Caracterização das Propriedades Físico-Químicas de Polens apícola de Apis mellifera L. do Estado do Ceará

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Farias, R.A. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE) ; Targino, K.O. (UECE) ; Barbosa, K.L. (UECE) ; Nascimento, A.B. (UECE) ; Sales, K.L.S. (UECE) ; Santos, A.A.M. (UECE)

Resumo

O regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de pólen apícola o define como o resultado da aglutinação do pólen das flores, efetuada pelas abelhas operárias, mediante néctar e suas substâncias salivares, o qual é recolhido no ingresso da colmeia. Neste regulamento, estabeleceram-se normas para identidade e os requisitos mínimos de qualidade que o pólen deve atender para que seja destinado ao comércio nacional ou internacional. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de amostras de pólen produzidas pela abelha Apis mellifera L no estado do Ceará. Os resultados obtidos foram um valor médio de pH de 4,35, um mínimo de 5,98% e um máximo de 11,74% para o conteúdo de umidade e sólidos totais e para lipídeos, uma média de 7,13%.

Palavras chaves

polén apícola; fisico-quimico; controle de qualidade

Introdução

O pólen coletado nas anteras das flores é essencial para a nutrição das abelhas Apis mellifera L., pois provê recurso de proteína principalmente para larvas e adultos. Para o homem, seus benefícios atuam como fortificante do organismo, estimulante, gerador de bem estar e vigor físico e equilíbrio funcional (MODRO et al, 2007). O pólen e os demais produtos apícolas são comercializados com autorização do Ministério da Agricultura e tem a fiscalização federal comprovada pelo selo SIF (ALMEIDA-MURADIAN, 2009). A qualidade final do pólen apícola desidratado é regulamentada pela Instrução Normativa N.º 03 de 19 de janeiro de 2001, do Ministério de Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (BARRETO, 2005). Tal regulamento recomenda diferentes métodos convencionais para a analise do pólen apícola quanto as suas características químicas e físico-químicas (REBELO, 2011). De acordo com a legislação estabelecida no Brasil o pólen comercializado deve ter aos seguintes requisitos físico-químicos: umidade máxima de 30%; cinzas máximo de 4%; lipídeos, mínimo de 1,8%; proteínas, mínimo de 8%; açúcares totais de 14,5% a 55,0%; fibra bruta, mínimo de 2% e pH de 4 a 6 (BRASIL, 2001). O pólen apícola é, portanto, uma importante fonte de proteínas podendo ser usado como complemento alimentar na nutrição humana. O conhecimento de sua composição física e química torna-se necessária, no sentido de tipificar o produto obtido em diferentes regiões (MARCHINI, 2006), no controle de qualidade e, até mesmo, em uma padronização do pólen brasileiro para uma efetiva aplicação terapêutica (CARPES, 2008).

Material e métodos

As amostras de pólen apícola desidratado foram adquiridas no estado do Ceará nos municípios de Trairi e Beberibe durante os anos de 2015 e 2016. Dentre as amostras analisadas, duas são de florada heterofloral (AH) e duas monoflorais (AM). Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia (LABBIOTEC) da Universidade Estadual do Ceará. As seguintes análises físico-químicas foram realizadas: pH, umidade, lipídeos, e sólidos totais. Os valores de pH foram determinados usando-se um pHametro, digital calibrado de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008) a partir de um tratamento prévio da amostra seguindo as instruções do protocolo de determinação eletrométrica de pH em alimentos da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). O conteúdo de umidade foi avaliado através do método de perda por dessecação, secagem direta em estufa (700C) de acordo com o método 926.12 (AOAC, 1995), e o método do IAL (2008), até que um peso constante fosse alcançado. Na determinação de lipídeos usou-se o método de Bligh & Dyer (1959) seguindo o protocolo do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), pelo qual os lipídeos foram extraídos com uma mistura fria dos solventes clorofórmio, metanol, e água. Os sólidos totais foram quantificados por gravimétrica, através da diferença entre o peso total da amostra fresca e seu conteúdo de umidade (CECCHI, 2003). A quantificação foi realizada a partir do conteúdo de umidade por dessecação em estufa.

Resultado e discussão

De acordo o regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de apitoxina o pólen apícola deve apresentar um pH variante entre 4 e 6. As amostras analisadas tiveram uma média de 4,35, estando inclusas dentro dos valores estabelecidos. No entanto, a amostra AH 4 encontrou-se abaixo do pH 4. Pinto (2012), ao investigar amostras quinzenais de pólen apícola in natura em Taubaté obteve uma média de pH de 4.5, valor próximo aos obtidos neste trabalho. O conteúdo de umidade máximo para o pólen desidratado é de 4% de acordo com o padrão da instrução normativa Nº 3 de 2001 é um máximo 30% na base fresca. Os polens apícolas cearenses estudados apresentaram um valor superior ao máximo permitido com um mínimo de 5,98% e um máximo de 11,74%. O aumento observado no conteúdo de umidade pode estar relacionado ao seu processamento, estocagem e/ou armazenamento. A quantificação da porcentagem de sólidos totais foi realizada juntamente com o de conteúdo de umidade apresentando resultados semelhantes. O valor de lipídeos mínimo exigido pela norma brasileira é de 1,8%; m/m, na base seca. As amostras obtiveram um valor médio 7,13%. Segundo Lengler (2002), na composição geral do pólen apícola os valores de lipídeos variam de 1% a 14%.

Tabela 1

pH, umidade, lipídeos e sólidos totais em amostras de pólens apícola cearense.

Conclusões

A partir desta análise, concluí-se que as amostras apresentaram bons valores de pH, sólidos totais e lipídeos de acordo com a norma estabelecida. Apesar das amostras avaliadas estarem acima do valor de umidade para o pólen desidratado, a sua forma comercial possui uma máxima de 30%, estando os resultados dentro deste limite.

Agradecimentos

UECE e FUNCAP

Referências

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<http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/engenhariadealimentos/files/2009/03/Determina%C3%A7%C3%A3o-eletrom%C3%A9trica-do-pH-em-alimentos.docx.>. Acesso em: 22 jul. 2017.

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