Determinação do Teor de Fenóis Totais e Flavonoides de Méis Oriundos de Pouso Alto-MG e Caxias do Sul-RS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

de Lima Barbosa, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Liberato, M.C.T.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Lara Santos Sales, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Batista do Nascimento, A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Oliveira Targino, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Almeida Farias, R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Lima Bezerra, L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O mel compõe-se de água, açúcares e demais constituintes como ácidos orgânicos, minerais, vitaminas, compostos fenólicos, proteínas e aminoácidos livres. Este trabalho teve como objetivo a determinação do teor de fenóis totais e flavonoides de méis oriundos de Pouso Alto-MG e Caxias do Sul-RS. O resultado obtido para o conteúdo de fenóis totais do mel de Pouso Alto-MG apresentou o valor de 23,28±0,59 EAG/100g e o de Caxias do Sul 28,29±0,52 EAG/100g. Já os resultados para a quantificação dos flavonoides foram 1,55±0,12 EQ/100g e 2,54±0,19 EQ/100g para os méis acima citados, respectivamente. O mel de Caxias do Sul apresentou um maior teor de fenóis totais e também de flavonoides se comparado ao de Pouso Alto.

Palavras chaves

Mel; Fenóis totais ; Flavonoides

Introdução

A composição do mel constitui-se, em sua maior parte, de água e carboidratos, principalmente glicose e frutose, além de minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros), proteínas, aminoácidos, flavonoides, vitaminas, pigmentos e um grande número de ácidos orgânicos (DOWNEY et al., 2005; FINOLA; LASAGNO; MARIOLI, 2007; LANARA, 1981; VILHENA; ALMEIDA-MURADIAN, 1999). O mel é conhecido por ser rico em antioxidantes enzimáticos e não-enzimáticos, incluindo glucose oxidase, catalase, ácido ascórbico, flavonoides, ácidos fenólicos, derivados de carotenoides, ácidos orgânicos, produtos da reação de Maillard, aminoácidos e proteínas. (MAGALHÃES, 2010). Dessa forma, a composição e a capacidade antioxidante variam com a fonte floral usada para a coleta de néctar e com fatores externos como clima, ambiente e processamento pelo qual tenha passado (BALTRUŠAITYTĖ et al., 2007). Os danos causados pelos radicais livres podem afetar muitas moléculas biológicas, dentre elas os lipídeos, as proteínas, os carboidratos e as vitaminas presentes nos alimentos. Estudos apontam que uma dieta rica em antioxidantes reduz os riscos das principais doenças humanas, entre elas as cardiovasculares e o câncer. Sendo o mel um produto natural, tradicionalmente utilizado na alimentação, a avaliação da sua capacidade associada a esse fator poderá apresentar um papel relevante e conduzir a uma valorização do produto junto do consumidor.

Material e métodos

Foram analisadas amostras de méis de Pouso Alto-MG (Florada: Angico) e Caxias do Sul-RS (Florada: silvestre). As análises das amostras foram feitas em triplicata e realizadas no Laboratório de Bioquímica e Tecnologia (LABIOTEC) da Universidade Estadual do Ceará. Para a determinação do teor de fenóis totais foi utilizado o método Folin-Ciocalteau (SINGLETON; 1999). Diluiu-se 5 g de cada amostra em 50 mL de água destilada. Após filtração, a 0,5 mL de cada solução foram adicionados 2,5 mL do reagente Folin-Ciocalteau 0,2 N. Após 5 min, adicionou-se 2 mL de solução de Carbonato de Sódio (Na2CO3) a 75 g/L e depois de duas horas, determinou-se a absorbância a 760 nm, contra branco em espectrofotômetro (Biomate Spectrophotometer). A média foi expressa em Equivalentes de Ácido Gálico (EAG)/100g de mel, utilizado como padrão. A determinação do teor de flavonoides foi verificada utilizando o método AlCl3. Uma solução de Cloreto de Alumínio, 5mL (2%), em metanol, foi adicionada ao mesmo volume de uma solução de mel (0,02 mg/mL). A absorbância foi lida em 415 nm, após 10 min contra um branco. A curva padrão foi efetuada usando quercetina como padrão. O conteúdo de flavonoides foi expresso em mg(QE)/100g de mel.

