O USO DE PARÓDIAS MUSICAIS COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÕES ORGÂNICAS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Lopes, D.P. (UEPA) ; Barros, D.M.B. (UEPA) ; Nascimento, L.T. (UEPA) ; Reis, J.D.E. (UEPA) ; Barbosa Junior, A.S. (UEPA) ; Silva, D.R.S. (UEPA) ; Costa, W.C.L. (UEPA) ; Feio, A.M. (UEPA) ; Souza, R.F. (UEPA)

Resumo

Este trabalho foi desenvolvido com 29 alunos pertencentes do cursinho pré- vestibular (UEPA), Salvaterra – PA, o qual teve por objetivo utilizar paródias para facilitar a compreensão do tema funções orgânicas. No primeiro momento foi ministrada uma aula expositiva-dialogada referente às funções oxigenadas e nitrogenadas fazendo uso de paródias musicais em determinados momentos; em um segundo momento aplicou-se um teste avaliativo; na terceira etapa, aplicou-se um questionário, a fim de avaliar o uso da paródia como ferramenta de ensino e aprendizagem. A utilização desta ferramenta didática foi bem aceita pelo público-alvo, uma vez verificado, a aceitabilidade, disposição e participação do mesmo. Assim, a dinamização no ensino das funções orgânicas torna-se uma alternativa válida.

Palavras chaves

Ensino e aprendizagem; Funções Orgânicas; Paródia musicais

Introdução

A Educação é considerada uma ferramenta de grande valor à transmissão, de uma geração para outra, de conhecimentos humanísticos acumulados ao longo da história. À medida que o ser humano adquire novos saberes, começa a compreender o mundo de forma crítica, influenciando assim em sua vivência pessoal e social com o mundo em seu entorno (LIMA; BARBOSA, 2015). Entretanto, no contexto brasileiro, apesar da evolução da legislação educacional desde a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), ainda é possível encontrar nas escolas problemas ligados ao método de ensino e aprendizagem. No ensino de Química, o modo tradicional que os conteúdos são repassados não é novidade; a utilização de novas estratégias de ensino, embora seja bastante difundida, não é, ainda, amplamente exercitada, especialmente nas escolas públicas (FRANCISCO JUNIOR; LAUTHARTTE, 2012). Para Capistrano et al. (2012), Carvalho; Gil-Pérez (2006) a melhoria do ensino de Química se dará quando houver a produção de ferramentas metodológicas adequadas para o resgate do interesse do aluno pelo ambiente escolar e pela construção de novos saberes. Uma oportunidade bastante promissora, infelizmente pouco praticada, seria o emprego de músicas na educação cientifica, como afirma Silveira; Kiouranis (2008) que a música pode ser uma importante ferramenta didática para estimular o diálogo entre alunos, professores e o conhecimento científico, uma vez que abordam conteúdos relevantes de forma significativa para o aluno. Partindo destes princípios de inovação e de novas tendências educacionais, o presente trabalho buscou desenvolver uma estratégia didática envolvendo a música, mais precisamente com o uso de paródias musicais, para o ensino de funções orgânicas.

Material e métodos

Este trabalho foi executado com 29 alunos de uma turma de cursinho pré- vestibular (UEPA), no município de Salvaterra – PA, o qual foi subdividido em três etapas. Na primeira etapa, ministrou-se uma aula expositiva-dialogada com o auxílio de recursos audiovisuais (projetor de slides, notebook e caixa de som), quadro branco e pincel atômico. Esta possuiu como finalidade trabalhar a identificação de funções orgânicas, sendo estas, oxigenadas e nitrogenadas respectivamente, fazendo uso da contextualização. Em ocasiões estratégicas utilizaram-se duas paródias de músicas conhecidas, desta forma, baseou-se na música “Olha a Explosão” da autoria do MC Kevinho adaptada para “Olha a função”, posta em prática após a explanação de assuntos sobre as funções orgânicas oxigenadas. Posteriormente, utilizou-se a adaptação da música “Deu Onda” da autoria do MC G15, esta denominada de “Deu Nitrocomposto”, posta em prática após a explanação sobre as funções nitrogenadas, ambas foram úteis para facilitar a fixação do conteúdo. Na segunda etapa foi aplicado aos alunos um teste avaliativo contendo seis questões objetivas, estas referentes ao assunto abordado durante a primeira etapa, com o intuito de averiguar a produtividade dos educandos na identificação das funções orgânicas, consequentemente, a influência das paródias. Na terceira etapa ocorreu a aplicação de um questionário, o qual continha duas perguntas semiabertas e duas fechadas, a fim de verificar como os discentes avaliavam o uso da música como ferramenta de ensino.

