PROSPECÇÃO DE BIOATIVOS PRESENTES NA ENTRECASCA DA Humiria balsamifera (Aubl)
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Produtos Naturais
Autores
Costa, A.R.C. (IFMA) ; Matos, J.M. (IFMA) ; Marques, G.E.C. (IFMA) ; Câmara, M.B. (IFMA) ; Marques, J.C. (IFMA) ; Melo, A.L.M. (IFMA)
Resumo
A biodiversidade da flora presente no Brasil, possibilita, com estudos e análises, o conhecimento sobre propriedade de substâncias presentes em plantas. Neste enfoque, busca-se averiguar o potencial antioxidante da entrecasca da planta Humiria balsamifera (Aubl) encontrada na Baixada Oriental do Estado do Maranhão. Através de metodologia com uso de DPPH (2,2 – difenil-1-pricril-hidrazil) e análise espectrofotométrica obteve-se valores de atividade antioxidante em potencial de sequestro de radicais livres em extrato aquoso de 80,8 % SRL e em extrato etéreo de 87,3 % SRL, que quando comparados com análises equivalentes demonstram relevância. O estudo realizado possibilita a disseminação do conhecimento à cerca da entrecasca desta espécie, oferecendo embasamento para sua utilidade em geral.
Palavras chaves
Antioxidante; Entrecasca; Humiria balsamifera
Introdução
O reino vegetal e seus organismos constituintes são responsáveis por ampla extensão de substâncias orgânicas em suas composições tais como: alcaloides, carotenóides, xantonas, entre outras; são encontradas na natureza por diversos fatores (LIMA, 2009). Algumas dessas substâncias conferem propriedades características e ativos de grande relevância para vários fins, assim, antioxidantes naturais, como os flavonoides, e outros derivados fenólicos são versados por atuarem na captura e neutralização de espécies oxidantes, (MEIRA et al, 2017). Sendo assim presentes em diversas áreas, abrangendo alimentos (conservantes), farmacologia (proteção do organismo contra o dano oxidativo) e em produtos naturais vêm tendo, atualmente, ampla aplicação terapêutica com a disseminação da proposta de que os antioxidantes oriundos de fontes naturais são mais seguros do que medicamentos sintéticos. (VELLOSA et al, 2007). A importância da avaliação de atividade antioxidante por uso de DPPH ocorre por ele ser um radical livre e estável que durante as interações com substâncias antioxidantes, ocorrem transferências de elétrons ou átomo de hidrogênio para o DPPH, neutralizando o radical livre. (BANERJEE et al., 2005). Desse modo, a Humiria balsamifera (Aubl) A. St. Hil., planta nativa da América Tropical, conhecida como Mirim, encontra-se, no Estado do Maranhão, em área de transição do Cerrado para as restingas, principalmente na Baixada Oriental. O mirim é indicado para, além do potencial madeireiro, o uso de pasto apícola por suas propriedades organolépticas. (MIRANDA, 2009).
Material e métodos
A coleta do material foi realizada no Município de Morros- MA, nos povoados de Contrato e Mirinzal, sendo que a entrecasca foi transportada para o laboratório de Produtos Naturais do IFMA, Campus Monte Castelo e armazenada em temperatura ambiente. A amostra foi moída em moinho de rotor tipo ciclone (TECNAL TE-651/2). Todas as análises foram feitas utilizando espctrofotômetro (BIOSPECTRO SP-22). Para determinação de atividade antioxidante utilizou-se metodologia apresentada por Roesler et al (2007), usando método da redução do radical preparou-se 2 soluções: uma composta por 100 mL de álcool etílico P.A para 0,004% m.v-1 de DPPH (2,2 – difenil-1- pricril-hidrazil), com vidraria coberta com folhas de alumínio, mantidas no escuro a 4 °C até o momento das determinações, e outras duas correspondentes ao extrato etéreo e aquoso (15 g da amostra para 100 mL). Para análise, usou-se 3 mL de solução de DPPH para 1 mL de cada extrato, sendo o comprimento de onda da absorbância de luz 517 nm. O percentual de inibição de oxidação do radical é calculado conforme prescrição da fórmula: % Inibição = (ADPPH – AExtr)/ADPPH)*100. Sendo ADPPH correspondente a absorbância da solução de DPPH e AExtr equivalente a absorbância da amostra em solução. Para fins de comparação de dados fez-se levantamento bibliográfico.
