AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DE FOLHAS DE SIRIGUELA (SPONDIA PURPUREA L. )

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Ingrid Santos Oliveira, Y. (UECE) ; Soares Costa Oliveira, M. (UECE) ; Lima Gomes, A. (UECE) ; Oliveira Barbosa, C. (UECE) ; Jales de Paula, B. (UECE) ; Lais Pereira de Sousa, N. (UECE) ; Rayssa Ferreira Freitas, F. (UECE)

Resumo

Spondia purpúrea L. é um árvore de porte médio, originária da América Central, comum na Região Nordeste do Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar atividade antioxidante do extrato etanólico das folhas da espécie Spondia purpúrea L, correlacionando ao perfil fitoquímico. A preparação do extrato da folha de siriguela foi realizada pela imersão em solvente etanol para extração por 14 dias. Foram realizados a caracterização fitoquímica, teor de fenóis totais e atividade antioxidante pelos métodos ABTS e do radical DPPH. Os resultados apresentaram presença de fenóis totais, flavonoides, esteróis e flavanonas. O teor de fenóis totais foi de 66,66 mg EAG/mL e atividade antioxidante de 23,60 μg/mL (±1,81) pelo método ABTS e 65,21 μg/mL (±8,37) pelo método DPPH, diferindo estatisticamente entre os métodos e com os valores de IC50 do padrão rutina.

Palavras chaves

Spondia purpúrea L; perfil fitoquímico; Antioxidante

Introdução

Os agentes antioxidantes possuem lugar de destaque na indústria farmacêutica, sendo importante a realização de pesquisa desses compostos e de suas capacidades de neutralizar agentes prejudiciais a sistemas biológicos, como por exemplo, os radicais livres (BORGES et al., 2011).Quanto à espécie em estudo, Spondia purpurea, pesquisas mostram um potencial antioxidante in vitro nas estruturas da casca e o fruto desta planta, porém não foram feito testes in vivo. Há evidências sobre as atividades biológicas com atividade bactericida e fungicida. Também pode constituir um alvo potencial para uso em terapia anti-úlcera (MARISCO; PUNGARTNIK, 2015).Testes com o extrato etanólico de folhas de Spondia purpúrea, indicaram um efeito antiulcerogênico e com baixa toxicidade frente à Artêmia salina e em modelos animais, indicando potencialidade para fins terapêuticos (DANTAS, 2012). Estudos apresentaram evidências de que o estresse oxidativo, através da formação de radicais livres de oxigênio, pode contribuir para patogenias, o que justificaria o emprego de substâncias antioxidantes. Neste contexto, os antioxidantes de origem natural merecem atenção especial, pois as plantas sintetizam um grande número de metabólitos capazes de captar os radicais livres (POTTERAT, 1997). Frutas e vegetais são importantes fontes antioxidante. Suas vitaminas e compostos fenólicos apresentam papel essencial na nutrição dos seres vivos, atuando, por exemplo, como defesa contra degradação de lipídeos e proteínas, evidenciando a importância de uma alimentação rica nesses nutrientes (NOVAES et al., 2014). Visto a importância dessa fruta, este trabalho objetivou analisar a atividade antioxidante e antiacetilcolinestase do extrato etanólico da folha da siriguela, correlacionando ao perfil fitoquímico com o intuito de contribuir para futuras pesquisas.

Material e métodos

•PREPARO DA AMOSTRA Aproximadamente 300g de folhas da seriguela foram lavadas com água para retirar poeira e qualquer fungo que possam comprometer a amostra, porém sem perder seus componentes. •EXTRAÇÃO As folhas de seriguela (Spondia purpúrea L.) foram imersas a 4L de álcool etílico 96ºGL (Gay-Lussac) em um recipiente adequado de vidro por 14 dias para extração dos componentes químicos da folha. Após esse período, foi rotaevaporado à 70ºC até retirada do solvente. •Teste Para Fenóis e Taninos No primeiro tubo de ensaio contendo 3 mL de amostra solubilizada em etanolforam adicionadas três gotas de solução alcoólica de Cloreto férrico (FeCl3). •Testes antioxidantes 1.Método ABTS Este teste da avaliação antioxidante pela captura de ABTS será realizado segundo Re et al., 1999. Em ambiente escuro, foram transferidos 30μL de cada diluição para tubos de ensaio com 3 mL do radical ABTS. Os tubos foram homogeneizados e deixados em repouso por 6 minutos. No tubo branco foi utilizado apenas álcool etílico. Foi utilizado outro tubo contendo apenas o reagente ABTS. As leituras foram realizadas em espectrofotômetro a 734nm. Um gráfico foi produzido com o eixo-x contendo os valores das diluições e o eixo-y os valores dos IVs. Em seguida, calculou-se a reta de regressão linear e dela o EC50, ou seja, ponto em que a concentração de antioxidantes da amostra consome 50% da quantidade inicial do radical. 2.Método DPPH Método descrito por Brand-Wiliams et al. (1995), que se baseia na redução do radical DPPH por antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm. Em um balão de 100mL, foram ressuspensos 2,4 mg do reagente de DPPH (Sigma-Aldrich®, Alemanha), com metanol PA, para obtenção de uma solução com concentração de 60 μM, utilizada no mesmo dia do seu preparo. Em seguida uma alíquota de 50 μl de cada solução foi adicionada a 1950 μl da solução de DPPH (60μM). Para controle negativo, os 50 μl de solução de extrato foram substituídos por metanol e para o branco os 1950 μl da solução de DPPH foram substituídos por metanol.

