Triagem Fitoquímica da Casca do Fruto da Pithecoctenium crucigerum (Bignoniaceae) (pente-de-macaco)
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Produtos Naturais
Autores
Picro, K.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS) ; Costa, M.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS)
Resumo
A Pithecoctenium crucigerum também conhecida como “pente-de-macaco”, pertence à família da Bignoniaceae, uma trepadeira lenhosa, cujo tronco (cipós) pode chegar a 10 cm de diâmetro, as flores são tubulosas de cor branco-amareladas. Sua maior característica é o fruto que é seco e tem a casca coberta por espinhos grossos, por isso a denominação popular (CARNEIRO, 2010). O trabalho tem como objetivo a triagem fitoquímica dos extratos obtidos a partir da casca do fruto. Foram obtidos quatro extratos brutos através da técnica de maceração com aumento de polaridade de solventes (Hexano, diclorometano, acetato e etanol) e os mesmos submetidos a uma triagem fitoquímica por CCD.
Palavras chaves
Pithecoctenium crucigerum; Metabólitos secundários; Triagem fitoquímica
Introdução
Os produtos naturais são uma das principais fontes de compostos com potencial biológico que podem ser utilizados no desenvolvimento de novos fármacos (GUERRA; NODARI, 2001), tendo em sua constituição metabólitos secundários, estes possuem potencial biológico e uma grande diversidade estrutural (SIMÕES et al., 2010). Algumas famílias botânicas se destacam pelos componentes isolados e pelo seu uso terapêutico, estudos com espécies vegetais têm apresentado resultados significativos à identificação de espécies com potencial biológico (LEITE, 2009; BRUNETON, 2001). Dentre essas famílias pode se destacar a Bignoniaceae, constituída de 113 gêneros e 800 espécies de plantas arbustivas, arbóreas e trepadeiras, estudos revelaram várias espécies com uma vasta fonte de metabólitos especiais potencialmente ativos (SCUDELLER, 2008). Esta família pode ser encontrada em todo o território brasileiro, não tendo um habitat específico (PAULETTI et al., 2003). A Pithecoctenium crucigerum, também conhecida popularmente como “pente-de- macaco”, é uma trepadeira lenhosa que pode formar cipós de até 10 cm de diâmetro. As flores tubulosas branco-amareladas com cerca de 7 cm de comprimento e seus frutos são secos e com espinhos grossos o que fornece o nome comum de “pente-de-macaco” (CARNEIRO, 2010).
Material e métodos
A coleta do fruto foi ás 09h00min, na Chácara Taquaral no município de Santa Rosa de Goiás e a identificação botânica da espécie foi selecionada por profissionais habilitados, e uma exsicata (número e dados) foi depositada no herbário do Câmpus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológica Henrique Santillo– CCET/UEG. O material botânico foi seco a temperatura ambiente ao abrigo da luz solar e em seguida, foi separada a casca do fruto de sua semente. Em seguida, a casca foi reduzida a pó com o auxílio de um liquidificador doméstico. A obtenção dos extratos foi pelo método de maceração a frio aumentando a polaridade dos solventes utilizados, nessa ordem: hexano, diclorometano, acetato e etanol. A triagem fitoquímica foi realizada através da técnica de cromatografia em camada delgada (CCD), para identificação das classes de metabólitos secundários nos extratos, utilizou-se o método de eluição e revelação proposto por Wagner et al (1996), para taninos, geninas flavônicas, heterosideos flavônicos, naftoquinonas, terpenos e esteroides, saponinas e alcaloides. Os sistemas utilizados nas análises das CCDs estão apresentados em resultados e discussão.
Resultado e discussão
A triagem fitoquímica preliminar realizada no presente estudo proporcionou
traçar o perfil químico dos compostos presentes na casca da P. crucigerum. Os
resultados foram obtidos através de análise qualitativa da coloração
apresentada na CCD após a aplicação do reagente revelador (tabela 1),
avaliando a presença dos grupos de metabólitos secundários em termos positivos
e negativos apresentados na tabela 2.
Sistemas de eluição e revelação da CCD
Resultado da triagem fitoquímica
Conclusões
A triagem fitoquímica dos extratos brutos da casca da P. crucigerum indicou a presença de classes de metabólitos secundários com atividade biológica de importância reconhecida para a indústria de alimentos e farmacêutica. Assim contribuindo para estudos posteriores dessa espécie.
Agradecimentos
A UEG pelo apoio; A CAPES pela bolsa concedida; Ao Programa de Concessão de Bolsas de Incentivo ao Pesquisador (ProBIP) 2016.
Referências
BRUNETON, J. Farmacognosia. 2. ed. Zaragoza: Acribia, 2001. 1099p.
CARNEIRO, E., Pente-de-macaco. Disponível em: <http://www.caliandradocerrado.com.br/2010/09/pente-de-macaco.html>. Acesso em 8 de agosto de 2017.
GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Biodiversidade: aspectos biológicos, geográficos, legais e éticos. In: Simões, C.M.O.; Schenkel, E.P.; Gosmann, G.; Mello, J.C.P.; Mentz, L.A.; Petrovick, P.R. (org.) Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3.ed. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da Universidade UFRGS/ Editora da UFSC, Capítulo 1, p.13-26, 2001.
LEITE, J.P.V. Química dos produtos naturais: Uma abordagem Biossintética. In: Leite, J.P.V. Fitoterapia: bases científicas e tecnológicas. 1. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009, 328p
PAULETTI, P. M.; BOLZANI, V. S.; YOUNG, M. C. M.; Constituintes químicos de Arrabidaea samydoides (Bignoneaceae). Química Nova, V.26; n.5; pp 641-643, 2003.
SCUDELLER, V. V.; VIEIRA, M. F.; CARVALHO-OKANO, R. M.; Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae). Rodriguésia, V.59; n 2; pp 297-307, 2008.
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WAGNER, H.; BLADT, S. Plant Drug Analysis: A Thin Layer Chromatography Atlas. 2nd. Ed. Berlin: Springer, 1996.