Resultado e discussão

A Tabela 1 mostra os resultados obtidos dos teores de fenóis totais e flavonoides para as amostras analisadas. Para os méis estudados, destaca-se o mel de Caxias do Sul-RS com maior teor de compostos fenólicos. A amostra de 5g do mel de Caxias do Sul-RS apresentou aproximadamente 0,2829g da massa total, ou seja, aproximadamente 28,29±0,52 mg EAG/100g do mel, possuindo características de fenóis isolados ou ligados a algum tipo de proteína, fazendo com que possivelmente esses fenóis também possuam ações antioxidantes, referidos à proteínas, taninos e alguns açúcares, enquanto a amostra de mel oriundo de Pouso Alto-MG, apresentou resultados de aproximadamente 23,28±0,59 mg EAG/100g. Pode-se dizer que a eficiência de um antioxidante é determinada, prioritariamente, pelos grupos funcionais presentes, pela posição que ocupam no anel aromático e pelo tamanho da cadeia desses grupos (MELO e GUERRA, 2002). As diferenças notadas nos resultados ocorrem devido à relação que existe entre solo da região, as plantas de onde as abelhas colhem o néctar e o com a composição química do mel.

Tabela 1- Fenóis Totais e Flavonoides em méis de Pouso Alto–MG e Caxia



Conclusões

As diferenças observadas nos resultados dos méis analisados se devem às diferentes espécies de abelhas bem como as épocas de coletas com floradas diferenciadas. Os resultados muito próximos para níveis de fenóis não necessariamente condizem à mesma resposta antioxidante, já que essa propriedade depende principalmente da estrutura química dos fenóis encontrados.

Agradecimentos

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE

Referências

BALTRUŠAITYTĖ, V., VENSKUTONIS, P. R., ČEKSTERYTĖ, V. Radical Scavenging Activity of Different Floral Origin Honey and Beebread Phenolic Extracts. Food Chemistry, v. 101. p. 502-514, 2007.
DOWNEY, G. et al. Preliminary contribution to the characterization of artisanal honey produced on the island of Ireland by palynological and physicochemical data. Food Chemistry, v. 91, n. 2, p. 347 354, 2005.
FINOLA, M. S.; LASAGNO, M. C.; MARIOLI, J. M. Microbiological and chemical characterization of honey from central Argentina. Food Chemistry, v. 100, n. 4, p. 1649-1653, 2007.
LANARA. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes. II - Métodos físicos e químicos. Mel. Brasília: Ministério da Agricultura, 1981. v. 2, cap. 25, p. 1-15.
MAGALHÃES, I. L. Fenóis totais e propriedades biológicas de méis de diferentes localidades geográficas. (51º CBQ – 2010)
SINGLETON, V. L.; ORTHOFER, R.; LAMUELA-RAVENTOS, R. M. Analysis of total phenols and other oxidation substrates and antioxidants by means of Folin-Ciocalteur Reagent. Methods in Enzymology, v. 299, p. 152-178, 2002.
VILHENA, F.; ALMEIDA-MURADIAN, L. B. Análises físico-químicas de méis de São Paulo. Mensagem Doce, v. 53, p. 17-19, 1999.

Patrocinadores

Capes CNPQ Renner CRQ-V CFQ FAPERGS ADDITIVA SINDIQUIM LF EDITORIAL PERKIN ELMER PRÓ-ANÁLISE AGILENT NETZSCH FLORYBAL PROAMB WATERS UFRGS

Apoio

UNISC ULBRA UPF Instituto Federal Sul Rio Grandense Universidade FEEVALE PUC Universidade Federal de Pelotas UFPEL UFRGS SENAI TANAC FELLINI TURISMO Convention Visitors Bureau

Realização

ABQ ABQ Regional Rio Grande do Sul