A Educação Científica no contexto da Educação Inclusiva

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, L.M.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Albino, Q.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Valentim, E.M.F. (ESCOLA ESTADUAL PASCOAL RAMOS / UFMT) ; Ribeiro, M.T.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO)

Resumo

O presente trabalho apresenta a educação científica na escola de Educação Básica no contexto de educação inclusiva para alunos portadores de necessidades especiais. Com isso o objetivo dessa pesquisa foi desenvolver e aplicar um jogo lúdico de Química Orgânica que possibilita aprendizagens de conceitos científicos em estudantes do Ensino Médio com necessidades especiais. Dessa forma, houve uma maior interação desses estudantes com a utilização de recurso lúdico, quando comparado com a interação dos mesmos, somente com o modelo tradicional de ensino.

Palavras chaves

Educação Científica; Educação Inclusiva; Atividade Lúdica

Introdução

Um planejamento educacional carece de tempo e empenho para um bom desenvolvimento, tanto da gestão escolar quanto do professor regente, entretanto encontram-se fatores que dificultam tal desempenho, como o caso de professores que trabalham com diversas salas de aula, e possuem inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem, e com isso não há possibilidade de se atentar em proporcionar recursos didáticos para impedir os déficits de aprendizagem, que se apresentam durando o período letivo. Numa análise pedagógica da formação do professor, nota-se que ele ao caminhar para a parte prática acaba por desenvolver uma aula reunindo todas as bases de ensino e se detendo ao enfoque do aluno, recorrendo então a didática, metodologia e psicologia no ensino de uma forma relativamente construtivista, procurando suportes teóricos e técnicos. Mas ao se praticar tal teoria compreende-se que sua abordagem só é efetiva quando há uma maior correlação emocional entre o professor e o aluno, gerando uma confiança mútua e melhorando a aprendizagem, porém muitos só recorrem a isso quando a prática pedagógica fracassa, aí se levam em conta os conflitos emocionais, sociais e internos de cada aluno (MORGADO, 2011). Um dos fatores mais preocupantes que necessitam de esforço conjunto da comunidade escolar é a inclusão de crianças/adolescentes que possuem deficiências físicas, motoras ou intelectuais, dentro da escola, pois além de seus conflitos emocionais, trazem consigo uma dificuldade em absorver informações, realizar tarefas ou se adaptarem. A escola para isso deve rever as formas de interação [...]. Isto implica em avaliar e redesenhar sua estrutura, organização, projeto político-pedagógico, recursos didáticos, praticas avaliativas, metodologias e estratégias de ensino (GLAT et al p. 1, 2007)

Material e métodos

Dentre várias possibilidades metodológicas no ensino de Química, explicita- se as atividades com jogos lúdicos, que para alguns autores, tratam-se de elementos motivacionais, e que ajudam no processo de ensino e aprendizagem de conceitos científicos, deixando claro que o objetivo não é apenas facilitar a memorização, mas induzir ao raciocínio, reflexão, ao pensamento e a reconstrução de seu conhecimento. Muitos que trabalham com a epistemologia como Piaget, Vygotsky, entre outros, abordam que a importância do lúdico para a educação, por ser um momento de descontração, interagindo mais os alunos. O lúdico acaba por ser instrumento motivador, atraente e estimulador no ensino. O jogo possui duas funções: a lúdica e a educativa, que devem andar juntas para não poder se passar por somente um jogo, ou um material didático (SANTANA, 2008). Para isso o lúdico se apresenta para incluir e ensinar todos que possuem dificuldades de compreensão oral e/ou escrita, e no ensino de Química os auxilia a raciocinar quanto a nomes, estruturas e processos matemáticos, que são encontrados. O desenvolver então torna o conteúdo menos massivo e mais interativo. Destarte, duas bolsistas do Subprojeto Química – PIBID, desenvolveram um jogo lúdico durante o período de participação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), na Escola Estadual Pascoal Ramos, Cuiabá, Mato Grosso. A aplicação aconteceu com o auxílio da professora regente titular, ao terceiro ano do Ensino Médio, somente com três alunos com necessidades especiais da turma, com o objetivo de se obter um melhor desenvolvimento do jogo lúdico científico.

Resultado e discussão

O jogo lúdico intitulado “tentANO”, foi criado a partir da análise da dificuldade do conteúdo, pois se trata da compreensão e memorização de prefixos e sufixos que dão nome a compostos orgânicos, e a dificuldade dos estudantes com necessidades especiais para aprender seria maior, em relação aos outros alunos, que não possuem nenhum tipo de necessidades. Sua estrutura e seu desenvolvimento se baseiam no jogo de combinações, ou seja, uma fórmula de um composto químico é apresentado ao aluno, e o mesmo tem de nomear, e vice-versa, o nome é oferecido e se disponibiliza peças para a montagem da estrutura. Ao longo de todo o processo de aplicação do jogo lúdico, espera-se que os três alunos sujeitos da pesquisa/atividade obtenham o essencial para desenvolver uma avaliação de conteúdo químico estudado, junto como os outros estudantes, oportunizando-os uma visão crítica e cidadã do conteúdo proposto.

Jogo "TentANO"



Estudantes montando a estrutura de hidrocarbonetos



Conclusões

A interação dos alunos que participaram desse projeto ocorreu de forma significativa, pois o aprendizado se deu de forma diferenciada, com a aplicação do jogo lúdico, notando-se a satisfação ao fazer algo novo e diferente. Todo o empenho realizado neste projeto serviu como auxílio para o planejamento futuro de novas táticas pedagógicas que possam auxiliar alunos, e professores no desenvolvimento do ensino-aprendizagem em Química, em escolas que possuem pouco ou nenhum recurso didático.

Agradecimentos

Ao Laboratório de Pesquisa e Ensino de Química - LABPEQ, Capes e UFMT.

Referências

MORGADO, Maria Aparecida. Autoridade e sedução na relação pedagógica. Psicol. educ., São Paulo, n. 32, p. 113-130, jun. 2011.
GLAT, R.; PLETSCH, M.; FONTES, R. Educação inclusiva e educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade. Santa Maria – RS. Revista do Centro de Educação, v. 32, n. 2, 2007.
SANTANA, Eliana Moraes de; REZENDE, Daisy de Brito. O Uso de Jogos no ensino e aprendizagem de Química: Uma visão dos alunos do 9º ano do ensino fundamental. In: XIV ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA.2008. Curitiba – Pr.

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