TEORIA E PRÁTICA: AS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA QUÍMICA DENTRO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL JOAQUIM MOREIRA DE SOUSA EM FORTALEZA-CE

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Moura Nunes, Q. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; de Oliveira Pinheiro, S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

É comum observar as dificuldades de alunos de licenciatura e professores quanto à interligação da teoria e prática dentro do Ensino de Química. Portanto, esse trabalho teve como principal objetivo capacitar os alunos de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará na utilização de aulas práticas nos Estágios Supervisionados para o Ensino Médio, na apresentação de sites e alguns recursos multimídias já existentes. Desta forma, a inserção de aulas com mídias digitais e aula prática mostraram-se muito importantes de acordo com os resultados, pois contribuíram para a superação das dificuldades enfrentadas por cada aluno durante a visualização dos conteúdos, tornando-se essenciais no processo ensino-aprendizagem, já que se usam muitas equações e fórmulas durante as aulas.

Palavras chaves

AULAS PRÁTICAS; ENSINO DE QUÍMICA; ESTÁGIO CURRICULAR

Introdução

A disciplina de Química, na visão de muitos alunos do Ensino Médio, não é interessante, embora seja um conteúdo amplo e que se faz presente no cotidiano. Há diversos fatores para a contribuição do desinteresse por parte dos discentes, dentre os quais, pode-se destacar a falta de aulas experimentais ou até mesmo aulas com multimídias, que são métodos interativos de aprendizagem. É perceptível a forma como os estudantes valorizam a ligação entre prática e teoria, já que esse conceito facilita bastante o processo de absorção de conteúdo, pois essa estratégia resulta no envolvimento dos discentes com os processos estudados no decorrer das aulas (CARVALHO, BATISTA, RIBEIRO, 2007). Nesse sentido, o que impulsiona um aluno a aprender mais sobre a Química é a motivação, já que a intensidade e a qualidade do envolvimento exigido dependem dela. Os estudantes desmotivados apresentam um desenvolvimento abaixo do esperado, pois eles podem ser facilmente distraídos e acabam não querendo participar das aulas (SEVERO, KASSEBOEHMER, 2017). Então, uma das formas de tornar uma aula mais agradável e divertida é por meio de vídeos, pois, assim, os alunos terão um maior interesse pela disciplina. Além disso, essa ferramenta aproxima a sala de aula do cotidiano, fazendo com que seja introduzido novas questões durante o processo de educação (MORÁN, 1995). Outra metodologia muito importante para diferenciar as aulas de Química, é a realização de experimentos, já que o professor pode incluir suas demonstrações para testar o que é dito na teoria, propiciando aos alunos novas oportunidades de confirmar suas ideias ou então reconstruí-las (GIORDAN, 1999).

Material e métodos

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Moreira de Souza, localizada na cidade de Fortaleza- CE, com o total de 36 alunos do 1º Ano do Ensino Médio da Turma de logística no turno da manhã. Antes de iniciar a coleta de dados, fez-se um contato com a instituição de ensino, por intermédio da direção da mesma e, explicou-se os objetivos da execução desta pesquisa. A prática foi utilizada a partir dos conteúdos abordados em sala de aula para fortalecer o processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, foi ministrada uma aula sobre Modelos Atômicos, interligando a Teoria à Prática. No segundo momento, foi mostrado um vídeo cujo tema era: “Tudo se transforma, História da Química, História dos Modelos Atômicos”, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=58xkET9F7MY. Após, foi realizado um experimento sobre o Teste de Chamas, para melhor elucidar os conceitos da teoria de Bohr. Para a realização do vídeo, utilizou-se um Projetor e um notebook. No entanto, para o Teste de chamas, foi necessário a utilização de materiais e reagentes disponíveis no laboratório de Química da escola. Logo, os sais, vidrarias e materiais utilizados no decorrer desse teste foram: sulfato de cobre, cloreto de sódio, cloreto de lítio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio, 5 cadinhos, 5 pipetas de Pasteur, 1 caixa de fósforo e 1 bandeja. Ao final, utilizou-se dois questionários com 20 questões, sendo 10 para cada. O primeiro questionário foi referente ao vídeo sobre os Modelos Atômicos e o segundo questionário foi voltado para analisar o conhecimento adquirido por eles no decorrer do experimento do Teste de Chamas, como estudo de caso, a fim de observar a melhora do aprendizado dos alunos no conteúdo abordado após a utilização dessa metodologia de ensino.