Resultado e discussão

Os resultados apresentaram presença de fenóis totais, flavonoides, esteróis e flavanonas. O teor de fenóis totais foi de 66,66 mg EAG/mL e atividade antioxidante de 23,60 μg/mL (±1,81) pelo método ABTS e 65,21 μg/mL (±8,37) pelo método DPPH, diferindo estatisticamente entre os métodos e com os valores de IC50 do padrão rutina. A atividade antioxidante de compostos fenólicos deve-se principalmente às suas propriedades redutoras e estrutura química. Estas características desempenham um papel importante na neutralização ou sequestro de radicais livres, agindo no processo oxidativo (SOARES, 2002). O potencial antioxidante do extrato etanólica bruto das folhas de Spondias purpurea L. descrito pelos valores de IC50 calculados para as amostras, está destacado na figura. Podemos verificar que o valor obtido foi muito bom comparado à Rutina, um flavonoide com atividade antioxidante comprovada, com base no resultado e com o fato de que quanto menor o valor de IC50% maior o potencial antioxidante. Assim, concluiu-se um teor moderado de fenóis totais que foi suficiente pela ação moderada de antioxidante pelo método ABTS.

Constituintes presentes na folha da Spondia purpúrea L.

Constituintes presentes na folha da Spondia purpúrea L. resultante do teste fitoquímico de seu extrato

comparação dos valores de IC50 folhas de Spondias purpurea L. com a R

Valores de IC50 para extrato bruto etanólico das folhas de Spondias purpurea L. em comparação com a Rutina

Conclusões

A busca por mais conhecimentos na área de produtos naturais, a fim de se descobrir ações farmacológicas nos constituintes químicos presentes no material estudado foi o principal foco deste trabalho. Por meio do estudo fitoquímico, podemos avaliar a existência de metabólitos secundários na planta da seriguela já descritos na literatura. O extrato utilizado neste estudo com etanol foi eficiente na inibição dos radicais DPPH e ABTS, demonstrando que as folhas apresentam considerável capacidade antioxidante. Novos estudos necessitam ser conduzidos em busca do isolamento, da purificação e identificação dos compostos ativos da planta, bem como, para confirmar sua ação antioxidante, in vitro, usando outros radicais livres, tendo em vista a importância da mesma para o sertão nordestino.

Agradecimentos

À Deus, aos meus familiares, à instituição, aos amigos e parceiros de laboratório e a todos os professores do curso de Química, que contribuíram enormemente para a minha

Referências

BORGES, L. L. et al. Uma abordagem sobre Métodos analíticos para determinação da atividade antioxidante em produtos naturais. Enciclopédia Biosfera, v. 7, n. 12, p. 1–20, 2011.
MARISCO, G.; PUNGARTNIK, C. Spondias purpurea L . ( Anacardiaceae ): traditional uses , chemical composition and biological activities. Scienta Amazonia, v. 4, n. 2, p. 10–18, 2015.
DANTAS, A. M. Avaliação da Toxicidade e Atividade Antiulcerogênica das Folhas de Spondias purpurea L. p. 22, 2012.
NOVAES, G. M. et al. COMPOSTOS ANTIOXIDANTES E SUA IMPORTÂNCIA NOS ORGANISMOS Doi: http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v11i2.535539. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 11, n. 2, p. 535–539, 2014.
QUINTÃO W. S. C. MATURAÇÃO, COMPOSTOS FENÓLICOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE SERIGUELAS (SPONDIAS PURPUREA L.) CULTIVADAS NO CERRADO. 2015.

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