Rádio Conexão PG: uma ferramenta para contextualização do ensino de química por meio do tema “Óleo de cozinha e impactos ambientais”
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Cabral Rotsen, W.F. (BOLSISTA PIBID-QUÍMICA/UEPA) ; Lima de Jesus, M.A. (BOLSISTA PIBID-QUÍMICA/UEPA) ; Almeida Coelho, E. (SUPERVISOR PIBID-QUÍMICA/E.E.E.F.M. PROFA. PALMIRA) ; Pereira da Silva, L. (COORDENADORA PIBID QUÍMICA/ UEPA)
Resumo
O trabalho teve como objetivo explorar o potencial da rádio Conexão PG, disponível na EEEFM. Profa. Palmira Gabriel, localizada na cidade de Belém/PA, para aplicação e avaliação de um episódio de rádio planejado por bolsistas do Pibid/UEPA abordando o tema “Óleo de cozinha e impactos ambientais”. A atividade foi aplicada com duas turmas do 2º ano do Ensino Médio. A coleta de dados foi através de vídeo gravação de um diálogo argumentativo entre a coordenadora PIBID-Química e os alunos. Os diálogos foram transcritos e analisados com base na análise de discurso. Os resultados apontaram que a atividade possibilitou novas aprendizagens, assim como associações de conhecimentos que já faziam parte da estrutura cognitiva de alguns alunos, promovendo a contextualização do ensino de química.
Palavras chaves
Rádio escola; Educomunicação; Ensino de Química
Introdução
A comunicação é a principal forma de interação entre os atores do processo educativo. Tendo em vista que o crescimento tecnológico e a facilidade de acesso têm aumentando substancialmente, as mídias de comunicação estão tomando espaço cada vez maior dentro do ambiente escolar. Embora o uso de mídias de comunicação seja apoiado por diretrizes nacionais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.394/96) e Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), no ambiente escolar ainda é predominante a comunicação vertical, onde o professor é detentor de todo o saber e desconsidera o conhecimento que é adquirido pelas mídias, impondo assim, uma comunicação vertical ou unidirecional (ASSUMPÇÃO, 2011). No entanto, as mídias de comunicação permitem que o aluno tenha uma maior interação com os assuntos abordados na escola, possibilitando um aprendizado mais amplo, crítico e de fácil acesso (GABRIEL, 2011). Compartilhando das ideias apresentadas sobre as contribuições do uso de mídias para o processo educativo, o trabalho teve como objetivo explorar o potencial da rádio Conexão PG, disponível na EEEFM. Profa. Palmira Gabriel, localizada na cidade de Belém/PA, para aplicação e avaliação de uma atividade planejada por bolsistas do Pibid/UEPA (BPQ) para um ensino de química contextualizado, interativao e descontraído, abordando o tema “Óleo de cozinha e impactos ambientais” na forma de um episódio de rádio.
Material e métodos
Para contextualizar o ensino de química, aproveitando situações de impactos ambientais como propõe Vaitsman e Vaitsman (2006), exploráramos o potencial da rádio enquanto meio de comunicação que contribui para a aprendizagem escolar, sendo elaborado um episódio de rádio sobre o tema “Óleo de cozinha e impactos ambientais”, abordando além dos problemas ocasionados pelo descarte inadequado e alguns conceitos de química relacionados (Transcrição 2) as atitudes que podem contribuir para redução dos impactos no ambiente (Transcrição 1). Transcrição 1: “Então, o que fazer com óleo usado? A primeira coisa a fazer é armazenar as o resto da fritura em vez de jogá-la diretamente no ralo ou na lixeira. Esse armazenamento pode ser feito em uma garrafa pet com tampa (assim vocês ainda estarão reutilizando a garrafa). O passo seguinte é dar um destino adequado, existem Ong’s no Pará que já trabalham com a reciclagem de óleo” Transcrição 2: “Por ser menos denso que a água, o óleo se mantém acima da superfície dos rios, lagos, impedindo a entrada de luz solar e oxigênio provocando a morte de várias espécies aquáticas, como o fitoplâncton, que se acredita ser responsável pela produção de 98% do oxigênio nós respiramos.” Para delimitar o público da pesquisa, duas turmas de alunos do 2º ano do ensino médio foram orientadas pelo professor supervisor de Química do Pibid/UEPA a ouvir o episódio na hora do intervalo, formando dois grupos que deveriam se deslocar para os pontos onde estavam instaladas as caixas de som e fazer suas anotações. Como o programa foi realizado ao vivo, a Coordenadora do Pibid Química/UEPA (CPQ) dialogou com os alunos, registrando a interação em áudio/vídeo com auxílio de uma filmadora. Trechos do diálogo foram transcritos e analisados para elaboração dos resultados.
