PERCEPÇÃO DE FUTUROS PROFESSORES DE QUÍMICA SOBRE O ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Costa, W.C.L. (UEPA) ; Reis, J.D.E. (UEPA) ; Barbosa Júnior, A.S. (UEPA) ; Lopes, D.P. (UEPA) ; Feio, A.M. (UEPA) ; Palheta Júnior, A.R. (UEPA) ; Machado, D.M. (UEPA) ; Souza, R.F. (UEPA)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo analisar o ponto vista de graduandos do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Química quanto à profissão docência. O trabalho foi realizado com treze alunos pertencentes ao 6º semestre do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais com Habilitação em Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA) - Campus XIX. A formação de professores apesar de ser essencial ainda não é a primeira escolha de ingressantes ao ensino superior na área de licenciatura em química, em alguns casos, o aluno entra e permanece no curso por falta de opção devido à região em que vive não possuí o curso superior de seu interesse e/ou os mesmos não têm recursos financeiros para estudarem em outras regiões do Estado.
Palavras chaves
Licenciatura em Química; Estratégias de Ensino; Percepção de graduandos
Introdução
Ultimamente a formação de professores para as séries iniciais tem sido tema de discussões, pois é cada vez mais difícil os jovens se interessarem pela docência, consequentemente, isso é percebido nas séries iniciais principalmente nas disciplinas de Química, Física e Biologia (BRASIL, 2007). Se comparada à docência da Educação Básica a do Ensino Superior perceber-se que nas series iniciais há uma maior proximidade entre professor e aluno, sendo a relação pautada na pessoa; com a escalada das séries até o nível superior nota-se que o ensino se focaliza na transmissão do conhecimento, ou seja, o sujeito principal passa a ser o conteúdo programático (QUADROS et al., 2010). O ambiente da sala de aula é um lugar de extrema importância para que o processo de conhecimento ocorra de maneira planejada e é onde pode-se utilizar metodologias diferenciadas, pois possibilitam aos estudantes aquisição de novas ideias e novos significados (QUADROS et al, 2012). A vivencia entre professor e aluno, precisa mostrar que o educador não é apenas o transmissor de conhecimento, mas alguém que possibilite o protagonismo ao aluno no processo de ensino - aprendizagem (PANIZZI, 2004). Diante disso, faz-se necessário uma investigação com graduandos de licenciatura em Ciências Naturais a respeito da perspectiva deles quanto a profissão docente. Portanto, o presente trabalho buscou analisar o ponto vista dos graduandos do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Química quanto a profissão docência, além de, avaliar as principais causas da escolha ou não da profissão, e ao mesmo tempo, determinar quantos pretendem seguir na docência.
Material e métodos
O trabalho foi realizado com treze alunos pertencentes ao 6º semestre do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais com Habilitação em Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA) - Campus XIX. A pesquisa possui caráter quantitativo no que se refere ao levantamento e análise de dados (FIGUEREIDO; SOUZA, 2008). Para obtenção de dados se optou por utilizar um questionário com questões abertas permitindo aos estudantes apresentarem sem interferência suas opiniões. O questionário permitia obter dados como o motivo da escolha do curso, as perspectivas quanto a profissão e as estratégias consideradas por eles eficazes para o ensino. Dividindo o trabalho em dois momentos aplicação do questionário e tabulação de dados.
Resultado e discussão
Quando indagados a respeito de que quando formados se pretendem atuar com a
educação básica 61,54% dos discentes afirmaram que sim, enquanto que 38,46%
negaram essa possibilidade.
Quando perguntados o motivo pelo qual escolheram o curso a maioria, ou seja,
setes discentes responderam que foi por falta de opção, isto nos mostra que
a docência não é algo que atrai os estudantes para o ensino superior.
Segundo Jesus, Araújo e Viana (2014) embasados em dados levantados pelo
Instituto Lobo, PROUNI e a OCDE de 2000 a 2012, as taxas de evasão para o
Curso de Licenciatura em Química é superior aos observados para todos os
cursos de graduação no Brasil. Muitos são os fatores que podem acarretar
essas evasões, e isso, por consequência acaba de certa forma prejudicando a
educação do país, uma vez que há poucos profissionais dessa área formados e
capacitados para exercer a docência.
Com o questionário pôde-se saber os motivos que levaram os graduandos a
optarem pelo curso. Um estudante afirmou que estava realizando um sonho: ser
professor; enquanto outro disse que a falta de profissionais dessa área foi
determinante para sua escolha.
O gráfico 01 mostra os tipos de estratégias de ensino que os estudantes
consideram eficazes e que utilizariam em sala de aula, sendo que poderia
escolher várias opções, dentre as opções a contextualização foi a
metodologia mais escolhidas pelos graduandos.
Por fim, perguntou-se se o curso de graduação esta capacitando-os para que
desenvolvam as metodologias que escolheram, todos foram unânimes em dizer
que sim, onde um estudante afirmou que isso se deve ao fato de que já
cursaram diversas disciplinas metodológicas, preparando-os para a docência.
Estratégia de ensino para a educação básica.
Conclusões
Conclui-se que a formação de professores apesar de ser essencial ainda não é a primeira escolha de ingressantes ao ensino superior na área de licenciatura em química, em alguns casos, o aluno entra e permanece no curso por falta de opção devido à região em que vive não possuí o curso superior de seu interesse e/ou os mesmos não têm recursos financeiros para estudarem em outras regiões do Estado.
Agradecimentos
Referências
BRASIL. Escassez de professores no Ensino Médio: propostas estruturais e emergenciais. Relatório produzido pela Comissão Especial instituída para estudar medidas que visem a superar o déficit docente no Ensino Médio (CNE/CEB), maio 2007.
FIGUEREIDO, A. M.; SOUZA, S. R. G. de. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses: da redação Científica à apresentação do texto final. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008.
JESUS, W. S.; ARAUJO, R. S.; VIANNA, D. M. Formação de Professores de Química: A realidade dos cursos de Licenciatura segundo os dados estatísticos. Scientia Plena. v. 10, n. 08, p.01-12, 2014.
PANIZZI, C. A. F. L. As relações afetividade-aprendizagem no cotidiano da sala de aula: enfocando situações de conflito. In: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, 27, Caxambu. Anais... Caxambu: ANPED, 2004. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt13/t132.pdf>. Acesso em: 05 Ago. 2017.
QUADROS, A. L.; LOPES, C. M.; SILVA, F. A. B.; CORREA, J. M. M.; PIOS, J. M.; TORRES, N. O.; PINTO, P. L.; NOGUEIRA, R. K. A percepção de professores e estudantes sobre a sala de aula de ensino superior: Expectativas e construção de relações no curso de química da UFMG. Ciência & Educação, v. 16, n. 1, p. 103-114, 2010.
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