A Química do perfume: o ensino-aprendizagem sobre a Química Orgânica
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Almeida de Souza, B. (UFAM) ; Abreu Lima, R. (UFAM) ; Gama dos Santos, G. (UFAM) ; Costa Ribeiro, B.J. (UFAM) ; Urbano Arcanjo, G. (UFAM) ; Ramos, H. (UFAM) ; Pissango Rodrigues, J.J. (UFAM) ; Gomes Fernandes, S. (UFAM) ; Silva, J.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Rengifo, E.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)
Resumo
O presente trabalho aborda a utilização do Perfume como ferramenta para o ensino-aprendizagem da Química Orgânica na escola Estadual Gildo Sampaio, propondo um ensino de Química contextualizado, que auxilia o aluno a pensar e questionar como sujeito no processo de aprender. Foi preparada uma aula expositiva e dialogada sobre cadeias carbônicas, nomenclaturas e ligações, em seguida aplicado um questionário para analisar o que os alunos aprenderam. Percebeu-se que os discentes possuíam bastante dificuldade em relacionar conteúdos com o seu cotidiano, após a contextualização constatou-se que a aprendizagem dos alunos tornou-se mais significativa, permitindo que se tornem construtores do próprio conhecimento.
Palavras chaves
Ensino de Química; Essências ; Química Orgânica
Introdução
Segundo o PCN (2002) A disciplina de química deve ser ministrada a partir de uma abordagem contextualizada, baseando a prática de ensino em temas estruturadores vinculados ao cotidiano social, onde o ensino de Química deve se contrapor à memorização de informações. No Ensino de Química a contextualização visa não somente aumentar o interesse do educando pela ciência Química, mas também fazer com que os discentes observem como a mesma está presente em suas vidas. Assim, a função do Ensino de Química é formar pessoas capazes de participar e tomar decisões em uma sociedade em constante evolução. À aprendizagem é mais significativa à medida que o conteúdo é incorporado ao conhecimento do aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio. O professor, na sala de aula, utiliza-se dos conteúdos da matéria para ajudar os alunos a desenvolverem habilidade, capacidade de pensar por si próprios e fazer comparações entre fatos e acontecimentos (LIBÂNEO, 2001). Os perfumes são compostos por combinações de fragrâncias comumente sintéticas, tais fragrâncias possuem moléculas odoríferas. Essas moléculas são obtidas de várias plantas, frutas e alguns animais selvagens, deles são extraídos os óleos essenciais. Esses óleos podem ser compostos por diferentes moléculas que fazem parte de uma classe de compostos orgânicos chamados de terpenos. Perfumes são essências que estão contidas na vida das pessoas. E pensar no perfume como modelo didático é uma alternativa para o ensino, com o objetivo de integrar nas aulas de Química a importância de estudar a química orgânica por meio do perfume, visando às cadeias carbônicas, nomenclaturas e ligações químicas, isso auxilia o aluno a pensar e questionar como sujeito no processo de aprender.
Material e métodos
O presente trabalho foi realizado no município de Benjamin Constant-AM, especificamente na comunidade indígena de Filadélfia na escola Estadual Gildo Sampaio, objetivando integrar nas aulas de química a importância de se estudar a química orgânica por meio do perfume, tendo como público alvo 13 alunos da turma de terceiro ano do ensino médio da referida escola, na qual foi preparada uma aula expositiva e dialogada, que visou construir conhecimento sobre cadeias carbônicas, nomenclaturas e ligações, tendo como modelo didático o perfume, onde foi demonstrado aos alunos o motivo da fragrância, da essência e o tempo de absorção na pele, apresentando as estruturas orgânicas das essências extraídas da natureza e as sintetizadas, identificando os compostos orgânicos presentes nas fragrâncias e a composição química presente no processo da fabricação de tal cosmético, iniciou-se a atividade abordando o tema e questionando os alunos sobre seus interesses e conhecimentos. Ao longo da abordagem do tema os alunos foram instigados com perguntas referentes ao conteúdo, com o intuito de fazer com que os discentes questionassem e utilizassem seus conhecimentos prévios na construção do processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa teve como instrumento de coleta de dados um questionário, visando verificar o que os alunos aprenderam por meio da contextualização do conteúdo com o modelo didático, apresentando-se assim uma análise qualitativa e quantitativa.
Resultado e discussão
Lecionar uma aula de química orgânica na Escola Estadual Gildo Sampaio proporcionou obter uma visão mais ampla sobre o ensino de química nas comunidades indígenas. Onde pode-se observar grande dificuldade dos alunos em relacionar as teorias ensinadas com o seu cotidiano. Ao questioná-los sobre tais dificuldades, houve relatos de que seus professores não possuíam o hábito de contextualizar conteúdos, tornando-se um obstáculo para a aprendizagem.
Após a aplicação do questionário com 4 (quatro) questões, observou-se na questão 1 que 46 % dos alunos não conseguiram responder, por não haver o hábito da contextualização de conteúdos com o seu cotidiano, 54% conseguiram assimilar o conteúdo abordado e relacionar com o seu dia a dia.
Analisou-se (gráfico 2) que os educandos conseguiram compreender o intuito de usar o perfume como uma ferramenta didática para o estudo da Química orgânica, auxiliando-os no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com o gráfico 3, percebeu-se que 38% não responderam a questão pelo fato da contextualização não estar presente no seu processo de aprendizagem, tornando-se difícil descrever a importância da correlação. Uma Química contextualizada deve ser favorável ao cidadão, devido à aplicação do conhecimento químico como forma de facilitar a compreensão (CHASSOT et al,2005).
Notou-se que 62% dos discentes relataram que a aula foi muito boa e 38% consideraram a aula legal, por abordar os conteúdos de química de forma contextualizada, apresentando fatos que não possuíam conhecimento.
Contextualizando os conteúdos de química orgânica com o motivador perfume, percebeu-se que houve melhoria no aprendizado do ensino de química, pois os alunos demonstraram compreender com mais facilidade os conteúdos abordados e relacioná-los com o seu cotidiano.
análise quantitativa das questões.
Conclusões
Portanto, pelo fato de o perfume ser um cosmético que está contido na vida das pessoas, utilizá-lo como modelo didático é uma forma apropriada para a contextualização no ensino de Química, no qual permite abordar vários outros conteúdos estudados no ensino médio. O método de utilizar temas geradores no ensino de Química auxilia o aluno a pensar e questionar como sujeito no processo de aprender, onde facilitam a assimilação de conteúdos e consequentemente aperfeiçoa a aprendizagem, possibilitando ao Discente tornar-se o principal construtor do seu próprio conhecimento.
Agradecimentos
Agradeço aos alunos do terceiro ano do ensino médio da escola Estadual Gildo Sampaio pela contribuição para a realização deste projeto e ao Instituto de Natureza e Cultur
Referências
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio. Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciência da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/ Sentec, p.87.2002.
CHASSOT, A. I., SCHROEDER, E. O. et al. Química do Cotidiano: pressupostos teóricos para a elaboração de material didático alternativo. Espaços da Escola, nº 10, p.47-53, 1993.
LIBÂNEO, José Carlos. O essencial da didática e o trabalho de professor em busca de novos caminhos: Disponível em: <http//www.ucg.br/site_docente/edu/libâneo;pdf> Acesso em 29 jul. 2017.
Martins, S.; Ribeiro, R. Química Nova na Escola: Uma Química Inesquecível, Perfumes, nº 4, Novembro 1996.