A experimentação lúdica como ferramenta no ensino de reações químicas aplicada a alunos do ensino médio.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Godinho, A.S. (IFMA) ; Marques, G.N. (IFMA) ; Oliveira, M.M. (IFMA) ; Fonseca, K.L.B. (IFMA) ; Ramos, E.C.S.S. (IFMA) ; Mendes, A.P.S. (IFMA) ; Monteiro, J.P. (IFMA)

Resumo

O objetivo desse trabalho é mostrar que a experimentação como forma lúdica tem um alcance bastante relevante para o aprendizado dos discentes. E para isso, desenvolveu-se com alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola particular do município de São Luís – MA um experimento sobre reações químicas. Foram realizados durante a apresentação 3 experimentos lúdicos, onde cada experimento foi acompanhado de uma pequena história introdutória referente as reações que os alunos iriam observar. Através da metodologia aplicada, pode-se constatar que houve uma interação significante dos alunos, havendo o interesse e a atenção dos mesmos, assim chegando ao objetivo proposto da apresentação.

Palavras chaves

Reações químicas; Experimentos Lúdicos; Metodologia

Introdução

A experimentação como atratividade para o ensino de química constituiu-se como uma ferramenta capaz de proporcionar um melhor conhecimento ao aluno (AMARAL,1996 apud FARIAS, C. S; BASAGLIA, A. M; ZIMMERMANN, A, 2009). Para ALVES, 2007 apud FARIAS, 2009 a atividade de experimentação capacita o aluno distinguir conhecimentos químicos na vertente teórica e prática, facilitando seu aprendizado. Observa-se atualmente metodologias que esquecem que a Química é uma ciência experimental, não vinculando teoria à prática. Segundo o pensamento freudiano, para que aconteça o aprendizado efetivo, teoria e prática devem ser conduzidas concomitantemente, assim se aplica as aulas de Química (FORTUNA, 2015). Outrossim, para se alcançar melhores resultados em sala de aula, professores devem vincular além das atividades experimentais, o lúdico nos experimentos, isso como forma de alcançar os alunos mais dispersos em sala de aula (QUEIROZ, 2004 apud FARIAS, C. S; BASAGLIA, A. M; ZIMMERMANN, A, 2009). O presente trabalho teve como objetivo apresentar uma atividade de experimentação capaz de mostrar reações químicas de forma diferenciada para alunos do ensino médio do Centro de Educação Internacional - COC.

Material e métodos

A apresentação foi realizada com 30 alunos de uma escola particular de São luís - MA no IFMA, campus São Luís/Monte Castelo. A atividade foi realizada com 3 experimentos. O experimento 1 contou com a participação de 3 alunos. Para cada aluno foi dado um béquer contendo água, acetona concentrada e álcool. Os alunos foram indagados a descobrir qual solvente dissolveria o isopor. Após isso, um aluno voluntário mergulhava a peça de isopor e observava a reação. O segundo experimento foi iniciado com uma história introdutória chamada “O teste da verdade”, na qual um grupo de alunos da turma, voluntários, sentavam-se na frente dos demais e seguravam tubos de ensaio contendo um pouco de água e em seguida eram adicionados peróxido de hidrogênio (H2O2 30%), solução de ácido sulfúrico (H2SO4 1 M) e permanganato de potássio (KMnO4). Os alunos eram surpreendidos com as diferentes cores obtidas através da mistura das soluções. Após isso, os alunos eram indagados a descobrir o que havia motivado a alteração na cor do líquido. Para a terceira experimentação foi contada outra história chamada “O teste da fidelidade”. Para realização do experimento foi dado três tubos de ensaio aos alunos, logo em seguida, adicionou-se os reagentes nitrato de chumbo, cloreto de sódio e iodeto de potássio aos tubos de ensaio. Pingou-se nos tubos os mesmos reagentes, na seguinte ordem: nitrato de chumbo ao iodeto de potássio, cloreto de sódio ao nitrato de chumbo, e por fim, cloreto de sódio ao iodeto de potássio. Ao final da apresentação, os alunos responderam um questionário que visava avaliar através de alguns parâmetros a importância do ensino de química e o envolvimento de cada um com a disciplina.

Resultado e discussão

Através da observação da turma percebeu-se uma interação maior dos alunos com a metodologia utilizada, através do envolvimento de cada um como as etapas de cada experimento. No experimento 1, os alunos buscavam respostas sobre o motivo do isopor ter dissolvido em acetona, um dos alunos respondeu de forma correta a respeito de tal fato, “O derretimento ocorre devido a interação da acetona às moléculas de isopor, enfraquecendo o material e fazendo com que ele fique viscoso”. O olhar do aluno diante do experimento está correto, uma vez que, ele associa as interações entre os monômeros (estirenos) e a acetona ao enfraquecimento do material, liberando todo o ar que estava aprisionado no isopor, deixando-o viscoso. No segundo experimento os alunos não conseguiram chegar a um consenso sobre o que realmente tinha levado a mudança de cor na solução dentro dos tubos de ensaio, alguns achavam que realmente era “mágica”. No entanto o que ocorreu foi que por ser uma reação de oxidação em meio ácido, o Mn estava com carga 7+, com a redução causada pelo H2O2 ele adquire coloração incolor de acordo com a equação abaixa, que depois dos experimentos foi explicada passo a passo. 2H2O2(aq) + 3H2SO4(aq) + 5KMnO4(s) → K2SO4(aq) + 2MnSO4(aq) + 8H2O(l) + 5O2(g) Na terceira experimentação os alunos observaram uma mudança de coloração nos tubos de ensaio. Isso devido a formação dos precipitados em cada reação, onde o iodeto de chumbo (PbI2) era formado pela reação do iodeto de potássio (KI) com nitrato de chumbo [Pb(NO3)], o cloreto de chumbo (PbCl2) formado pela reação do nitrato de chumbo [Pb(NO3)] com o cloreto de sódio (NaCl) e o último não houve formação de precipitado, uma vez que não há reação entre cloreto de sódio (NaCl) e iodeto de potássio (KI).

Figura 1

Alunos voluntários participando do experimento

Figura 2

Dissolução do isopor em acetona

Conclusões

A experimentação junto com o lúdico se mostrou muito eficiente para aprendizagem dos alunos, desenvolvendo a curiosidade dos mesmos a respeito das reações químicas demostradas em sala de aula. Essa nova metodologia vem para atrair os alunos que definem a Química como desinteressante, podendo aprender reações químicas de uma forma diferente e prazerosa.

Agradecimentos

Agradecemos ao Instituto Federal do Maranhão- IFMA pelo apoio e incentivo aos estudantes.

Referências


AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996.

ALVES, W. F. A formação de professores e as teorias do saber docente: contexto, dúvidas e desafios. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33. n. 2. p. 263-280. maio/ago. 2007

FARIAS, Cristina Sampaio; BASAGLIA, Andreia Montasi; ZIMMERMANN, Alberto. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1º CPEQUI - 1º Congresso Paranaense de Educação em Química.
Disponível em: http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf. Acesso em: 09 ago. 2017
QUEIROZ, S. L. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, 2004.

FORTUNA, V. A relação teoria e prática na educação em freire.
Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/download/1056/746
Acesso em: 12 de julho de 2017.

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