ENSINO DA QUÍMICA ORGÂNICA POR MEIO DOS ESMALTES DE UNHAS EM UMA ESCOLA PUBLICA NO MUNICÍPIO DE BENJAMIN CONSTANT-AM

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, J.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Lima, R.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Arcanjo, G.U. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Almeida, W.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Araújo, T.V.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Ribeiro, B.J.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Rodrigues, J.J.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Santos, G.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Rengifo, E.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Almeida, A.M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)

Resumo

Pouco se sabe sobre os grupos orgânicos presentes nos esmaltes, neste sentido, abordou-se estudar os esmaltes, como método para aprender Química Orgânica. O trabalho foi desenvolvido em uma turma de 3° ano de Ensino Médio. Onde se aplicou um pré-questionário, uma aula expositiva e prática, identificando as funções orgânicas nos rótulos dos esmaltes, debateu-se sobre o compartilhamento de utensílios de manicure e um pós-questionário. Percebeu-se no pré-questionário que 82 % dos alunos possuíam um conhecimento básico sobre os esmaltes. Após desenvolver o trabalho e aplicar o pós-questionário, 94% dos estudantes mostraram seu interesse sobre a composição química dos esmaltes. É importante que o professor procure metodologias diferenciadas, e que permita relacionar a química com o cotidiano.

Palavras chaves

Esmalte; Ensino-aprendizagem; Química Orgânica

Introdução

A busca de aperfeiçoar a beleza é cada vez mais frequente, sendo o esmalte um dos produtos mais solicitados para este fim. Este produto é conhecido desde a antiguidade para dar cor às unhas, pois é mais comercializado e utilizado pelas pessoas, principalmente as do sexo feminino para completar a beleza. Mas pouco se sabe das informações sobre a composição química deste material característico, de quais são os compostos que a compõem?, se ele faz bem ou não a saúde e ao meio ambiente? e qual é sua melhor forma de descarte?. No ensino médio os professores da disciplina de Química fazem menção deste produto em suas aulas de química orgânica, mais não mostram com amplitude os compostos orgânicos do mesmo. Com base nas observações realizadas em sala de aula pelos alunos do Programa Institucional de Bolsa Iniciação à Docência (PIBD)-Química, pretende-se abordar de forma contextualizada este trabalho, com o intuito de que os alunos relacionem a Química Orgânica em seu cotidiano, percebendo que esta ciência está presente em todas as partes, pois geralmente as escolas estão mais enfatizadas em transmitir conteúdos de forma teórica e esquece-se de construir uma visão crítica sobre o conhecimento compartilhado para poder relacioná-lo com seu dia a dia. Essa prática tem influenciado negativamente na aprendizagem dos alunos, uma vez que não conseguem perceber a relação entre aquilo que estuda na sala de aula, a natureza e a sua própria vida (MIRANDA; COSTA, 2007). Por este motivo, o presente trabalho teve por objetivo compreender a composição química dos esmaltes, perigos a saúde humana e ao meio ambiente, sendo este um método inovador para aprender Química Orgânica.

Material e métodos

O projeto foi dividido em duas aulas, de uma turma de 3° ano de Ensino Médio, como público-alvo, da Escola Estadual Imaculada Conceição, do Município de Benjamin Constant-AM. Na primeira aula foi desenvolvida como instrumentos de pesquisa, uma aula expositiva denominada “Química Orgânica dos Esmaltes”, utilizando recursos multimídia, quadro e pincel, apresentando os conceitos, importância e composição química (funções orgânicas) dos esmaltes. Em seguida, aplicou-se em uma aula prática, mostrando os rótulos dos esmaltes a fim de que os alunos identifiquem as funções orgânicas e como atividade de investigação os alunos realizaram uma pesquisa sobre os perigos de se compartilhar utensílios de manicure, mas antes da execução do trabalho aplicou-se um pré-questionário verificando os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema abordado. No segundo dia levantou-se uma discussão tratando dos assuntos relacionados com a prevenção e a saúde, finalmente após o término do trabalho, aplicou-se um pós-questionário, verificando se os alunos compreenderam a aula e se a discussão conscientizou os mesmos sobre a prevenção e a saúde do uso e o compartilhamento de materiais pessoais. Os dados foram coletados utilizando a metodologia quantitativa, pois segundo FONSECA (2002), este tipo de método é usualmente utilizado para quantificar e analisar dados estadísticos.

Resultado e discussão

Quando aplicado o pré-questionário, percebeu-se que 82 % dos alunos possuem um conhecimento básico sobre os esmaltes, servindo de estéticas para unhas, os mesmos citaram o álcool como principal componente químico, ressaltando a função de proteger de fungos e bactérias, e como malefício seu cheiro forte sendo prejudicial à saúde, os outros 18 % não souberam responder. Após a aula expositiva, os alunos mostraram mais interessados na composição química dos esmaltes, pois segundo München (2012), é possível desenvolver o conhecimento científico por meio de uma abordagem de cosméticos, desse modo se gera uma construção de ensino-aprendizagem envolvendo as suas formulações e utilizações, favorecendo uma visão crítica sobre estes produtos. Ao executar a aula prática, os alunos identificaram no rótulo dos esmaltes os diferentes grupos funcionais orgânicos (álcoois, éter, amina, aldeído e éster). No segundo dia com a discussão sobre prevenção a saúde, os alunos destacaram que o compartilhamento de materiais de manicure, pode transmitir doenças, é que a melhor forma de preveni-las é não compartilha-las. Finalmente aplicou-se um pós-questionário, onde 94 % responderam sobre a importância de usar um esmalte de bom tratamento, sendo primordial para que as unhas estejam lindas e com aspecto saudável. Enquanto os benefícios responderam que recupera o aspecto saudável, hidrata e fortalece seu crescimento, com relação os malefícios existentes agentes químicos tóxicos que são prejudiciais à saúde, quando utilizados constantemente. Finalmente, de acordo com a aula ministrada, a prática e a discussão, relataram que é possível estudar a química utilizando esmaltes, pois ela é produzida de diversas componentes químicos, na qual, é um método interessante de se aprender química orgânica.

Conclusões

É importante que o professor, procure metodologias diferenciadas para ministrar suas aulas, podendo ser uma das formas, a utilização de produtos que permita ao ensino de química relacionar-se com o cotidiano, possibilitando assim, que a aula não seja somente ensinar fórmulas, mais sim, de uma maneira prática, mostrar que esta ciência está presente entre nós em todas as formas.

Agradecimentos

A CAPES pela bolsa e pela oportunidade de participar no PIBID-Química, e aos alunos que participaram neste trabalho.

Referências

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Disponível em http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/lapnex/arquivos/files/Apostila_-_METODOLOGIA_DA_PESQUISA(1).pdf. Acesso em 10 de Jun. de 2017.

MIRANDA, D. G. P; COSTA, N. S. Professor de Química: Formação, competências/ habilidades e posturas. 2007

MÜNCHE, S. Cosméticos: uma possibilidade de abordagem para o ensino de química. 2012. 100 f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria. 2012.

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