VídeoQUImica: Parodiando o conceito hidrocarbonetos na construção de vídeoclipes

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Freitas, Q.P.S.B. (CAP-UFPE) ; Schneider, G.A. (CAP-UFPE) ; Arruda, D.S.C. (CAP-UFPE) ; Júnior, L.P.S. (DCS-UFPE) ; Freitas Filho, J.R. (DQ-UFRPE) ; Souza, A.M.A. (CAP-UFPE)

Resumo

No século XXI a desmotivação em relação à disciplina Química persiste em alunos do nível médio pela permanência do ensino tradicional. Nesse cenário, realizou-se uma atividade pedagógica com 30 alunos da primeira série do ensino médio, objetivando o uso de vídeo como recurso midiático no processo de ensino e de aprendizagem dessa disciplina, pois estimula a construção de aprendizados múltiplos e a contextualização de conteúdos. A metodologia teve caráter qualitativo e como estratégias exposição dialogada e paródia. Os alunos criaram paródias e vídeos sobre hidrocarbonetos. Avaliou-se a percepção dos alunos quanto ao estudo por entrevista semiestruturada. Os resultados apontam que o uso de vídeos possibilitou aos alunos a experimentação de diferentes formas de aprendizagem.

Palavras chaves

Ensino de Química; Hidrocarbonetos; Vídeos

Introdução

Atualmente necessita-se repensar o fazer pedagógico para proporcionar ao estudante um ambiente onde ele possa desenvolver suas habilidades cognitivas e aprender, de um modo diferente, o que é solicitado pela instituição educacional. A inserção de novas tecnologias na sala de aula surge como alternativa viável, por atender as necessidades da sociedade atual que exige novas formas de ensinar. Os recursos tecnológicos são importantes aliados ao processo de ensino- aprendizagem de conceitos devido à dinamização da prática pedagógica (MORAES, 2004; VASCONCELOS e LEÃO, 2009). Logo, considera-se o uso de vídeos nas aulas como uma boa estratégia de ensino. Segundo a literatura (ARROIO e GIORDAN, 2006; CUNHA e GIORDAN, 2009), pesquisas sobre o uso de vídeos no ensino tem ampliado, observando-se que o vídeo pode despertar o interesse do aluno no aprendizado dos conteúdos ensinados pelos professores. Outra metodologia inovadora é o uso de paródias de músicas abordando conceitos químicos; uma vez que a música pode auxiliar no ensino de uma determinada disciplina, por abrir um segundo caminho que não é o verbal, podendo transformar o modo de pensar do estudante a respeito da disciplina Química e despertar seu senso crítico (FERREIRA, 2002). Mediante o exposto, o trabalho VídeoQUImica: Parodiando o conceito hidrocarbonetos na construção de vídeoclipes teve por objetivo usar o vídeo como recurso midiático no processo de ensino e de aprendizagem de química, utilizando o recurso da paródia musical para construir o conceito de hidrocarbonetos aromáticos; uma vez que a produção de vídeo por parte dos estudantes beneficia o desenvolvimento do pensamento crítico, favorece uma visão interdisciplinar e valoriza o trabalho em grupo como já descrito na literatura (VARGAS, ROCHA e FREIRE 2007).

Material e métodos

Esta experiência pedagógica foi desenvolvida em 1 turma da primeira série do ensino médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAp-UFPE). Inicialmente os professores e bolsistas envolvidos na atividade, discutiram ações em relação aos estudantes, tais como escolha do tema, aspectos teóricos relacionados, meio ambiente, produção de vídeos, uso de paródia. A turma foi dividida em 6 grupos contendo cada um 5 componentes que abordaram o tema hidrocarbonetos aromáticos. Em seguida sistematizou-se uma oficina para produção de videoclipe musical, onde foram ensinadas técnicas de construção dos mesmos. O conteúdo hidrocarbonetos foi abordado pelo professor regente utilizando a exposição dialogada, sendo trabalhados tópicos tais como definição, classificação, nomenclatura, obtenção; e como recurso pedagógico usou-se o Datashow. Cada grupo ficou incumbido de compor uma paródia. Após a composição da paródia, os grupos passaram à produção de videoclipes que ocorreu no período de 4 semanas. Os videoclipes foram avaliados por um grupo de professores de química em relação a itens tais como: histórico, nomenclatura, tipos de cadeia, obtenção, aplicações e problemas ambientais. A etapa final consistiu na socialização dos videoclipes para a comunidade CAp no BIOQUIMICAp (comemoração do Dia do Químico). Em relação à evolução no domínio do conteúdo pelos alunos do objeto do estudo, antes da abordagem do conteúdo foi averiguado oralmente; e, ao final da atividade pela aplicação de um questionário. Além disso, também foi avaliada a satisfação dos estudantes em participar da atividade proposta, utilizando-se uma entrevista semiestruturada.

