PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FOLHAS DE Sedum dendroideum Moc. Et Sessé ex DC, CRASSULACEAE.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Produtos Naturais
Autores
Fernandes, C.M. (UNIBRASIL) ; Barboza, G.G. (UNIBRASIL) ; Peitz, C. (UTFPR) ; de Lima, C.P. (UNIBRASIL)
Resumo
As folhas da espécie Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC. são usadas popularmente para o tratamento de catarata, ferimentos, dores de ouvido, abdominais, cabeça e estômago. Desta forma o objetivo do presente trabalho foi realizar prospecção fitoquímica e avaliação da atividade antimicrobiana das folhas da espécie. Na prospecção fitoquímica foram realizadas pesquisas das principais classes de metabólitos secundários. A atividade antimicrobiana foi avaliada através do método da difusão em gel. Os resultados da prospecção fitoquímica revelaram a presença de taninos, saponinas, heterosídeos flavônicos, flavonoides,esteroides e triterpenos. Foi constatada atividade bacteriostática sobre as cepas de Staphylococcus epidermidis e Shigella flexnari.
Palavras chaves
Sedum dendroideum; Prospecção Fitoquímica; Atividade antimicrobiana
Introdução
A espécie Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC pertencente da família Crassulaceae, popularmente é conhecida como bálsamo. As folhas são indicadas como cicatrizante, no tratamento de catarata, para episódios de cólica, dor de ouvido, dor em geral, gastrite, labirintite, machucados e úlcera. As formas empregadas de preparo consistem em banho, colírio, decocção, ingestão, em pingar o sumo no ouvido, compressa e infusão (DE MELO, 2005). Desta forma o presente trabalho tem como objetivo realizar prospecção fitoquímica e avaliar atividade antimicrobiana das folhas de Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC.
Material e métodos
Para o estudo dos principais grupos químicos das folhas foi utilizada a marcha sistemática de MOREIRA (1979). O extrato aquoso foi utilizado para a pesquisa de: heterosídeos antociânicos, saponinas e taninos. O extrato hidroalcoólico foi utilizado para a pesquisas de: leucoantocianidinas, heterosídeos flavônicos, flavonoides, cumarinas, antraquinonas, esteroides e triterpenos. Para a pesquisa de alcaloides 1g da planta moída foi fervida com solução de ácido sulfúrico a 1% (m∕v), por 2 minutos. Após o resfriamento o material foi filtrado e o extrato distribuído em 4 tubos de ensaio. Os reativos de Mayer, Dragendorff, Wagner e Bertrand foram utilizados para detectar a presença de alcaloides. Para a avaliação da atividade antimicrobiana do extrato aquoso de Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC foi utilizado o método da difusão em gel (MENDES et al., 2011). Os extratos foram incorporados em discos de papel nas concentrações de 250, 500 e 1000 µg, e foi verificada a inibição sobre o crescimento de Staphylococcus epidermidis (ATCC 1251), Enterococcus faecalis (ATCC 1221), Escherichia coli (ATCC 1229), Klebsiella pneumoniae (ATCC 1233), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 1239), Shigella flexneri (ATCC 1246), Staphylococcus aureus (ATCC 1248) e Proteus mirabilis (ATCC 1235) pela formação de halo de não crescimento ao redor dos discos impregnados.
Resultado e discussão
Os ensaios fitoquímicos demonstraram que nas folhas de Sedum dendroideum
Moc. et Sessé ex DC. há a presença dos seguintes metabólitos secundários:
saponinas, flavonoides, heterosídeos flavônicos, taninos, esteroides e
triterpenos.
Estas substâncias foram evidenciadas também em estudos com outras espécies
do gênero de Sedum tais como Sedum sarmentosum Bunge, na planta fresca foi
verificada a presença de flavonoides. (HYUNCHEOL, 2004). Em Sedum aizoon L.
na planta inteira fresca foram evidenciados alguns flavonoides bem como o
isolamento de duas isoflavonas (LI; LUO; WU, 2011). Sedum lineare Thumb,
empregado pela população para tratar dor de garganta, hepatite persistente e
disenteria possui a sustância δ-amirona, triterpeno pentacíclico presente na
planta inteira responsável pelo efeito anti-inflamatório (NIU, et al.
2014).
Dos micro-organismos testados o extrato aquoso das folhas de frescas de
Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC demonstrou inibição do crescimento de
Staphylococcus epidermidis, bactéria Gram+ e de Shiguella flexinari,
bactéria Gram-, com atividade bacteriostática para ambas. Os glicosídeos
flavônicos dos caules e folhas frescas da espécie S. aizoon L. demonstraram
atividade antibacteriana, com melhor eficácia para bactérias Gram + do que
para Gram- (ANGELO & JORGE, 2007; XU et al., 2015).
Conclusões
Através do presente estudo verificou-se a presença de saponinas, taninos, heterosídeos flavônicos, flavonoides, esteroides e triterpenos nas folhas frescas de Sedum dendroideum Moc. et Sessé ex DC. Também foi constatado que o extrato aquoso das folhas demonstrou atividade antimicrobiana sobre as cepas de Staphylococcus epidermidis e Shigella flexneri com ação bacteriostática.
Agradecimentos
Ao Museu Botânico da Prefeitura de Curitiba, pela identificação da espécie vegetal.
Referências
ANGELO, P. M.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos – Uma breve revisão, Rev Inst Adolfo Lutz, v.66, n.1, p.1-9, 2007.
DE MELO, G. O. et al. Phytochemical and pharmacological study of Sedum dendroideum leaf juice. Journal of Ethnopharmacology, v.102 p. 217–220, 2005.
HYUNCHEOL, O., et al. Isolation of Angiotensin Converting Enzyme (ACE) Inhibitory Flavonoids from Sedum sarmentosum. Pharmaceutical Society of Japan, v.27, n.(12), p.2035-2037, 2004.
LI, W. L.; LUO, Q. Y.; WU, L. Q. Two new prenylated isoflavones from Sedum aizoon L.Wei Lin. Rev. Fitoterapia, v.82, p. 405–407, 2011.
MENDES, et al. Atividade Antimicrobiana de Extratos Etanólicos de Peperomia pellucida e Portulaca pilosa. Rev Ciênc Farm Básica Apl., v.32, n.1, p.121-125, 2011
MOREIRA, E. A. Contribuição ao estudo fitoquímico de Lobelia hassleri A. Zahlb e Lobelia stellfeladii R. Braga. Campanulaceae. Tribuna Farmacêutica. v. 47, n. 1, p. 13-39, 1979.
NIU X. et al. δ-Amyrone, a specific inhibitor of cyclooxygenase-2, exhibits anti-inflammatory effects in vitro and in vivo of mice. Rev.International Immunopharmacology, v.21, p.112–118, 2014.
XU, T. et al. New flavonoid glycosides from Sedum aizoon L. Rev. Fitoterapia, v.101 p.125–132, 2015.