UMA PROPOSTA EDUCATIVA PARA MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM QUÍMICA ORGÂNICA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, B.E.O. (IFPB) ; Custódio, L.C.O. (IFPB) ; Junior, E.M.C. (IFPB) ; Lima, A.F.V. (IFPB) ; Silva, J.B. (IFPB) ; Santos, S.R.B. (IFPB)
Resumo
As ideias de implementar práticas experimentais são muito importantes para a construção do conhecimento científico dos discentes, incentivando os mesmos a pensarem. A experimentação e contextualização oportunizam a correlação entre a teoria e a prática, contribuindo para o processo de aprendizagem dos alunos e são ótimas soluções para que fiquem interessados em estudar para a disciplina de Química. Neste sentido, o ensino de química orgânica em uma escola particular da cidade de João Pessoa, foi realizado utilizando a temática Produção de Tintas e os conceitos de funções orgânicas, correlacionando teoria e pratica, foram explorados. O nível de satisfação dos alunos quanto a metodologia adotada foi avaliado e foi observado um elevado nível de satisfação com a metodologia apresentada.
Palavras chaves
Contextualização; Experimentação; Aprendizagem
Introdução
A partir de 1980, surge um novo desafio para os educadores de todos os graus de ensino: tornar o ensino de química articulado com as necessidades e interesses de boa parte dos alunos nas escolas do ensino fundamental e médio (PONTES et al., 2008). Um dos papéis do professor na sala de aula é, portanto, despertar o interesse do discente para a disciplina a qual ministra. A disciplina de Química necessita de atividades experimentais e contextualizadas. É uma tarefa cansativa para os discentes entender os conteúdos apenas na teoria. Nunes e Adorni (apud VEIGA et al., 2012) perceberam que os alunos muitas vezes não são capazes de associar o conteúdo estudado com o seu cotidiano, tornando-se desinteressados pelo tema da aula. Isto indica que o ensino está sendo feito de forma descontextualizada. Entretanto, o professor nem sempre vai estar preparado para ministrar as aulas, através de contextualizações ou métodos interdisciplinares. Prevalecem, em superioridade, os livros como ferramenta educacional para ajudar aos docentes na estrutura dos raciocínios. A experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação (GUIMARÃES, 2009). Segundo Piaget (apud DE MELO et al., 2015), o conhecimento “realiza-se através de construções contínuas e renovadas a partir da interação com o real”, este real seria a interação com aquilo que está sendo estudado. Neste sentido, a metodologia utilizada buscou facilitar a assimilação dos conhecimentos vistos em sala de aula pelos alunos, através da contextualização de modo a correlacionar a teoria e a prática, podendo complementar as informações já adquiridas pelos discentes no ano letivo.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada por estudantes de graduação em Licenciatura em Química do IFPB (Instituto Federal da Paraíba), com a colaboração do professor da turma do 3º ano, contendo 10 alunos da escola de ensino médio da rede particular, localizada na cidade de João Pessoa - PB. Para o desenvolvimento da mesma, foram necessárias um total de quatro aulas, com duração de cinquenta minutos. O trabalho também procurou avaliar de forma qualitativa a valorização da interação entre aluno e professor. No primeiro momento, foi apresentado para a turma a metodologia a ser desenvolvida e os objetivos da pesquisa. Foi realizado um questionário Inicial (QI) para avaliar a satisfação dos alunos referente às aulas ministradas até o momento. Na segunda ocasião, houve a apresentação e discussão do conteúdo de Orgânica que seria ministrado pelo docente responsável pela turma. No momento seguinte, houve uma apresentação expositivo-dialogada com contextualização sobre o tema: tintas. Nesta aula, foi discutido o contexto histórico, a definição e composição do material. Após isso, foram exibidos exemplos de constituintes orgânicos que compõem a mesma para identificação da relação do tema com o conteúdo. Na quarta oportunidade, foi realizado um procedimento experimental com a turma para fabricação de uma pequena amostra de tinta. Por último, foi efetuado um questionário final (QF) para avaliação da metodologia utilizada na aplicação, focando no uso da contextualização e da experimentação.
Resultado e discussão
No primeiro momento, o Questionário Inicial (QI) teve como proposta avaliar
a satisfação dos alunos referente às aulas ministradas até então, sobre o
conteúdo de funções orgânicas. O Questionário tinha três questões: a segunda
questão perguntava se os alunos tinham dificuldades de aprender o conteúdo
de química. A terceira questão foi uma pergunta subjetiva para dar a opinião
sobre a disciplina. Na primeira questão, que avaliava o nível de satisfação
com relação à qualidade das aulas de química orgânica, observou-se que 60%
dos alunos estão insatisfeitos com a estrutura da aula.
Na segunda questão, 90% dos alunos constataram que tinham dificuldade em
química. Já na terceira questão, muitos alunos afirmaram que a disciplina
era muito teórica e complexa, tendo em vista as aulas do professor anterior, como segue o depoimento do aluno [A]: “É uma matéria meio complicada de se
entender, mas pode se tornar fácil dependendo do profissional.”
Após as aplicações e explicação do conteúdo com contextualização e
experimentação, foi passado um questionário para verificar a satisfação dos
alunos com o novo tipo de metodologia vivenciado por eles.
Das 3 questões do questionário final (QF), 100% dos alunos responderam SIM
para as duas primeiras questões e 90% assinalaram que de fato poderiam
aprender a disciplina com maior facilidade com uma metodologia voltada a
contextualização e experimentação.
Já na quarta questão do QF, assim como a primeira questão do QI, avaliava a
satisfação relacionada a metodologia do professor. Após a aplicação da nova
metodologia, novas percepções de satisfação foram registradas, como
apresentado na Figura 2.
Figura 1: Questões do Questionário Final. Fonte: Próprio autor.
Figura 2 – Gráfico do Questionário Final. Fonte: Próprio autor.
Conclusões
A metodologia de ensino de química orgânica apresentada em uma escola de nível médio da rede privada, com contextualização e experimentação, foi satisfatória no ensino dos conteúdos. Após uma avaliação, foi observado um bom nível de satisfação dos alunos com relação à nova metodologia o que não ocorreu na metodologia anterior que não explorava estes recursos. Foi verificado a importância do uso de recursos didáticos diversificados para a explicação dos conteúdos, usando materiais do cotidiano. É importante salientar a relevância dos experimentos mesmo onde não há laboratórios.
Agradecimentos
Referências
PONTES, Altem Nascimento; DE FREITAS, Cíntya Kércya Araújo. O Ensino de Química no Nível Médio: Um Olhar a Respeito da Motivação. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba, PR, 2008.
VEIGA, Márcia S. Mendes; QUENENHENN, Alessandra; CARGNIN, Claudete. O Ensino de Química: Algumas Reflexões. 2012.
GUIMARÃES, Cleidson Carneiro. Experimentação no ensino de química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, p. 198-202, 2009.
DE MELO, Anely Maciel et al. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA ATRAVÉS DA DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM BOLO ELABORADO COM O PÓ DA CASCA DE OVO. 2015.