ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DAS FOLHAS DE POINCIANELLA BRACTEOSA (Tul.) L.P. Queiroz (Fabaceae).
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Produtos Naturais
Autores
Passos, M.M.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Lopes Nolasco, N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Gualberto, S.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; e Silva, S.L.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA)
Resumo
Este trabalho apresenta o estudo de algumas propriedades farmacológicas do extrato bruto obtido das folhas da planta: Poincianella bracteosa, endêmica da flora brasileira. O extrato fora avaliado quanto ao conteúdo de “fenólicos totais” pelo método de Folin-Ciocalteau e atividade antioxidante pela capacidade de reação com o radical •DPPH. Os resultados demonstraram que o extrato estudado apresentou algum conteúdo de fenólicos, bem como grande ação antioxidante, no teste realizado.
Palavras chaves
atividade antioxidante; compostos fenólicos; DPPH
Introdução
Embora exista diversas pesquisas existentes e conhecido do uso popular das plantas medicinais no Brasil, o bom emprego dessas na fabricação de drogas farmacêuticas é deficiente, possuindo assim necessidade de estudos que viabilizem o seu uso farmacêutico, através do esclarecimento de compostos ativos e eficácia terapêutica provada. Em vista disso e precisando valorizar os recursos que são oferecidos a P. bracteosa foi escolhida para este estudo a partir de dados de um levantamento etnobotânico, realizado por Cunha e Silva et al. (2012), com as comunidades do entorno do município de Tanhaçu, na Bahia.Portanto o objetivo desse trabalho foi investigar através do estudo químico o promissor potencial antioxidante in vitro do extrato dessa espécie.
Material e métodos
Os materiais vegetais utilizados neste estudo foram coletados na Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, situada no município de Contendas do Sincorá – BA. As folhas da planta foram secas em estufa de circulação de ar por 48 horas a uma temperatura de 45ºC, triturados manualmente e submetidas à percolação com solução hidroetanólica 70%.Após a completa extração,o solvente foi concentrado utilizando-se evaporador rotativo, obtendo-se o extrato etanólico da planta. A concentração de fenólicos totais dos extratos foi determinada pelo ensaio espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau seguindo a metodologia descrita por SOUSA et al. (2007), com modificações.Onde os teores de fenólicos foram expressos em termos de concentração equivalente de ácido gálico (EAG), calculados a partir da equação da curva analítica deste padrão[(3,906 a 250 mg/mL) y=0,0053x+0,294; (R² =0,9961)]. A atividade antioxidante foi avaliada utilizando o método de redução de absorbância pelo sequestro do radical livre •DPPH (2,2-difenil-1- picrilhidrazila) seguindo metodologia descrita por RUFINO et al. (2007). Os resultados de atividade antioxidante foram expressos em valores de IC50 (concentração de extrato necessária para inibir 50% do radical) das curvas de inibição dos extratos e dos padrões rutina e quercetina, diluídos seriadamente em concentrações de [(100;80;60;40;20 μg.mL-1) (150;125;100;75;50;25 μg.mL-1),respectivamente.A atividade antioxidante das amostras foi expressa também pelo índice de atividade antioxidante (IAA) proposto por SCHERER & GODOY (2009). Este índice facilita comparar a força antioxidante de diferentes extratos, e é calculado de acordo com a seguinte equação: IAA = [Concentração inicial de DPPH (μg.mL-1)]/CE50 (μg.mL-1)
Resultado e discussão
Os compostos fenólicos foram quantificados no extrato etanólico e pelo
método de Folin-Ciocalteau. A concentração de fenólicos nesse extrato foi de
1220,25(±1,22) de EAG/100 g de extrato. Em seguida, a atividade
antioxidante, foi investigada espectrofotometricamente pela redução do
radical •DPPH (Tabela 1). Não surpreendentemente, o extrato como continha
uma alta concentração de fenólicos apresentou menor valor de EC50 (Tabela
1), sugerindo que este extrato é uma fonte rica de moléculas com
propriedades antioxidantes. Scherer e Godoy (2009) propõem o cálculo de um
índice de atividade antioxidante (IAA), considerando a concentração da
solução de DPPH utilizada nos ensaios e os valores de EC50 encontrados para
as amostras, para avaliar a eficiência antioxidante de extratos de plantas
(Figura 1) sendo assim, os resultados expressos em IAA para o extrato bruto
e os padrões :Quercetina e Rutina foram respectivamente 2,62; 11,03 e 7,76
dessa maneira a classificação de todas as três amostras é máxima.
A concordância entre os dois ensaios é compreensível, uma vez que quanto
maior a concentração de fenólicos em um extrato, maior seu poder de
inativação de radicais livres através da doação de átomos de hidrogênio à
estas espécies (SOARES, 2002).
Apresentação dos resultados do DPPH,EC50 e IAA,como comparativo entre os padrões e o extrato.
Resultados expressos em IAA e sua classificação segundo Scherer e Godoy, 2009
Conclusões
Os resultados indicaram atividade antioxidante de amplo espectro no extrato de P.bracteosa. No entanto, estudos futuros serão administrados visando o fracionamento desse extrato no intuito de isolar as moléculas bioativas. Essa averiguação torna-se ainda mais relevante e justifica um estudo fitoquímico aprofundado principalmente afim de conhecer as propriedades biológicas da espécie.
Agradecimentos
Agradecimentos expressos ao CNPq pela concessão da bolsa de pesquisa, à UESB, pelo apoio e incentivo à pesquisa e ao Núcleo de Pesquisa Químicas(NUPESQ).
Referências
CUNHA, S. L., GUALBERTO, S. A., MACEDO, G. E. L., DA SILVEIRA, T. C., & DA SILVA, D. C. (2012). Plantas medicinais usadas pela comunidade do povoado de Laços (Tanhaçú/Bahia) e encontradas na Floresta Nacional Contendas do Sincorá. Revista Caatinga, 25(3), 130-136.
RUFINO, M.S.M., ALVES, E.R., BRITO, S.E., MORAIS, M.S., SAMPAIO, G.C.,
PÉREZ-JIMÉNEZ, J., SAURA-CALIXTO, D.F., Metodologia cientifica:
Determinação da atividade antioxidante total em frutas pela captura do radical livre DPPH – EMBRAPA. Julho, 2007 Fortaleza, CE Disponível em:http://www.cnpat.embrapa.br/cnpat/down/index.php?pub/Cot_127.pdf Acesso em: Abril de 2017.
SCHERER, R.; Godoy, H. T. (2009). Antioxidant activity index (AAI) by the 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl method. Food Chemistry, 112(3), 654-658.
SOARES, S. E. Ácidos fenólicos como antioxidantes. Rev. Nutr., Campinas, v. 15, n. 1, p. 71-81, 2002.
SOUSA, C. M. M., et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v.30, n.2, p.351-355, 2007. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422007000200021>. doi: 10.1590/S0100-40422007000200021