A Educação Ambiental no Ensino de Química: Contribuições a partir do Livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Ribeiro Lopes Soares, P. (IFBA, CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA) ; de Azevedo Alves Brito, F. (IFBA, CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA)
Resumo
A presente pesquisa buscou analisar como o livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, contribuiu para a prática da Educação Ambiental no Ensino de Química. O conteúdo normativo vigente, a exemplo do art. 225, § 1°, VI, da CF/1988, requer a implementação da Educação Ambiental em todos os níveis de Ensino, na Educação Formal e Não-formal. Essa realidade também se aplica ao Ensino de Química, motivo pelo qual identificou instrumentos hábeis à prática da Educação Ambiental. Considerando a relevância histórica desse livro e a sua abordagem acerca dos riscos do DDT para a saúde humana e para o meio ambiente, entendeu-se que esta obra pode ser um desses instrumentos. Para tanto, optou-se por uma pesquisa de revisão bibliográfica, que recorreu a análise documental.
Palavras chaves
Ensino de Química; Educação Ambiental; Rachel Carson
Introdução
A Educação Ambiental passou a ser regulada juridicamente, em nível nacional e internacional, sendo exigida, em todos os níveis de Ensino, na Educação Formal e Não-formal, de modo transversal e inter/transdisciplinar (BRITO, 2013). Tornou-se, ainda, um dever do Estado (art. 225, §1º, VI, da CF/1988), exigível, inclusive, na Educação Básica, e, em decorrência disso, no próprio Ensino de Química, o que, por si só, justificou a presente pesquisa. Nesse panorama, tornou-se relevante o desenvolvimento de métodos/práticas educacionais para atender a essa exigência legal e para suprir a necessidade de formação dos alunos como indivíduos-sujeitos ambientais. A identificação de instrumentos hábeis à implementação dessa Educação Ambiental no Ensino de Química foi relevante, motivo pelo qual se buscou investigar a obra “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson. Para tanto, a presente pesquisa guiou-se pela seguinte questão: como o livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson poderia contribuir para a prática da Educação Ambiental no Ensino de Química? Teve-se como objetivo geral “analisar como o livro ‘Primavera Silenciosa’ de Rachel Carson poderia contribuir para a prática da Educação Ambiental no Ensino de Química”. Apresentou-se como objetivos específicos: (a) pesquisar acerca da gênese, da evolução histórica, dos fundamentos teóricos e normativos da educação ambiental; (b) pesquisar acerca da gênese, da evolução histórica, dos fundamentos teóricos e normativos do ensino de Química; (c) investigar o livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson, com o fito da análise e da contribuição para a prática da educação ambiental no ensino de Química. A opção metodológica foi pela pesquisa bibliográfica, que recorreu à análise documental.
Material e métodos
O método científico foi compreendido como “[...] o conjunto de processos ou operações mentais que devemos empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 126). A revisão bibliográfica tornou-se necessária para a realização da pesquisa, visto que, foi relevante a utilização de materiais já desenvolvidos (GIL, 2002). O problema da pesquisa vinculou-se aos materiais selecionados, tais como livros, verbetes de enciclopédias, artigos de periódicos, trabalhos de congressos, teses e dissertações. Posteriormente, todos eles exigiram suas respectivas referências (MACEDO, 1994). Tornou-se útil o uso de algumas fases fundamentais, bem como a escolha do tema, elaboração do plano de trabalho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise, interpretação e redação. Essas etapas também se tornaram cruciais à análise documental como materiais de natureza legislativa, a exemplo de Constituição e Leis (LAKATOS; MARCONI, 1992). A análise documental foi explorada e se tornou essencial na fundamentação de materiais que não receberam tratamento analítico (KAUARK et al., 2010), uma vez que foram fontes consistentes de dados que dispensaram o contato com o sujeito, já que não se apresentou obrigatoriedade a esse tipo de intervenção nesta pesquisa (GIL, 2002). Utilizaram-se instrumentos para coletas de dados e fichas de leitura, que contaram como meio de busca das informações. Entretanto, a presente pesquisa dispôs como método a análise de documentos normativos acerca da Educação Ambiental e do Ensino de Química, em especial as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de Química, no qual se adotou a revisão bibliográfica para o levantamento das fontes teóricas.