Resultado e discussão

No Gráfico 1, a questão 5 abordou sobre o conhecimento do modelo atômico de Bohr, estabelecendo que os elétrons estavam organizados em camadas ou níveis de energia e 97% dos alunos acertaram a questão, indicando que compreenderam o conteúdo exposto a eles. Na questão 10, Gráfico 1, foi possível detectar que 94% acharam que a utilização de aulas com vídeos é mais interessante para o desenvolvimento de seus conhecimentos e que ajudou a compreender melhor o assunto abordado. Para a aula prática foram observadas 4 questões, Gráfico 2, referentes ao conteúdo “Teste de Chamas”. Desta forma, nas questões 2 e 4, quase todos os alunos, cerca de 94%, conseguiram associar bem o assunto referente ao teste. Na questão 3, a maioria dos estudantes, cerca de 86%, responderam corretamente sobre o que seria possível detectar através do conteúdo “Teste de Chamas”. Já na quinta questão, 92% dos discentes acharam o procedimento do teste rápido e fácil de ser feito, não requerendo nenhum equipamento que não seja encontrado na escola. De um modo geral, nas demais cinco questões que não estão inseridas na tabela, referentes a esse mesmo teste, foi possível perceber que todos os alunos, ou seja, 100% achou que essa forma de explicar o conteúdo ajudou a entender melhor a Teoria de Bohr, fixando ainda mais o conteúdo, pois trata-se de um método bom e interessante, já que essa atividade torna a aula mais atraente. Então, ficou submetido que esta prática fortaleceu o processo ensino-aprendizagem. Referente ao processo de motivação do aprendizado, foi possível observar que a realização de aulas com metodologias diferentes das tradicionais, conforme os teóricos advogam, ajudaram os alunos a desenvolver melhor seus conhecimentos e a aprender de maneira significativa os conteúdos abordados.

Gráfico 1

Porcentagem de alunos que responderam corretamente (em azul) as questões 5 e 10 do Questionário sobre o vídeo.

Gráfico 2

Gráfico referente a porcentagem de alunos que responderam corretamente as questões 2,3,4 e 5 do Questionário sobre o conteúdo “Teste de Chamas”.

Conclusões

Diante dos resultados obtidos, por meio deste trabalho e com referência a utilização de métodos que interliguem a teoria à prática, pôde-se concluir que o vídeo “Tudo se transforma, História da Química, História dos Modelos Atômicos” e a realização da aula prática do conteúdo “Teste de Chamas”, possibilitaram uma maior compreensão do conteúdo sobre os modelos atômicos. Além disso, o uso desses dois métodos facilitou o ensino da Química dentro do estágio curricular, motivando os alunos de Ensino Médio a se dedicarem na disciplina de Química, tornando o ensino mais atrativo e interessante.

Agradecimentos

A Universidade Estadual do Ceará e a Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Moreira de Souza.

Referências

CARVALHO, H.W.P.de.; BATISTA, A.P.de.L.; RIBEIRO, C.M. Ensino e Aprendizado de Química na Perspectiva Dinâmico-Interativa. Experiências em Ensino de Ciências - V2(3), pp. 34-47, 2007.

GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n.10, p.43-49, 1999.

MORÁN, J.M. O vídeo na Sala de Aula. Comunicação e Educação, São Paulo, v.1, n.2, p. 27-35, 1995.

SEVERO, I.R.M.; KASSEBOEHMER, A.C. Motivação dos Alunos: reflexões sobre o perfil motivacional e a percepção dos professores. Revista Química Nova, São Paulo, v.39, n.1, p.75-82, 2017.

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