. O gossipol é o constituintes mais importante, encontrado na semente e em menor quantidade na raiz e na casca (Lorenzi & Matos, 2002). A prevencao do Alzheimer é realizada por algumas hipoteses, dentre estas a inibicao da enzima acetilcolinesterase, que aumenta a producao de acetilcolina e melhoria no quadro sintomatico relacionado a memoria. Produtos naturais apresentam metabolitos secundários interessantes, possibilitando uma triagem para este fim. Muitas plantas utilizadas pela populações ainda não foram estudadas ou seus metabolitos segundarios ainda não foram identificados. (NOGUEIRA, 1983).

Material e métodos

As sementes e folhas do Gossypium hirsutum L. foram coletadas no município Quixadá, Ceará, na região Nordeste do Brasil. O procedimento metodológico quanto à obtenção do extrato da folha, foi realizado pela maceração em etanol a 70%, e posteriormente, o solvente foi concentrado em rotaevaporado As sementes foram moídas e após farinha obtida, esta foi submetida à decocção em água fervente, e seu sobrenadante foi recolhido, filtrado e submetidos à liofilização. Posteriormente, submetidas a processos de maceração com metanol, o solvente foi concentrado em rotaevaporador obtendo seu respectivo extrato metanólico. O perfil fitoquímico foi realizado por testes qualitativos para determinação da presença ou ausência de fenóis, taninos, esteróides, alcalóides e flavonoides, baseado na observação visual colorimétrica e/ou formação de precipitado (MATOS, 1988). A atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase (AChE) foi testada por meio de um cromatoplaca, com a adição dos reagentes, AChE e os "spots" de amostras, até o aparecimento de halos que indica a inibição da enzima AChE, em comparação com o halo formado do padrão a fisostigmina (ELLMAN et al., 1961; RHEE et al., 2001).

Resultado e discussão

Os resultados da prospecção fitoquímica do extrato etanólico da folha de algodão (EEFA) apresentou os metabólicos secundários esteroides e o extrato metanólico da semente do algodão (EMSA) apresentou os metabólicos secundários taninos, flavonas, flavonóis, xantonas, e esteroides., corroborando com a literatura consultada (MATOS, 1988). O EEFA teve um halo de 0,8cm e EMSA mostrou halo de 0,9cm, mostrando boa inibição para enzima AChE e similaridade estatisticamente significativo (p>0,05) quando comparado ao padrão fisiostigmina com valor de halo de 0,9cm. Assim, os extratos estudados apresentaram qualitativamente presença de substâncias químicas possivelmente promissoras preventivamente ao Mal de Alzheimer, já que os extratos analisados qualitativamente inibiram a enzima AchE (ELLMAN et al., 1961; RHEE et al., 2001).

Tabela 1

Perfil fitoquimico dos extratos do Gossypium hirsutum L.

Tabela 2

Atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase dos extratos do Gossypium hirsutum L.

Conclusões

Espera-se a continuidade do estudo com esses extratos, visando o fracionamento dos mesmos e isolamento das substâncias na descoberta de responsáveis pela inibição da acetilcolinesterase na busca de novos fármacos para a Doença de Alzheimer.

Agradecimentos

Referências

LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 544p.
NOGUEIRA, M. J. C. Fitoterapia popular e enfermagem comunitária. São Paulo. 1983. 257 f. Tese (Livre-Docência) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1983.
MATOS, F. J. A. Introduçao a Fitoquimica Experimental. 1st ed. Fortaleza: Edições UFC, 1988.
ELLMAN, G.L. et al. A new and rapid colorimetric determination of acetylcholinesterase activity. Biochem Pharmacol., v.7, p.88-95, nov., 1961.
RHEE, I. K. et al. Screening for acetylcholinesterase inhibitors from Amaryllidaceae using silica gel thin-layer chromatography in combination with bioactivity stainin. Journal of Chromatography A, v. 915, p. 217, abr., 2001.

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