PIBID- Ciência Forense e o estudo das ligações intermoleculares

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Camara, G.C. (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO) ; Oliveira, G.C. (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO) ; Oliveira, M.V.S. (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO) ; Ricci, P. (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO) ; Canelhas, B.B. (INSTITUTO FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO)

Resumo

A magnitude da Química no currículo escolar não é desmembrada em todas as suas essências. A apresentação do conteúdo não está apenas nos livros didáticos, mas em um mundo paralelo a eles. Diante disso, este trabalho tem o objetivo de mostrar aos alunos do ensino médio, curiosidades e saberes sobre o que ocorre nos episódios do seriado de CSI(Crime Scence Investigation) no contexto da ciência forense. Em decorrência disso, mostrando como a química está presente nas análises contidas nos episódios embasados nos fundamentos dos materiais didáticos. Nesse sentido, foi realizada juntamente com os alunos do ensino médio no PIBID, a técnica de revelação de impressões digitais na aula prática contextualizando com aula teórica a fim de uma abordagem simples e diferente.

Palavras chaves

Química forense; ensino médio; impressões digitais

Introdução

A Ciência Forense é uma área interdisciplinar que envolve física, biologia, química, matemática e várias outras ciências de fronteira. Seu objetivo é dar suporte às investigações relativas à justiça civil e criminal. Em investigações de crimes, o foco principal do profissional forense é confirmar a autoria ou descartar o envolvimento do(s) suspeito(s). As técnicas empregadas permitem que seja possível identificar, com relativa precisão, se uma pessoa, por exemplo, esteve ou não na cena do crime a partir de uma simples impressão digital, ou então um fio de cabelo encontrado no local do crime. Em algumas situações, os especialistas forenses utilizam a tecnologia dos testes de DNA, as análises da autenticidade de obras de arte e de documentos ou, ainda, o exame de combustíveis adulterados, entre outras análises (CHEMELLO, 2006 apud SEBASTIANY, A. P. et al). A finalidade de integração dessas áreas busca uma aplicação deste assunto para ser trabalhado com os alunos do ensino médio. Este tipo de atividade propõe aos alunos, situações de pesquisador, na qual eles possam reconhecer a importância do trabalho coletivo e individual da investigação. Além disso, a atividade estimula a observação, a curiosidade à interrogação, o raciocínio ao levantamento de hipóteses, a realização da parte prática, as ações à capacidade de comunicação, relacionando esses aspectos entre si para o desenvolvimento dos alunos. O objetivo desse trabalho é apresentar a utilização de seriados televisivos no contexto da química forense, como uma ferramenta de auxílio para o ensino de Química, despertando o interesse e atenção dos alunos por utilizar materiais de fácil acesso na abordagem do ensino-aprendizagem.

Material e métodos

A primeira parte foi desenvolvida a partir da aula teórica, sendo apresentada de forma expositiva através do recurso de multimídia. O objetivo da apresentação dessa aula foi introduzir conceitos básicos, aplicações cotidianas do mundo forense, análise da cena do crime na química forense e informações relevantes sobre o conteúdo. Em seguida, para a finalização dessa aula, selecionaram-se alguns trechos dos episódios para uma observação da atuação dos personagens no campo da investigação criminal. A parte prática buscou experimentação no campo forense para o envolvimento dos conteúdos abordados na disciplina de Química. Diante disso, foi selecionado um experimento com os alunos do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Lauro Fontoura, sendo aplicado a uma quantidade oscilante de alunos com a presença média de 25 estudantes. Em decorrência disso, a prática realizada abordou o tema de identificação de uma impressão digital, utilizando-se a técnica do vapor do iodo e a técnica do pó de grafite. Os conteúdos selecionados foram:Forças Intermoleculares, abordando Ligação de Hidrogênio, Dipolo-dipolo e Forças de Van der Waals, além de Mudanças do Estado Físico da Matéria. Após a aplicação dos experimentos, houve uma explicação das técnicas trabalhadas em laboratório e dos assuntos abordados no conteúdo de química. Além disso, foi aplicado dois questionários aos alunos, um para analisar a concepção dos estudantes sobre a química e outro para a identificação de suas impressões quanto à prática realizada ligando aos assuntos abordados na disciplina de Química em sala de aula.

