DESENVOLVIMENTO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA UM ENSINO DE QUÍMICA INOVADOR
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Corrêa, L.S. (UFSC) ; Reynaldo, G.R. (UNISUL)
Resumo
O presente estudo buscou incentivar a comunidade escolar a entender que o ensino tradicional está ultrapassado, tendo em vista os alunos atualizados que as escolas têm recebido. Para isto, foram elaboradas e aplicadas duas diferentes sequências didáticas, onde foi trabalhado o conteúdo Ligações Químicas no modo tradicional, utilizando recursos didáticos básicos e aulas desenvolvidas de forma diferenciada, com apresentação de slides ilustrativos, experimentos e outras estratégias. Logo, foi analisado o conhecimento adquirido através de questionários, entre os alunos das diferentes metodologias. Com os resultados, foi possível identificar que através do ensino diferenciado, os alunos se sentem interessados no conteúdo apresentado e consequentemente aprendem com maior facilidade.
Palavras chaves
Sequências didáticas; Ensino; Aprendizado
Introdução
Ser professor, em muitos casos, é uma profissão almejada desde a infância. Muitas crianças sonham em serem educadores pelo simples fato de admirarem os seus e tê-los como exemplo. Ao ingressar no ensino superior, muitas teorias, técnicas e práticas vão surgindo no decorrer dos anos para que seja possível desenvolver-se um bom trabalho. Formado, o professor inicia sua ação docente, normalmente empolgado e determinado a colocar em prática todas as metodologias e estratégias que aprendeu no decorrer de anos de estudo. Porém, nem sempre a atividade para a qual se profissionalizou ocorre harmoniosamente, considerando-se que, principalmente nas escolas da rede pública, não há disponibilidade suficiente de materiais didáticos necessários para que se realizem atividades diferenciadas além de outros obstáculos. Em determinados momentos, a carência descrita é responsável pelo ‘fenômeno’ do desânimo e da descrença gerando um desestímulo, muitas vezes tácito, no docente, não lhe permitindo realizar atividades para os quais está dotado de plena competência por sua formação. No entanto, o educador deve, sobretudo, lançar mão dos conhecimentos construídos e buscar possibilidades que lhes permitam, através da pesquisa, da criatividade e do necessário inconformismo latente, encontrar alternativas adequadas e suficientes para a superação dos obstáculos e carências que se manifestarem na escola. O projeto em questão será elaborado com o objetivo de auxiliar os professores de Química com relação aos problemas de desinteresse dos alunos em suas aulas, onde através de sequências didáticas serão apresentadas aulas diferenciadas com uso de práticas simples podendo ser aplicados mesmo com poucos recursos experimentais, problema bastante conhecido em algumas escolas públicas de Santa Catarina.
Material e métodos
A abordagem trata-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso através do desenvolvimento de sequências didáticas que poderá contribuir para um ensino de Química mais eficaz e adequado ao perfil da sociedade contemporânea. Na investigação de seu estudo, o pesquisador enfrentará uma situação técnica única, uma vez que dependerá de uma coleta múltipla de dados, oriunda de várias fontes de evidência, as quais deverão ser interpretadas a partir do quadro teórico e dos objetivos do pesquisador. (CLEMENTE, 2011, p.3). No momento inicial desta pesquisa executamos o planejamento de sua aplicação. Trabalhou-se com a definição da precisão no objeto, os pontos críticos especificados e do levantamento das questões em torno do campo de investigação e com os sujeitos envolvidos. Após a parte exploratória foi identificado o problema em questão que foi minunciosamente pensando e estudado, tratou-se de organizar a proposição conceitual da referência didática e foi dado início na coleta de dados sistemáticos. Para a coleta de dados, foram ministradas aulas na E. E. B. Fridolino Hulse (São Martinho, SC) com diferentes metodologias, em turmas distintas, abordando o mesmo conteúdo. Com a primeira série 01 (18 alunos), foi aplicada uma metodologia diferenciada com experimentos, slides estratégias de interação, e perante a turma 02 (27 alunos) foi utilizado o ensino tradicional. Para que fossem obtidos os dados para análise, foram realizados no final de cada aula, questionários estruturados aos alunos envolvidos e também observação direta a fim de se retirar conclusões acerca do estudo. Através destes dados foi possível que a pesquisadora obtivesse as informações não previstas inicialmente, a fim de comparar e concluir qual das metodologias obteriam os melhores resultados.
Resultado e discussão
Através dos resultados, foi possível perceber que a educação brasileira está
acolhendo jovens atualizados, com metodologias muito antigas, que não lhes
satisfazem mais o interesse. O gráfico 1 mostra que a e criatividade por
parte do professor pode mudar o cenário da sala de aula.
Observando, na turma 01 que participou da aula diferenciada, a maior parte
dos alunos sentiu-se motivado a aprender o conteúdo abordado. Já a turma 02,
com aula tradicional, o resultado foi o contrário. Considerando que o
conteúdo trabalhado foi o mesmo, com mudanças simples no decorrer da aula,
entende-se que as modificações instigaram a curiosidade e a vontade de
aprender dos alunos.
A química está na base do desenvolvimento tecnológico, da siderurgia à
informática, da agricultura à indústria aeroespacial. Desta forma, para que
se consiga uma maior curiosidade dos alunos aos conteúdos de Química, a
abordagem deverá ser contextualizada. (SILVA, 2011, p.9). Quanto ao estímulo
dos alunos, o resultado foi positivo, resta saber se efetivamente absorveram
melhor os conteúdos trabalhados.
No gráfico 2, percebeu-se que na turma 1, metade dos alunos assinalou a
alternativa correta, enquanto que na turma 2 poucos obtiveram êxito. Este
resultado comprova que com aulas diferenciadas que contem com a participação
da classe, muda toda uma rotina de sala de aula onde o estudante deixa de
ser mero ouvinte e passa a ser o protagonista do seu próprio conhecimento,
absorvendo melhor o conteúdo.
O trabalho experimental deve estimular o desenvolvimento conceitual, fazendo
com que os estudantes explorem e elaborem suas ideias. Pesquisas mostram que
os estudantes desenvolvem melhor sua compreensão quando participam das
investigações científicas, havendo oportunidade e apoio para reflexão
(FARIAS, 2009, p.4).
Conclusões
Ao aplicar das sequências didáticas, foi possível visualizar que os alunos participantes da metodologia diferenciada estavam motivados com os experimentos, pelo fato de ter saído da rotina. Para elaborá-las, foram necessárias doses de criatividade ao invés grandes de recursos financeiros ou didáticos. Ao comparar os questionários, os alunos frequentadores das aulas diferenciadas obtiveram melhor desempenho nas avaliações de conteúdo e estímulo em aprender. Diante disso, conclui-se que a sequência didática diferenciada se mostrou mais interessante tanto para os alunos quanto para o professor.
Agradecimentos
Ao Prof. Gilson que, com muita atenção dedicou seu tempo para me orientar e à E.E.B. Fridolino Hulse, pelo incentivo e infraestrutura para o desenvolvimento do estudo
Referências
CLEMENTE, S. Estudo de Caso x Casos para Estudo : Esclarecimentos a cerca de suas características e utilização . p. 1–12, 2011.
FARIAS, C. S. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. Congresso Paranense de Educação em Química., v. 1, n. Ic, 2009.
SILVA, A. M. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. RQI - 2o Trimestre, p. 7–12, 2011.