Instrução por Pares (Peer-Instruction): uma importante ferramenta no Ensino e Aprendizagem de Química por Metodologias Ativas
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Schoene, F.A.P.S. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO) ; Leandro, L.D.L. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO) ; de Paula, V.C.P. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO) ; Souza, D.P.B.S. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO) ; da Silva, G.C.S.S. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO) ; Fontenelle, C.R.A.M.F. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO)
Resumo
A Instrução por Pares (peer-instruction) é uma metodologia ativa que permite gradativamente averiguar o grau de aprendizado do estudante. O trabalho teve como objetivo propor a avaliação da utilização da Instrução por Pares como ferramenta pedagógica capaz de avaliar constantemente o educando de forma a propiciar um melhor entendimento dos conteúdos. A atividade foi desenvolvida durante as aulas de química do 3º ano do ensino médio. Os alunos responderam a questões do conteúdo de Cinética Química na plataforma moodle onde obtivemos os resultados imediatos para dar continuidade à metodologia: menos de 30% de acertos o professor explicaria novamente o conteúdo, entre 30% a 70% de acertos os alunos trabalhariam em pares, mais de 70% de acerto o professor corrigiria a questão.
Palavras chaves
Instrução por Pares; Metodologia Ativa; Cinética Química
Introdução
No ensino atual, o professor deve se preocupar com metodologias que possam oportunizar o educando um uso inteligente das tecnologias (ensino híbrido) e que favoreça o aprendizado. Portanto, o professor deve buscar a melhor forma de promover isso, através de metodologias eficientes que possam favorecer ambos no processo. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional para o ensino médio, em muitas escolas, o ensino de química não alcança os objetivos propostos pela lei de diretrizes e bases da Educação Nacional, dos quais um deles é formar cidadãos atuantes, e ressalta que a falta de organização por parte dos docentes, contribui para o não êxito no ensino- aprendizagem (BRASIL, 2006). É comum a ineficiência das atividades dos educadores, por vezes devido à desorganização, pois não há uma sequência para o ensino dos conteúdos. Dessa forma, os alunos não conseguem construir o conhecimento e fazer relações com as vivências cotidianas, mas sim, memorizar. É indispensável por parte do docente uma intencionalidade ao realizar uma proposta de ensino em que o professor deve planejar e propor objetivos para suas atividades (ZABALA, 1998). Por fim, é fundamental uma sequência no ensino que permita ao aluno construir conceitos, ainda que exija tempo, pois raramente os alunos entendem o conteúdo logo na primeira explicação do professor, sendo preciso refazer as atividades ou ter uma forma de avaliação imediata, e a instrução por pares permite ao docente fazer avaliação dos alunos e aprimorar as atividades (ROSENBERG, LORENZO e MAZUR, 2006).
Material e métodos
A atividade foi desenvolvida por professores de química do ensino médio da Escola Sesc de Ensino Médio em 11 turmas de 3º ano do ensino médio contendo 15 estudantes. A metodologia baseou-se na construção de um banco de questões com a utilização da plataforma moodle para resultados instantâneos necessários. Normalmente são utilizados entre 15 e 25 minutos finais de uma aula para a aplicação do questionário em que o número de questões respondidas obedece o limite de tempo a ser trabalhado. No primeiro momento as questões são respondidas pelos alunos em seu notebook através do login em turmas criadas pelo professor onde o estudante deve se inscrever previamente nas mesmas pela plataforma moodle. As questões são respondidas individualmente e o tempo para resposta varia de acordo com o grau de dificuldade ficando entre 1 e 3 minutos cada. Após o término do tempo para responder uma questão, o professor averigua qual o percentual de acertos na turma e dependendo do resultado são tomadas as seguintes decisões: até 30% de acertos o professor tem a necessidade de explicar o conteúdo novamente de preferência por uma metodologia diferente da inicialmente aplicada; entre 30 e 70% de acertos, os estudantes são divididos em pares (normalmente grupos de 3 estudantes) contendo alunos que acertaram a respostas e outros que não acertaram. Neste grupo os estudantes argumentam suas respostas e chegam a um consenso. No caso de um índice de acertos superior a 70%, o professor simplesmente corrige a questão e dá prosseguimento ao questionário ou ao novo conteúdo de aula. Os recursos didáticos utilizados são: o quadro branco, projetor de slides, notebook do professor e dos estudantes, papel e caneta caso haja falha na conexão da internet.
Resultado e discussão
Em um teste anterior a aplicação da metodologia os estudantes obtiveram um
resultado avaliativo muito aquém do desejado. Com a aplicação da metodologia
ativa de instrução por pares, além da possibilidade de o professor averiguar
individualmente quais alunos estão com dificuldades no entendimento do
assunto, há uma criação de um vínculo entre os grupos, que utilizam da mesma
linguagem e que proporciona um melhor entendimento do conteúdo disciplinar
já que o jovem entende melhor do que ninguém a devida linguagem que deve ser
aplicada. Além disso, em algumas questões mais simples, foi possível
comprovar o entendimento por parte de quase toda a turma, o que é uma
importante ferramenta para prosseguir com o conteúdo baseado naquilo que os
estudantes já conseguem perceber do mesmo. Por fim pode-se dizer que a
metodologia oportuniza um melhor aprendizado que foi averiguado após com a
aplicação de uma avaliação individual sobre o mesmo assunto.
Conclusões
A partir dos resultados observou-se que a aplicação de metodologias ativas em sala de aula como Instrução por Pares (peer-instruction), Resolução de Problemas (problem solving) entre outras já utilizadas, é uma importante ferramenta que contribui para o aprendizado de conteúdo complexos e uma averiguação paralela dos mesmos, promovendo uma melhor estratégia quando há a necessidade de entendimento de um conteúdo específico por parte dos alunos. Nesse sentido, o desenvolvimento da atividade possibilitou alcançar os objetivos propostos pelo PCNEM que objetiva a contextualização do conteúdo.
Agradecimentos
Agradecemos a Escola Sesc de Ensino Médio por proporcionar um ambiente adequado a utilização de métodos de ensino mais eficientes.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB, 2006.
MAZUR, E. Peer Instruction: a user’s manual. Upser Saddle River: Prentice Hall, 1997.
ROSENBERG, J. L.; LORENZO, M; MAZUR, E. Peer Instruction: making science engaging. Handbook of College Science Teaching. Arlignton: NSTA Press, 2006, p. 77-85.
ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: ArtMed, 1998