Resultado e discussão

Após a realização do experimento foi possível fazer uma comparação dos dois questionários aplicados, um foi aplicado antes e o outro após a atividade. Nesse sentido, foi possível fazer uma análise sobre os aspectos positivos e negativos da atividade realizada em dois ambientes distintos, na sala de aula e no laboratório. É válido ressaltar que grande parte dos alunos relataram que foi o primeiro contato com o laboratório, visto que alguns relatos foram impactantes devido a uma melhor assimilação do conteúdo. No primeiro questionário, foram feitas algumas perguntas aos alunos sobre suas concepções, como era a visão da química e como ela poderia se relacionar ao cotidiano. Assim avaliando as respostas, foi possível relatar que alguns não conseguem fazer essa relação, mas a maioria relatou a percepção em diversas áreas desde momentos do dia a dia, cozinhando, observando às reações de sabão até a utilização da química na agropecuária e sua importância na carreira profissional. No segundo questionário, as perguntas foram destinadas a contribuição do experimento na aprendizagem e sobre os aspectos que mais chamaram atenção na experiência. Notam-se aspectos positivos nos comentários dos alunos “o teste da digital foi interessante porque foi uma experiência que nunca tinha visto”, “foi legal e dinâmico observar a mudança de estado físico do iodo”, “já tinha visto em filmes mas não sabia que era fácil de fazer”. Diante dos posicionamentos dos alunos, foi possível observar a concretização do trabalho coletivo, além do interesse por compreender a conexão da parte teórica com a parte prática. Além disso, eles compreenderam como as forças de Van der Waals atuam na técnica do pó de grafite; e observaram o processo de sublimação do iodo.


Figura 1: Revelações de impressões digitais- técnica do pó de grafite e técnica do vapor de iodo.

Conclusões

Dessa maneira, as realizações de práticas laboratoriais ajudam como uma ferramenta válida para compreensão e indagação daquilo que é proposto nos conteúdos de química em sala de aula. Entretanto, é possível notar os poucos investimentos nas aulas laboratoriais, já que a correria de conteúdos impede a concretização dessas práticas. Nessa perspectiva, essas práticas permeiam a consciência crítica levando ao trabalho coletivo, além de diversificar o ambiente de aulas monótonas. Assim, é importante contextualização da química na visão cotidiana de uma forma prazerosa e eficiente.

Agradecimentos

Agradecemos a CAPES e ao Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM).

Referências

CHEMELLO, E. Ciência forense: impressões digitais. Química Virtual, dezembro 2006. Disponível em:<http://www.webartigos.com/artigos/ciencias-forenses-em--sala-de-aula/9772/.> Acesso em: 6 de agosto de 2017.
SEBASTIANY, A. P.; et al. A utilização da Ciência Forense da Investigação Criminal como estratégia didática na compreensão de conceitos científicos. Educ. quím, Mexico, v.24, n.1, p. 49-56, enero 2013. Disponível em:<http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-893X2013000100009&Ing=es&nrm=iso> Acesso em: 6 de agosto de 2017.

Patrocinadores

Capes CNPQ Renner CRQ-V CFQ FAPERGS ADDITIVA SINDIQUIM LF EDITORIAL PERKIN ELMER PRÓ-ANÁLISE AGILENT NETZSCH FLORYBAL PROAMB WATERS UFRGS

Apoio

UNISC ULBRA UPF Instituto Federal Sul Rio Grandense Universidade FEEVALE PUC Universidade Federal de Pelotas UFPEL UFRGS SENAI TANAC FELLINI TURISMO Convention Visitors Bureau

Realização

ABQ ABQ Regional Rio Grande do Sul