Resultado e discussão
O livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, revolucionou o pensamento
crítico sobre o meio ambiente e contribuiu positivamente para o
ambientalismo moderno desde o século XX (LEFF, 2001).
Com a análise bibliográfica, identificou-se que a supracitada obra, em
diversas passagens, abordou os efeitos químicos nocivos (aos seres humanos e
ao meio ambiente) resultantes da utilização do DDT (CARSON, 1962). Devido a
isso, entendeu-se que a “Primavera Silenciosa” é um importante instrumento
para a inclusão da Educação Ambiental no Ensino de Química (básico e
superior); afinal, abordou assuntos comuns aos campos da Química e do meio
ambiente. Além disso, sendo direito de todos, a Educação Ambiental deve
ocorrer em todos os níveis de Ensino, na educação formal e não-formal
(BRASIL, 2014).
Com a análise documental, foi possível identificar várias normas que regulam
a Educação Ambiental, em prol do fomento da participação popular na tutela
ambiental (BRASIL, 2014), a exemplo de: (a) Tratados Internacionais, como os
de Estocolmo e Belgrado; (b) normas nacionais, como a CF/1988, as Leis nº
6.938/1981 e nº 9.795/1999; e (c) normas do MEC, como as DCN para Educação
Básica, a LDB e os PCN do Ensino Médio (PCN).
Se as DCN revelaram aspectos compatíveis com o tema da Educação Ambiental, a
exemplo da ética e da interdisciplinaridade no Ensino, os Cursos de Química
também, de modo a formar: (a) bacharéis atentos à preservação do meio
ambiente; e (b) licenciados, aptos a relacionarem o Ensino de Química com a
compreensão ambiental e suas aplicações na sociedade (BRASIL, 2001). O mesmo
vale para a educação básica, na qual o Ensino de Química deve integrar-se
com a Educação Ambiental (MENEZES, 2017).
Conclusões
Em face das normas jurídicas vigentes – tratados internacionais, normas brasileiras e normas do MEC sobre o Ensino de Química (DCN, LDB e PCN) – esta pesquisa reconheceu que a Educação Ambiental deve ser implementada em todos os níveis de ensino, na educação formal e não-formal, incluindo, portanto, os cursos superiores de Química e as disciplinas na educação básica. A obra “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, serve como instrumento para a implantação da educação ambiental no Ensino de Química (básico e superior), uma vez que abordou temas próprios da Química por um viés ambiental.
Agradecimentos
Gratidão emprega-se a pesquisadora Rachel Carson. Tratando-se de uma mulher guerreira, venceu os obstáculos da vida em prol da preservação dos seres vivos.
Referências
BRASIL. MEC. Parecer CNE/CP n° 1.303/2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/130301Quimica.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2017.
BRASIL. MMA. Educação ambiental por um Brasil sustentável: ProNEA, marcos legais & normativos. 4.ed. Brasília, 2014. Disponível em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 03 ago. 2017.
BRITO, Fernando de Azevedo Alves. A percepção ambiental de professores e alunos e a educação ambiental no curso de direito da faculdade X: um estudo de caso no Sudoeste da Bahia. Itapetinga: UESB, 2013. (Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais).
CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1962.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
KAUARK, Fabiana da Silva et al. Metodologia da pesquisa: um guia prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1992.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MACEDO, Neusa Dias de. Iniciação à pesquisa bibliográfica. 2.ed. São Paulo: Loyola, 1994.
MENEZES, Luís Carlos de (Coord.). Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. In: MEC. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2017.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2.ed. Rio Grande do Sul: Universidade Feevale, 2013.