Resultado e discussão
Analisando o diálogo argumentativo entre CPQ e os alunos sobre os problemas que o
despejo incorreto do óleo de cozinha provoca, o aluno 3 destaca o efeito estufa,
resgatando a informação repassada pelo BPQ durante a locução.
CPQ perguntou o que o despejo de óleo ocasiona nos ambientes aquáticos. Os alunos 4,
5 e 6 se manifestaram falando sobre o impedimento da passagem de luz solar. CPQ,
interagiu e resgatou outra informação relacionada a diminuição de oxigênio
dissolvido na água, levando o aluno 3 a afirmar que ocorrerá a morte da água e o
aluno 5 a questionar sobre a afirmação do colega.
Ao tentar identificar conceitos químicos, CPQ questionou sobre a propriedade física
que foi citada durante a locução. Para explicar o fenômeno narrado, o aluno 6
resgata conhecimentos sobre polaridade das moléculas que não foi informado no
episódio e elaborou a explicação por meio da diferença de densidade entre água e
óleo.
Outro diálogo importante, versou sobre atitudes e ações que possam reduzir o
problema ocasionado pelo despejo de óleo de cozinha. CPQ convida os alunos para
participarem de uma atividade experimental no laboratório e orienta para que façam a
coleta de óleo de fritura em casa. Os alunos aprovaram a ideia e o diálogo favoreceu
a exposição de informações pelo aluno 14 sobre campanhas de coleta de óleo nas
residências, assim como a manifestação da aluna 15 sobre os saberes da mãe, que tem
certificação para a produção de sabão artesanal.
Por fim, ao serem questionadas sobre quais melhorias deveriam ser feitas para o
desenvolvimento de novas atividades usando a mídia, os alunos, sem exceção,
responderam a necessidade de melhorias da caixa de som, a qual foi dificultou a
audição, assim como o tom de voz dos bolsistas, sugerindo que falassem mais alto e
compassado.
Conclusões
O uso de mídias, em especial a rádio na escola, contribuiu de modo satisfatório para a contextualização do ensino de química, possibilitando a construção de conhecimentos de forma interativa e dialógica, facilitando aos alunos o processo de significação dos conhecimentos químicos e sua aplicação em contextos socioambientais. Além da contribuição para o ensino na educação básica, a ação fortaleceu o desenvolvimento de competências e habilidades relativas a prática docente dos bolsistas em formação.
Agradecimentos
Referências
Assumpção, Z.A. A rádio na escola: uma pratica educativa eficaz. Disponível em: https://www.bemtv.org.br/portal/educomunicar/pdf/radionaescola.pdf. Acesso: 15 de julho de 2017.
Brasil, MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso: 15 de julho de 2017.
BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Brasília/DF: MEC/SEF, 1998.
Gabriel, V. A. Educomunicação na Escola Pública: Experiência do Grupo de Estudos em Comunicação – Brusque/SC. UNISUL, Tubarão. 2011. Disponível em: <http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2014/01/Vandreza-Amante-Gabriel.pdf>. Acesso em 16 de junho de 2017.
Vaitsman, E. P.; Vaitsman, D. S. Química & Meio Ambiente: Ensino Contextualizado. Rio de Janeiro, ed. Intercidência,252 p. 2006.