Atividade antifúngica e antioxidante do óleo essencial de Myroxylon peruiferum L.f. (Fabaceae)
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Produtos Naturais
Autores
Teixeira da Silva, P. (UNIVERSIDADE DO VALE DO ACARAÚ) ; Silva dos Santos, H. (UNIVERSIDADE DO VALE DO ACARAÚ) ; Magno Rodrigues Teixeira, A. (UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI) ; Holanda Teixeira, E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Nogueira Bandeira, P. (UNIVERSIDADE DO VALE DO ACARAÚ) ; Pereira, R. (CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA) ; Eire Silva Alencar de Menezes, J. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Saker Sampaio, S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Pires Pereira, E.J. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)
Resumo
Myroxylon peruiferum L.f. pertence à família Fabaceae e é conhecida popularmente como bálsamo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividadeantioxidante do óleo essencial de M. peruiferum L.f. Através da utilização da análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG-EM) obtendo a composição química do óleo essencial.Também foi realizado análise para verificar o potencial da atividade antioxidante seguindo o método de varredura do radical livre DPPH, FIC e FRAP. Os resultados da analise química demonstram 24 compostos químicos dos quais os majoritários são o α-pineno (14,85%), E-Cariofileno (10,78%) e Germacreno D (17,15%) que são sesquiterpenos. Em relação ao DPPH, o O.E obteve um resultado acima de 60 % de atividade antioxidante para redução de radicais livres.
Palavras chaves
Myroxylon peruiferum; óleo essencial; atividade antioxidante
Introdução
A população mundial em sua maioria tem confiança em métodos de tratamento tradicionais relativos aos cuidados diários com a saúde, cerca de 80% da população, principalmente dos países em desenvolvimento, confiam em medicamentos derivados de plantas medicinais para seus cuidados com a saúde. 25% de todas as prescrições médicas são à base de substâncias derivadas de plantas ou análogos sintéticos derivados da mesma (GURIB-FAKIM, 2006).O uso de produtos naturais com propriedades terapêuticas é tão antigo quanto à civilização humana e, por um longo período, minerais, plantas e produtos animais eram fundamentais fontes de drogas (BAJPAI et al., 2008). Os óleos essenciais são produtos produzidos a partir de metabolismo secundário de plantas, com bastante interesse, diante de suas propriedades farmacológicas e aromáticas, potencialmente utilizada para aplicação terapêutica, cosmética e tecnológica. Esses produtos geralmente têm substâncias químicas terpênica, e seus derivados alcoólicos e aldeídicos (SIMÕES et al., 2007).Myroxylon peruiferum L.f. pertence à família Fabaceae, popularmente conhecida como pau-de-bálsamo, bálsamo e cabriúva. Sendo uma planta decídua, heliófita, com cerca de 10 a 20 metros de altura. Suas folhas são compostas pinadas, de ocorrência de quase toda a extensão do País e sendo que a madeira é muito adequada para o setor mobiliário, revestimentos, construção civil, dentre outras atribuições, por causa da sua alta resistência ao apodrecimento (LORENZI, 1998). Lorenzi e Matos (2002) relatam que a utilização das folhas, frutos e resina do Myroxylon peruiferum L.f. é ideal para combater feridas e úlceras. Lorenzi e Matos (2008) acrescentam a recomendação do uso para asma, reumatismo, catarro, feridas externas, dor de cabeça, torcicolo e tuberculose.
Material e métodos
O óleo essencial foi obtido por meio de hidrodestilação com uso do aparelho tipo Clevenger, com duração de 2 horas. A composição química foi determinada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM), modelo QP-2010. A habilidade do óleo essencial de sequestrar os radicais DPPH foi realizada através do método descrito por Duan e colaboradores (2006). Uma solução metanólica contendo 0,16 mM de DPPH foi colocado em diferentes concentrações (de 2,5 a 7,8 %). Os resultados comparados com o branco (apenas o óleo) e o controle do ensaio (apenas a solução 0,16 mM de DPPH). Ácido ascórbico utilizado como controle positivo. O ensaio de atividade quelante de íons ferrosos foi realizado de acordo com Wang e colaboradores (2009). A solução do óleo essencial foipreparada utilizando água deionizada de modo a obter concentrações de 2,5 a 7,8 % da amostra onde será adicionados 2 mM de cloreto ferroso (FeCl2) e 5 mM de ferrozina. O branco e o controle foram preparados com água destilada, subtendo a ferrozina e o óleo essencial, respectivamente. O EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) utiliza-se como controle positivo. O poder antioxidante de redução férrica da amostra foi determinado através do método descrito por Ganesan e colaboradores (2008). O óleo essencial foi diluído em tampão fosfato de sódio 0,2 M (pH 6,6) com 1% de ferricianeto de potássio, em concentrações que variaram de 2,5 a 7,8 %. E incubada a 50 °C por 20 minutos. Após arrefecimento, foi adicionado 10 % de ácido tricloroacético. Após 10 minutos, a densidade óptica mensurada a 700 nm utilizando um leitor de microplacas). Butilhidroxianisol (BHA) utiliza-se como controle positivo. Quanto maior a densidade óptica indica maior capacidade do composto em reduzir o ferro.
Resultado e discussão
Os resultados da análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de
massa (CG/MS) permitiram a identificação e quantificação de 24 compostos
organizados por ordem de eluição na coluna DB-5 correspondendo a 85,50 % da
composição química do óleo, tendo como principais constituintes o Germacreno D
(17.15 %), α-pineno (14.85 %) e o E-cariofileno (10.78 %) (tabela 1). A
atividade antioxidante foi do óleo essencial de M. peruiferum foi avaliada por
três diferentes métodos. Pelo método de DDPH, o óleo essencial demonstrou
atividade sequestradora de radicais em todas as concentrações de
aproximadamente 60%. No ensaio de atividade quelantes de íons ferroso (FIC) o
óleo essencial apresentou capacidade de quelantes de íons ferroso por
aproximadamente de 40 a 100% nas concentrações de 0,156 a 2,5 %. Pelo ensaio
de redução férrico/antioxidante para reduzi o Fe3+ a Fe2+. Os resultados
mostraram um bom aumento da densidade óptica com o aumento das concentrações
(Figura 1).
Os principais constituintes são o Germacreno D (17.15 %), α-pineno (14.85 %) e o E-cariofileno (10.78 %).
Os resultados mostraram um bom aumento da densidade óptica com o aumento das concentrações.
Conclusões
No presente trabalho podemos constatar que o óleo essencial das folhas de Myroxylon peruiferum L.f que através da utilização da (CG-EM) identificou os componentes químicos do óleo essencial, demonstrando uma predominância de sesquiterpenos. Em relação à atividade antioxidante, o óleo essencial tem demonstrado capacidade de sequestrar radicais livres, de redução de íons de ferro e redutor férrico demonstrando seu potencial de reduzir ou mesmos eliminar os radicais.
Agradecimentos
A FUNCAP e ao CNPq pelo apoio financeiro.
Referências
BAJPAI, V. K.; SHUKLA, S.; KANG, S. C. Chemical composition and antifungal activity of essential oil and various extract of Silene armeria L. Bioresource Technology. v.99, n.18, p. 8903-8908,2008.
GURIB-FAKIM, A. Medicinal plants: traditions of yesterday. Molecular Aspect of Medicine, n. 27, p. 1-93, 2006
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarun, 1998. 352p.
LORENZI, H. E.; MATOS, F.J. DE A. Plantas medicinais no Brasil/ Nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 512p.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Plantarum, 2008. 576p.
SIMÕES, C.M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre, ED. UFRGS, 2007.