Resultado e discussão
As análises mostraram alta atividade antioxidante dos extratos da entrecasca
da Humiria balsamifera com teores superiores a outras espécies vegetais
(TABELA 1). Com a análise antioxidante, de acordo com Banerjee et al.,
(2005), o uso do DPPH (2,2 – difenil-1-pricril-hidrazil) com substâncias
antioxidantes ocorre transferências de elétrons ou átomo de hidrogênio para
o reagente em questão, neutralizando o radical livre. Assim, o processo
antioxidante ocorre, a coloração da reação altera de violeta para amarelo e
a absorbância torna-se reduzida a 517 nm. Dessa forma evidenciando por meio
das reações a presença de substâncias com atuação antioxidante na amostra
analisada. Assim, conforme os cálculos da porcentagem de inibição e baseado
nos parâmetros têm-se que dentre os extratos utilizados, o aquoso obteve
maior relevância para a pesquisa. Desse modo, o teor de atividade
antioxidante através da capacidade de sequestrar radicais livres dos
extratos aquoso e etéreo da entrecasca da Humiria balsamifera (Aubl) possui
expressividade bastante relevante. Conforme Duarte-Almeida et al., (2006) o
potencial de sequestro de radicais livres da acerola (Malpighia glabra L.) é
de 35% SRL. Bem como através dos dados obtidos em análises por Santos et
al., (2016) a capacidade de sequestrar radicais livres da casca do limão
(Citrus aurantifolia), é de 75,5 dado em % SRL.
Teores de atividade antioxidante presente na entrecasca da Humiria balsamifera (Aubl)
Conclusões
A confirmação de atividade antioxidante dos extratos aquoso e etéreo da entrecasca da Humiria balsamifera (Aubl) confere alto teor de sequestro de radicais livres. Portanto, essas análises irão subsidiar o desenvolvimento de novas pesquisas para a aplicação dessa propriedade química.
Agradecimentos
Ao Núcleo de Estudos em Agroecologia e as instituições de fomento FAPEMA, IFMA e CNPq.
Referências
BANERJEE, A, et al. In vitro study of antioxidant activity of Syzygium cumini fruit. FoodChemistry, v. 90, n. 4, p. 727-733, 2005.
DOS SANTOS, Denise Silveira Diniz; STORCK, Cátia Regina; DE OLIVEIRA FOGAÇA, Aline. Biscoito com adição de farinha de casca de limão. Disciplinarum Scientia| Saúde, v. 15, n. 1, p. 123-135, 2016.
DUARTE-ALMEIDA, Joaquim Maurício, et al. "Avaliação da atividade antioxidante utilizando sistema b-caroteno/ácido linoléico e método de seqüestro de radicais DPPH." Ciência e Tecnologia de Alimentos v. 26, n.2, (2006).
LIMA, A. J. B. Caracterização e atividade antioxidante da jabuticaba, [Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg]. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2009. 159 f. Tese (Doutorado em Agroquímica) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2009.
MEIRA, N. A. N, et al. Flavonóides e antocianinas em Myrciaria cauliflora (jabuticaba) visando à aplicabilidade cosmética. Visão Acadêmica, v. 17, n. 3, 2017.
MIRANDA, A. R. L. de; ROCHA, A. E. Estudo fitossociológico de Humiria balsamifera (Aubl). Em área de pasto apícola em floresta ombrófila para determinação de seus usos na agricultura familiar. Anais...Congresso Brasileiro de Agroecologia, Curitiba. p. 204-208. 2009.
ROESLER, Roberta et al. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 1, 2007.
VELLOSA, José CR et al. Pesquisa de produtos naturais: plantas e radicais livres. Revista eletrónica de farmácia, v. 4, n.2, 2007.