Resultado e discussão

O projeto de pesquisa VídeoQUImica: Parodiando o conceito Hidrocarbonetos na construção de vídeclipes, desenvolveu-se para verificar a contribuição dessa ferramenta didática no enriquecimento do processo de ensino e da aprendizagem, dinamizando o dia a dia da sala de aula. Os resultados obtidos no questionário de satisfação aplicado ao final da atividade, onde se perguntou aos alunos a opinião dos mesmos sobre a proposta do trabalho, 81% responderam que gostaram e estavam satisfeitos. Esse resultado consta na figura 1. A elaboração do questionário de satisfação e sua aplicação considerou-se nessa pesquisa como um método investigativo para conhecer as metodologias de trabalho com o vídeo; sendo que a análise dos resultados se mostraram como uma importante fonte qualitativa que ajudou a nortear as ações de implementação. O conceito de hidrocarbonetos foi explorado de maneira dialógica. Os alunos foram questionados se conheciam alguma situação cotidiana em que se aplicava esse conceito, observando-se que poucos tinham o conhecimento. Em seguida, através de uma exposição dialogada, usando como recurso pedagógico o datashow, o professor fez a abordagem do conteúdo hidrocarbonetos. Os resultados obtidos através de uma avaliação aplicada após a conclusão do trabalho apresentou um resultado positivo. A questão da avaliação referente a uma explanação geral de hidrocarbonetos obteve 100% de acerto enquanto a questão envolvendo especificamente as estruturas de hidrocarbonetos aromáticos obteve 97% de acertos. Em relação à contribuição dos videoclipes na aprendizagem de novas habilidades, 94% dos estudantes pesquisados responderam sim. Isso mostra que a atividade conseguiu eficácia em relação ao desempenho dos alunos, levando-os a concretizar o aprendizado.

Gráfico referente ao questionário de satisfação dos alunos.

Conclusões

A atividade permitiu trabalhar uma proposta pedagógica em que um grupo de alunos criou vídeos educacionais de química como ferramenta didática que contribuiu no processo de ensino e de aprendizagem da disciplina Química sobre o conteúdo hidrocarbonetos aromáticos. A elaboração dos vídeos possibilitou aos estudantes experimentarem diferentes contextos de aprendizagem, uma vez que a atividade proposta está relacionada com o uso das tecnologias. Vale ressaltar que professores e estudantes podem elaborar seus recursos didáticos digitais e utilizar em diferentes níveis de ensino.

Agradecimentos

CAP, CNPq, UFPE

Referências

ARROIO, A.; GIORDAN, M. O vídeo educativo: Aspectos da organização do ensino.
Química Nova na Escola. n. 24, 2006.
CUNHA, M.B.; GIORDAN, M. A Imagem da Ciência no Cinema. Química Nova na Escola. V. 31, n. 1, 2009.
FERREIRA, M. Como usar a música na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.
MORAES, A.C. A escola vista pelo cinema: uma proposta de pesquisa. In: SETTON, M.G.J. (Org.). A cultura da mídia na escola: ensaios sobre cinema e educação. São Paulo:Annablume, 2004.
VARGAS, A.; ROCHA, H. V. e FREIRE, F. M. P. Promídia: produção de vídeos digitais no contexto educacional; X Ciclo de Palestras sobre Novas Tecnologias na Educação, dez 2007. Disponível em: < http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo10/artigos/1bAriel.pdf> acesso: mai 2013
VASCONCELOS, F.C.G.C.; LEÃO, M.B.C. O vídeo como recurso didático para ensino de ciências: uma categorização inicial. In: IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão. 2009. Anais... Disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/reumos/R0315- 1.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2016.