Resultado e discussão

A utilização das paródias foi bem aceita pelo público-alvo, uma vez verificado, a aceitabilidade, disposição e participação do mesmo (figura 01). Desta forma, tal método instiga a aprendizagem de forma descontraída. Referente aos dados obtidos com a aplicação do teste avaliativo (figura 02) constatou-se que 44,7% dos discentes demonstrou facilidade na identificação das funções orgânicas oxigenadas. Porém, quando se considera as funções orgânicas nitrogenadas, não se tem a mesma constatação. Um ponto relevante a se considerar relaciona-se com a pouca utilização de ferramentas diversificas para o ensino de química como ressalta os Parâmetros Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 1999). Referente ao resultado do questionário constatou-se que os discentes aprovaram a iniciativa, considerando a segunda pergunta: você gostou da utilização das paródias musicais como proposta metodológica? Um dos alunos ressalta: “a utilização de paródias além de dinamizar as aulas nos permite intensificar os nossos conhecimentos, além de literalmente, ficar com a música na cabeça” (Aluno A). “Sem sombra de dúvidas é um excelente método de aprender” (Aluno B). Se tratando da terceira questão: a utilização de paródias musicais foi importante para o seu aprendizado? Outro aluno afirma: “dessa maneira se torna mais interessante aprender além da felicidade que o ritmo musical proporciona na fixação do aprendizado” (Aluno C). Em síntese, a ferramenta metodológica utilizada, se mostra uma alternativa válida no processo de ensino e aprendizagem, visto que, alia teoria e descontração, de tal forma, contribuindo para um aprendizado dinâmico.

Figura 1: Paródia "Deu Nitrocomposto".



Figura 2: Paródia "Olha a Função".



Conclusões

Verificou-se que o uso de paródias para o ensino de Química é uma alternativa válida, uma vez percebida que este contribuiu para o processo de ensino e aprendizagem do tema em questão, uma vez que despertou o interesse e motivação por parte dos discentes, levando estes a expansão do conhecimento científico de forma dinâmica. Desta maneira, a dinamização no ensino das funções orgânicas torna-se mais atraente, uma vez que “rompe” com a transmissão maçante do conteúdo, por ser um extenso e detalhista.

Agradecimentos

Referências

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.

CAPISTRANO, K. da S. et al. Importância do uso de metodologias modernas para auxiliar o processo ensino aprendizagem da disciplina de Química. In: Anais. Congresso norte-nordeste de pesquisa e inovação, 7. Palmas/ TO, p. 6, 2012.

CARVALHO, A. M. P. de; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências, pg. 42-49. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.

FRANCISCO JUNIOR, W. E.; LAUTHARTTE, L. C. Música em aulas de Química: uma proposta para a avaliação e a problematização de conceitos. Ciência em Tela, v. 5, n. 1, p. 1-9, 2012.

LIMA, J. O. G.; BARBOSA, L. K. A. O ensino de química na concepção dos alunos do ensino fundamental: algumas reflexões. Exatas Online, v. 6, n. 1, p.33-48, 2015.

SILVEIRA, M. P. da; KIOURANIS, N. M. M. A música e o Ensino de Química. Química Nova na Escola, n. 28, p. 28-31, 2008.


Patrocinadores

Capes CNPQ Renner CRQ-V CFQ FAPERGS ADDITIVA SINDIQUIM LF EDITORIAL PERKIN ELMER PRÓ-ANÁLISE AGILENT NETZSCH FLORYBAL PROAMB WATERS UFRGS

Apoio

UNISC ULBRA UPF Instituto Federal Sul Rio Grandense Universidade FEEVALE PUC Universidade Federal de Pelotas UFPEL UFRGS SENAI TANAC FELLINI TURISMO Convention Visitors Bureau

Realização

ABQ ABQ Regional Rio Grande do Sul